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O Brasil conta com mais de 53 milhões de estudantes em seus diversos sistemas, níveis e modalidades de ensino. Os desafios da qualidade e da equidade na educação só serão superados se a escola for um ambiente acolhedor, que reconheça e valorize as diferenças e não as transforme em fatores de desigualdade. Garantir o direito de aprender implica em fazer da escola um lugar em que todos e todas sintam-se valorizados e reconhecidos como sujeitos de direito em sua singularidade e identidade.
BRASIL. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana – Lei 10.639/2003. Brasília: MEC, 2000.
No que tange ao Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, o Eixo 6, o qual trata das condições institucionais,
Combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial, empreender reeducação das relações étnico-raciais não são tarefas exclusivas da escola. As formas de discriminação de qualquer natureza não têm o seu nascedouro na escola, porém o racismo, as desigualdades e discriminações correntes na sociedade perpassam por ali. Para que as instituições de ensino desempenhem a contento o papel de educar, é necessário que se constituam em espaço democrático de produção e divulgação de conhecimentos e de posturas que visam a uma sociedade justa. A escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos científicos, a registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, a conhecimentos avançados, indispensáveis para consolidação e concerto das nações como espaços democráticos e igualitários.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2004.
Para obter êxito nas tarefas propostas pelas Diretrizes Curriculares, os professores devem
Leia o texto a seguir.
I-Juca-Pirama
Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de via Aimorés.
DIAS, G. Últimos cantos. In: REBELO, M. (org.). Antologia escolar brasileira. Rio de Janeiro: MEC, 1967.
Nesses versos, Gonçalves Dias apresenta a reação de um
indígena ao tomar conhecimento que o filho pedira aos
inimigos que lhe poupassem a vida. O trecho acima
apresenta um traço estimado pelo Romantismo brasileiro,
que é
Leia o texto a seguir.
No texto acima, percebemos que "tankar" é um verbo de
sentido próprio, criado no contexto da internet. Na frase "oq
significa o verbo tankar", se fosse omitida a informação de
que "tankar" é um verbo, ainda seria possível identificá-lo
como tal através
Leia as duas sentenças a seguir.
I. Quando eu me olho no espelho, eu vejo o meu pai.
II. Quando meu filho se olha no espelho, ele vê seu pai.
Os trechos sublinhados exercem qual função sintática?
Leia o texto a seguir.
A PEDA DE ORO
Tinha um viúvo que tinha treis rapaz e o pai já era bastante avançado na idade, já num trabaiava mais. Os treis rapaz dentro de casa era muito obidiente do pai. Intão fazia lavora e tudo... Um dia os rapaz tá lá trabaiando na roça e passo um home.
Chegô, oiô ês:
– Bom dia!
– Bom dia!
– Uai!
– Tá trabaiano, né, ôs minino?
– É, nós tá trabaiano aqui, mas nosso pai tá bastante avançado na idade, coitado, num pode fazê mais nada. Agora nós é que trata dele. Nós faz tudo, pa meu pai.
O home assuntô ‘sim. Falô:
– Ó, ocês é besta, moço! Cês tá pa saí po mundo, pocês trabaiá, arrumá suas vida. Se ocês ficá mais seu pai toda vida, cês num ‘ruma nada. Cês tem que largá ele. Dipois que ocês largá ele, ele dá o jeito dele, uai! Ocês fica só dento de casa trabaiano pa seu pai, cês num ruma nada procês não. E dispidiu dês e saiu.
UFMG. Pró-Reitoria de Extensão. Quem conta um conto aumenta um ponto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. p. 6-7.
O trecho acima exemplifica a variedade linguística
Os falantes não se comunicam apenas decodificando expressões que representam ideias previamente conhecidas, mas cooperativamente constroem ideias e expressões linguísticas para promoverem uma troca interativa eficiente. As expressões linguísticas são mediadoras de um sentido que é contextualmente construído e cuja promoção depende totalmente de quem fala (e ouve), de seu perfil social, do contexto situacional e do contexto de cultura.
CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina. Sintaxe da oração básica da língua portuguesa. Goiânia: Cegraf UFG, 2023.
