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Q65006 Legislação da Defensoria Pública
Considere que a DPU, patrocinando interesse de pessoa hipossuficiente, tenha ajuizado ação ordinária no intuito de compelir o estado de Goiás e a União a fornecerem medicamentos ao assistido, em face da resistência desses entes em atender aos inúmeros requerimentos administrativos. Nesse caso, na hipótese de vitória judicial, serão devidos honorários advocatícios por parte do estado de Goiás à DPU.
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Para resolver a questão apresentada, é essencial compreender o tema jurídico envolvido: a atuação da Defensoria Pública da União (DPU) em ações que visam garantir o direito de pessoas hipossuficientes, especialmente no fornecimento de medicamentos, e a questão dos honorários advocatícios quando há vitória judicial.

1. Interpretação do Enunciado: A questão aborda uma situação em que a DPU, representando uma pessoa sem recursos (hipossuficiente), ajuíza uma ação contra o Estado de Goiás e a União para que estes forneçam medicamentos. O ponto central está em saber se, ao ganhar a causa, a DPU teria direito a receber honorários advocatícios do Estado de Goiás.

2. Legislação Aplicável: A questão está fundamentada principalmente na Lei Complementar nº 80 de 1994, que organiza a Defensoria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal. Em particular, a questão dos honorários advocatícios está associada à função institucional da Defensoria e à sua atuação judicial.

3. Tema Central da Questão: O tema central é a condenação em honorários advocatícios em ações movidas pela DPU. Quando a DPU ganha uma ação, representando um assistido, é possível que seja condenada a parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios, que são revertidos para a instituição.

4. Exemplo Prático: Suponha que a DPU ajuíze uma ação para que um estado forneça um medicamento vital a um paciente carente. Se a decisão judicial for favorável, o estado pode ser condenado a pagar honorários, que não vão para o defensor público pessoalmente, mas sim para os cofres da Defensoria.

5. Justificativa da Alternativa Correta: A alternativa C - certo é a correta. Isso ocorre porque, de acordo com a legislação e a jurisprudência, quando a DPU obtém sucesso em uma demanda judicial, é possível a condenação da parte vencida em honorários advocatícios. Esses valores, em vez de irem para o defensor, são destinados à instituição da Defensoria Pública, contribuindo para seu fundo de aparelhamento e desenvolvimento institucional.

6. Explicação sobre a Alternativa Incorreta: Não há outra alternativa a ser analisada, pois a questão é do tipo "Certo ou Errado". No entanto, um erro comum seria pensar que a DPU não pode receber honorários, o que está incorreto, conforme explicado.

7. Possíveis Pegadinhas: Uma pegadinha potencial poderia ser a confusão entre o recebimento pessoal de honorários pelo defensor e a destinação institucional deles. É crucial lembrar que os honorários são destinados à Defensoria Pública, não ao defensor pessoalmente.

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GABARITO OFICIAL: CERTO

Eis uma questão muito interessante. À época da edição da súmula faltavam apenas, aproximadamente, 2 semanas para a realização do certame em questão. A banca exigiu do candidato regularidade na leitura dos informativos do STF e STJ. Enfim, a questão está correta porque a DPU não está vinculada ao estado de Goiás, mas à União; logo, são devidos os honorários advocatícios. Vejamos a súmula:

Súmula 421 - Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.

 

Creio que seja importante comparar e interpretar a LC 80 de 94, alterada pela LC 132 de 07/10/2009 com a súmula 421 do STJ, publicada em 11/03/2010 no Diário da Justiça. Vejamos as regras citadas:

Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:

XXI – executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

Súmula 421 do STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual
pertença.

"Quando a demanda é proposta em face do ente público que custeia a própria Defensoria Pública, não há condenação em honorários advocatícios, por se tratar de hipótese de confusão entre credor e devedor. Isso porque o custeio das atividades da DP advém, em última análise, de receitas auferidas peloente público respectivo, de maneira que o pagamento de honorários pelo ente público à DP seria um pagamento a si próprio".

Defensoria Pública, Guilherme Freire de Melo BArros, ed. Juspodvim, Coleção Sinopses para concurso, 2012, p. 61.
ATENÇÃO - HONORÁRIOS NÃO DEVIDOS QUANDO A DEFENSORIA PÚBLICA INTEGRAR A MESMA FAZENDA PÚBLICA.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARTIGO 535, II, DO CPC. ALEGADA VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ARTIGO 381 DO CC. CONFUSÃO. AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA - RIOPREVIDÊNCIA E DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL. JULGAMENTO PELA CORTE ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA.
1. Tendo o Tribunal a quo apreciado, com a devida clareza, a matéria relevante para a análise e o julgamento do recurso, não há se falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil.
2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.199.715/RJ, representativo de controvérsia repetitiva, de relatoria do  Ministro Arnaldo Esteves Lima, julgado em 16/2/11, firmou o entendimento no sentido de também não serem devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua contra pessoa jurídica de direito público que integra a mesma Fazenda Pública.
3. Recurso especial a que se dá parcial provimento.
(REsp 1102459/RJ, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 26/06/2012)

ATUALIZAÇÃO AGOSTO/2017: São devidos honorários à DPU tanto pelo ESTADO quanto pela UNIÃO: 

6. Honorários em favor da Defensoria Pública da União. Mesmo ente público. Condenação. Possibilidade após EC 80/2014. 7. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. Agravo a que se nega provimento. 8. Majoração dos honorários advocatícios (art. 85, § 11, do CPC). 9. Agravo interno manifestamente improcedente em votação unânime. Multa do art. 1.021, § 4º, do CPC, no percentual de 5% do valor atualizado da causa.

STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017, Acórdão Eletrônico DJe-175 DIVULG 08-08-2017 PUBLIC 09-08-2017.

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