Questões de Concurso Público SEE-AC 2014 para Professor de Linguagens
Foram encontradas 40 questões
I. A estruturação da aula é um processo que implica inflexibilidade e rigorosidade em relação aos conteúdos emateriais.
II. O trabalho docente, sendo uma atividade intencional e planejada, requer estruturação e organização a fim de que sejam atingidos os objetivos do ensino.
III. A indicação de etapas do desenvolvimento da aula significa que todas as aulas devam seguir um esquema rígido e complexo.
Somente está(ao) correta(s):
I. Os agrupamentos produtivos nascem quando os estudantes têm habilidades próximas, mas diferentes.
Assim,
II. eles têm a chance de complementar o que já sabem individualmente e avançar juntos.
“Por que não estabelecer uma 'intimidade' entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?"
(FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia . São Paulo: Paz e Terra, 2004, p. 30).
Nesse sentido, para concordar com a indagação retórica de Paulo Freire, pode-se dizer que ensinar exige:
Nesse sentido, a ação do professor que trabalha com a Educação de Jovens e Adultos consiste, sobretudo, em:
Yawanawá vence preconceito e faz revolução
feminina na floresta" , originalmente publicada por
Mariana Sanches, em O GLOBO, em outubro de
2014. Leia-o, atentamente, e responda a questão
propostas a seguir.
Fonte:
A voz é mansa. O tom é baixo. A fala é pausada.
Rucharlo Yawanawá, de 35 anos, conversa como se
a tranquilidade a habitasse. Nunca encara o
interlocutor nos olhos, não gesticula, não grita ou
gargalha. Seus modos contrastam com a revolução
que liderou em sua própria vida e na tribo Yawanawá.
Emuma aldeia nomeio da densa FlorestaAmazônica
e distante sete horas de barco do município acriano
mais próximo, Rucharlo se tornou a primeira mulher
pajé – líder espiritual – de seu povo e, talvez, do país.
É um raríssimo caso de liderança espiritual indígena
feminina no Brasil.
O xamã ou pajé é, ao lado do cacique, a maior
autoridade de um grupo indígena. No caso dos
Yawanawá, são eles os guardiões dos
conhecimentos da tribo, desde a medicina até as
artes. Acredita-se que tenham dons sobrenaturais –
de adivinhação, de cura e até mesmo de matar
inimigos telepaticamente. Fazem também a
interlocução entre os vivos e os ancestrais. Segundo
a sabedoria indígena, são os espíritos que ensinam
ao pajé os segredos mágicos. [...] Tais comunicações
acontecem em rituais em que os líderes espirituais
tomam ayahuasca (chamada por eles de uni) e
inalamrapé (umamistura de tabaco empó e da casca
moída de uma árvore amazônica chamada por eles
de tsunu).
O efeito alucinógeno e estimulante das substâncias
permitiria aos xamãs entrar no mundo dos mortos e
nos sonhos das pessoas doentes. As doenças,
segundo os Yawanawá, sempre têm explicação
espiritual. E é o xamã quem descobre a causa do
problema nessas incursões oníricas [...].
O processo para se tornar líder espiritual é, assim
como o uso da ayahuasca, milenar. Até 2005, era
também exclusivamente masculino [...].
No período da reclusão, Rucharlo começou a
desenhar as revelações que recebia. Sem conhecer
as letras, ela se fazia entender e registrava seu
aprendizado por rabiscos. De tão bonitos, seus
quadros já foram expostos em museus no Rio de
Janeiro e em Minas Gerais. Com o tempo também
descobriu que tinha o dom de “sentir o cheiro das
doenças”, como descreve – habilidade fundamental
para qualquer curandeiro.Mas, no processo, também
chegou muito perto da morte. [...].
– Eu tinha que provar que era capaz. Sabia que era
minha missão colocar as mulheres em um novo
patamar, eu tinha que resistir – afirma Rucharlo [...].
Na crença indígena, pajés são seres evoluídos, a
meio caminho entre os vivos e os mortos. Por isso
falam vagarosamente e não encaram um olhar. Se o
mundo de Rucharlo mudou depois de sua
experiência, ela também mudou a tribo e o mundo das
demais mulheres da aldeia.