Como destaca o texto acima, a sintaxe é o aspecto da organização linguística que
Texto 1
Canto das Três Raças
Canção de Clara Nunes
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
Do Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor
Canto das Três Raças. Letras. Disponível em: <www.letras.mus.br/claranunes/83169>. Acesso em: 27 jun. 2024.
Texto 2
O primeiro ponto a entender é que falar sobre racismo no Brasil é, sobretudo, fazer um debate estrutural. É fundamental trazer a perspectiva histórica e começar pela relação entre escravidão e racismo, mapeando suas consequências. Deve-se pensar como esse sistema vem beneficiando economicamente por toda a história a população branca, ao passo que a negra, tratada como mercadoria, não teve acesso a direitos básicos e à distribuição de riquezas.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Os textos 1 e 2 refletem o processo de formação da
sociedade brasileira, a saber
Trabalhar com multiletramentos pode ou não envolver (normalmente envolverá) o uso de novas tecnologias da comunicação e de informação (‘novos letramentos’), mas caracteriza-se como um trabalho que parte das culturas de referência do alunado (popular, local, de massa) e de gêneros, mídias e linguagens por eles conhecidos, para buscar um enfoque crítico, pluralista, ético e democrático - que envolva agência – de textos/discursos que ampliem o repertório cultural, na direção de outros letramentos.
ROJO, Roxane; ALMEIDA, Eduardo de Moura (orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
De acordo com o excerto acima, a definição de multiletramentos se baseia na
I. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas.
II. Ouviram do Ipiranga às margens plácidas.
A ocorrência da crase marca uma diferença sintáticosemântica entre as duas sentenças. Respectivamente, as expressões “as margens plácidas” (I) e “às margens plácidas” (II) são consideradas
A comunidade passou a buscar formas de fortalecimento de sua identidade indígena, principalmente para a defesa e garantia do direito a suas terras; e uma das ações nessa direção foi a proposta de ensino escolar de uma língua indígena, com o objetivo de ‘recuperar’ a identidade indígena.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas indígenas: 500 anos de descobertas e perdas. DELTA, v. 9, n. 1, 2019.
O trecho faz referência às formas de resistência da comunidade indígena para preservar sua cultura e identidade. Segundo essa concepção, as línguas indígenas assumem o papel de
Des que nesta terra estou, que vim com Vossa Mercê, dous desejos me atormentaram sempre: hum, de ver os christãos destas partes reformados em bons costumes, e que fossem boa semente transplantada nestas partes que desse cheiro de bom exemplo; e outro, ver disposição ao gentio para se lhe poder pregar a palavra de Deus, e eles fazerem-se capazes da graça e entrarem na Igreja de Deus.
NÓBREGA, Manuel da. A Thomé de Sousa. In: Cartas do Brasil, 1549-1560.
A literatura de formação, por vezes conhecida como quinhentista, esteve bastante alinhada aos interesses das missões da Companhia de Jesus, pois visava a
Alice, apontando pra mim, diz pra mulher da padaria: “Minha mamãe!”. A mulher da padaria puxa conversa: “Sua mamãe? Você acha a sua mamãe bonita?”. Alice responde: “Minha mamãe é linda e meu papai é ‘lindono’!”
Disponível em:<https://www.blogs.unicamp.br/linguistica/2016/10/21/fala-decrianca-extratos-de-um-diario-i/> . Acesso em: 28 jun. 2024.
No texto acima, o uso do termo ‘lindono’ na fala da criança demonstra que ela apresenta consciência morfológica, pois é capaz de
No consultório médico, o doutor escreve no receituário que entrega para Dona Cassilda, de 78 anos, as seguintes orientações:
Uso tópico 1. Medicamentol 76g ———————— 2tb Uso tópico 2x/dia ou quando houver prurido excessivo e/ou edemas.
Dona Cassilda agradece a atenção do profissional, mas não compreende o tratamento que deve fazer para a coceira que sente no corpo. Dona Cassilda não estudou muito, apenas o primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Ela não usa a pomada recomendada pelo médico nem quando há coceira, inchaço ou vermelhidão no corpo.
Disponível em: <https://www.roseta.org.br/2023/03/17/voce-entendemediques/>. Acesso em: 28 jun. 2024. [Adaptado]
O texto critica o uso de jargões médicos na prescrição de tratamentos e procedimentos. Uma das formas de reverter esse quadro é o uso da chamada linguagem simples, que objetiva