Questões de Concurso Comentadas sobre psiquiatria
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Neste sentido, no contexto nacional, podemos afirmar que:
I. No Brasil, apesar das incidências de tentativas de suicídio serem maiores em mulheres, os homens morrem, aproximadamente, quatro vezes mais por suicídio.
II. Maus tratos e abusos na infância, abuso emocional, uso de álcool são fatores de risco para o suicídio
III. Conforme o Boletim Epidemiológico da SVS/MS vol. 52 (2021), no Brasil, a maior incidência de suicídio está na região sul do Brasil, seguida pela região Centro-Oeste, onde a faixa etária que mais se mata é a de idosos.
Está correto o que se afirma em
I. São dispositivos para atenção de pessoas em sofrimento mental, disponíveis em cidades com mais de 200 mil habitantes.
II. Existem modalidades de CAPS-AD-III (álcool e drogas) e CAPSiIII (infância e adolescência).
III. Nos CAPS-III funcionam 24 horas, mantendo até 12 (doze) leitos de acolhimento (hospitalidade).
Está correto o que se afirma em
Ref. KESSLER, RC, et al. Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of mental disorders in the World Health Organization's World Mental Health Survey Initiative. World Psychiatry. 2007 Oct;6(3):168-76.
Entre esses instrumentos largamente utilizados em pesquisas epidemiológicas em psiquiatria e saúde mental, podemos destacar:
[..] Uma ação cível de interdição é promovida quando o indivíduo perde sua capacidade de gerir seus bens e sua própria pessoa. Esse tipo de lide representa uma das solicitações judiciais mais comuns nas quais uma perícia psiquiátrica é requisitada.
TEIXEIRA, E.H., BARROS, D.M., Manual de Perícias Psiquiátricas. Porto Alegre: Artmed, 2015.
De acordo com a referência acima, com relação às ações de interdição assinale a afirmativa correta.
Assinale a opção que representa um recurso complementar que auxilia no diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer.
Há algumas semanas começou a apresentar uma mudança de comportamento, mostrando-se suspicaz e mais retraído. Isto ocorreu desde que ouviu atrás da porta João e Zé, dois colegas de trabalho criticando-o na copa do escritório. Começou a evitar os dois e a levar água de casa para o trabalho, porque tinha certeza que João e Zé poderiam estar envenenando o bebedouro do trabalho. Tentou advertir alguns colegas a respeito. Um dia, Jorge partiu violentamente contra Zé abrindo seu supercílio com um soco, gritando “eu sei o que você está planejando!” Começou a atirar objetos em todos os colegas repetindo “Eu sei que vocês estão mancomunados com eles.” Os funcionários do escritório chamaram o SAMU devido a tamanho descontrole. e Jorge foi levado para o PS.
O psiquiatra de plantão era um profissional muito experiente. Conseguiu conversar a sós com Jorge e o paciente contou que, não sabia explicar como, mas o tempo todo ouvia João e Zé rindo e caçoando dele. O médico perguntou como isso começou e Jorge respondeu: “João e Zé estavam caçoando de mim”. Em posterior conversa com Zé, o ofendido lembrou-se desse dia e explicou que caçoavam da derrota do Vasco pelo Flamengo na copa da cozinha. E Jorge, além de tudo, era vascaíno. Jorge nunca teve problemas psiquiátricos mas dois tios paternos seus tinham o diagnóstico de transtorno bipolar do humor.
Sobre o caso clínico acima, avalie se:
I. Jorge possuía um padrão de funcionamento mental pre-mórbido, possivelmente esquizotípico conforme o DSM-5- TR, dado ao baixo nível de interação social, possíveis ideias paranoides ou crenças estranhas além comportamentos estranhos ao senso comum, como acumular tampinhas de cerveja.
II. quando Jorge escutou Zé e João caçoando do Vasco e compreendeu aquilo como uma ofensa a sua pessoa, o paciente parece ter apresentado uma alteração do juízo de realidade ou um delírio, conforme Dalgalarrondo.
III. os tios com transtorno bipolar são mera coincidência uma vez que este transtorno e a Esquizofrenia não têm relação familiar entre si.
Está correto o que se afirma em
Assinale a opção que indica a parafilia em que o foco sexual está voltado a objetos (p. ex., sapatos, luvas, calcinhas e meias) que estão intimamente associados ao corpo humano ou a partes não genitais do corpo.
Leia o caso clínico a seguir.
