Homem de 25 anos refere que há 2 anos percebeu que a namorada estava com um comportamento estranho. Durante os encontros, ela passava a mão no cabelo quando estava mentindo. Ele suspeitava que ela estivesse se relacionando com um amigo deles e não tinha coragem de assumir. Paciente começou a investigar a vida da namorada em redes sociais da internet e checava o celular dela em busca de mensagens comprometedoras. A namorada negava as acusações, porém ele estava cada vez mais convicto de que era traído. Apesar de sua família confirmar a inveracidade da desconfiança, o paciente não se convencia. Há 1 ano, teve a certeza da sus- peita ao ouvir no rádio que estava sendo traído. No mesmo momento, terminou o namoro. Sentia muita vergonha, diz que as pessoas riam dele e o olhavam com desprezo. Relata que ouvia zombaria e comentários, como “bem feito”, “você mereceu”. Passou a se isolar dos amigos, e não saía de casa. Mãe relata que estranhava o comportamento do filho, pois às vezes chorava muito, ficava deitado o dia inteiro, alimentava-se pouco e não tomava banho. E outras vezes, ao longo de um mesmo dia, começava a falar sem parar, trocava de roupa e dizia que ia começar uma nova vida. Mãe relata que a desconfiança e o medo de comentários e olhares persistiam apesar de passar algumas semanas bem, isto é, “não estava nem desanimado, nem acelerado, mas continuava desconfiado”.
O diagnóstico correto para o caso clínico descrito é de transtorno