Paciente K. 11 anos, sexo masculino, em tratamento prévio para TDAH desde os 8 anos, com uso de metilfenidato, na dose de 20mg/dia, com estabilização do quadro clínico tanto com melhora da capacidade atentiva, quanto redução do comportamento hipercinético. Há cerca de 3 semanas, os pais notaram maior reatividade emocional da criança, com comportamentos explosivos quando contrariada. Na escola, começou a agredir verbalmente colegas, dizendo que eles não eram tão inteligentes quanto ele e não conseguiam acompanhar seu raciocínio. Chegou a entrar na sala de aula e dizer que o professor não sabia dar aula, e ele iria assumir a turma. Na última semana o quadro piorou, com hipersexualização, importunado as colegas com toques invasivos. Os períodos de explosões pioraram, culminando com episódios de agressividade física com os pais. Já estava há 2 dias sem dormir. Foi expulso da escola um dia antes, por se masturbar no recreio. Ao exame, diz que estava feliz, e não sabia por que estava consultando com um médico que “não sabe de nada”. A mãe faz tratamento para depressão há 6 anos, sem uma boa resposta terapêutica.
A conduta médica para o caso é
No estudo do desenvolvimento cognitivo da criança, através da epistemologia, entende-se que o indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o meio em que está inserido, priorizando os fatores biológicos que podem influenciar seu desenvolvimento, sobretudo o cognitivo. Para isso, a criança consegue evoluir cognitivamente através do processo de adaptação cognitiva, que se dá pelos mecanismos de assimilação e acomodação. Quando a criança, ao interagir com o mundo, entende também que é possível mover um carrinho a partir da interação com um barbante que esteja amarrado a ele, ou mover um objeto usando-o, nesse processo de desenvolvimento cognitivo, ele está utilizando a reação terciária (Jean Piaget). O equivalente explicado pela neurociência é que, o crescimento e a conectividade seletiva dos neurônios são o mecanismo básico de toda aprendizagem e adaptação. A aprendizagem pode ser refletida em mudanças neurais de várias maneiras: (1) o crescimento de novos neurônios, (2) a expansão dos neurônios existentes, (3) as mudanças na conectividade e entre os neurônios existentes. Todas essas mudanças são expressões de plasticidade, ou a capacidade do sistema nervoso de mudar. Há, atualmente, evidências suficientes para o fato de que os neurônios demonstram crescimento e mudanças na reação a novas experiências e aprendizado. Os neurônios existentes crescem através da expansão e ramificação dos dendritos que se projetam para outros neurônios. Os neurônios se interconectam para formar redes neurais, que, por sua vez, se integram entre si para realizar tarefas cada vez mais complexas. O mecanismo neural associado e complementar aos mecanismos já expostos que estão associados aos processos de aprendizagem é
Leia o caso clínico a seguir.
S. de 56 anos, há 2 anos tem apresentado alterações de comportamento, com surgimento insidioso e progressão gradual. Começou a ter dificuldade em manter-se em sua profissão (serralheiro), pois distraia-se com facilidade com conversas ou outras máquinas que estavam ao seu redor. Seu chefe o repreendia e ele parecia não se importar com isso. Após 3 meses, ele foi demitido e não conseguiu mais emprego. Apresentou inicialmente maior irritabilidade, labilidade emocional, evoluindo para desinibição comportamental, apatia, comportamento perseverante, hiperoralidade (pegava comida dos pratos dos filhos e enchia a boca até engasgar-se e regurgitar) além de um declínio importante na cognição social e nas capacidades executivas. Sua memória está relativamente preservada. Apresenta hipercolesterolemia desde os 50 anos e hipertensão arterial desde os 45 anos. Faz uso de Losartana desde os 58 anos. Nega diabetes.
O diagnóstico compatível com o quadro clínico é
Leia o caso clínico a seguir.
Um homem de 45 anos é encaminhado à avaliação de um psiquiatra forense após ser preso e acusado de um crime de tentativa de homicídio há 3 meses. Na prisão, era frequentemente encontrado vagando desorientado pelos corredores. Ele apresenta comportamento estranho e respostas incomuns, durante a avaliação inicial, com respostas aproximadas. Ao ser questionado sobre seu nome, ele responde com nomes de pessoas famosas, mas de maneira hesitante e incoerente. Quando perguntado sobre a data atual, ele fornece uma resposta incorreta e pouco precisa. Durante a conversa, o paciente apresenta um sorriso irônico e parece desviar o olhar enquanto responde às perguntas. Ele parece confuso e tem dificuldade em manter a atenção. Quando questionado sobre sua localização atual, ele dá respostas vagas e não relacionadas ao lugar em que está preso. Ao ser perguntado sobre o suposto crime, desconversa, como se estivesse confuso.
Na entrevista com familiares e testemunhas, não há relatos de antecedentes psicopatológicos ao longo de sua vida. À época do delito, não há descrição de alterações psicopatológicas de grande monta.
Durante o exame físico, o paciente parece ter dificuldade em andar de maneira coordenada e seus movimentos são desajeitados. Ele também relata dores de cabeça intermitentes e visão turva, mas não há sinais físicos objetivos que justifiquem esses sintomas.
Diante do exposto acima no caso, o diagnóstico
psicopatológico compatível e a decisão pericial são,
respectivamente: