Questões de Concurso
Para educador físico
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Para responder às questões 11 a 14, considere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN.
Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
I. Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural.
II. Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas.
III. Adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Quais estão corretas?
O Coletivo de autores (1992) considera que a Educação Física “[...] trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal”.
Tomando como referência os fundamentos nos quais se baseiam os autores, é incorreto afirmar que
Taborda de Oliveira (2002, p. 58-60) tece algumas críticas ao Coletivo de Autores (1992), afirmando que os autores reunidos ali instauram “[...] uma ruptura com uma determinada maneira de pensar a educação física escolar no Brasil, a partir, principalmente, da radicalidade com que aponta para o conflito como categoria fundante da prática pedagógica” (p. 60).
Indique abaixo se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma em relação a essas críticas:
( ) Falta-lhes a concretude da sala de aula em sua análise.
( ) Os autores esbarram nos limites da denúncia, da abstração e da generalização.
( ) Parte de suas análises consideram, de fato, a sala de aula, mas não a concretude dos sujeitos.
( ) O espaço reservado aos sujeitos históricos não se encontra na realidade, mas antes na teoria.
( ) Suas proposições metodológicas pouco avançam no sentido daquilo que é tradicionalmente concebido como organização escolar.
( ) As perspectivas metodológicas defendidas avançam em relação ao que tradicionalmente se defende em termos de currículo, mas não se sustentam, de fato, na produção intelectual sobre currículo.
A sequência correta é
McArdle, Katch e Katch (2002), ao se referirem ao metabolismo das gorduras e dos carboidratos nas adaptações metabólicas no sistema aeróbico de treinamento, afirmam que:
I. Atletas treinados exibem maior capacidade de oxidar carboidratos.
II. Atletas treinados aerobicamente exibem maior capacidade de oxidar carboidratos.
III. O aumento da lipólise resulta do maior fluxo sanguíneo dentro do músculo treinado.
IV. O aumento da glicólise resulta do maior fluxo sanguíneo dentro do músculo treinado.
V. O exercício aeróbico regular acarreta profunda melhora na capacidade do indivíduo em oxidar ácidos graxos.
VI. A maior capacidade de fracionamento dos carboidratos explica-se, em parte, pela maior armazenagem de glicogênio no músculo treinado.
Está correto apenas o que se afirma em
Com base em McArdle, Katch e Katch (2002), pode-se afirmar que:
I. Adaptações nas funções metabólicas e fisiológicas devem ocorrer de forma semelhante para todos os indivíduos submetidos a um mesmo estímulo de treinamento.
II. Adaptações fisiológicas específicas são estimuladas pelo exercício realizado com intensidades acima dos níveis normais, de forma que as adaptações biológicas proporcionam ao corpo funcionamento com maior eficiência.
III. Adaptações fisiológicas específicas, de fato, não podem ser estimuladas pelo exercício realizado com intensidades acima de níveis normais e podem ser especialmente prejudiciais, quando se trata de cardiopatas.
IV. Adaptações nas funções metabólicas e fisiológicas, que dependem da intensidade, da duração, da frequência e da modalidade de sobrecarga imposta durante atividades físicas, estão relacionadas a uma especificidade determinada na prescrição do treinamento físico.
V. Adaptações nas funções metabólicas e fisiológicas não ocorrem de forma semelhante para todos os indivíduos submetidos a um mesmo estímulo de treinamento, já que se deve levar em conta o nível de aptidão relativa desses indivíduos no início do treinamento proposto.
VI. Adaptações fisiológicas, adquiridas pelo exercício do treinamento regular e planejado, uma vez interrompida essa atividade, são perdidas em curto espaço de tempo, ainda que, nos indivíduos altamente treinados, isso seja algo cuja ocorrência se dê de forma mais demorada.
VII.Adaptações nas funções metabólicas e fisiológicas independem da intensidade, da duração, da frequência e da modalidade de sobrecarga imposta durante atividades físicas e não estão, necessariamente, relacionadas a uma especificidade determinada na prescrição do treinamento físico.
VIII. Adaptações fisiológicas adquiridas pelo exercício do treinamento regular e planejado são perdidas em curto espaço de tempo, quando interrompido esse treinamento, tanto para indivíduos altamente treinados quanto para aqueles cuja atividade física é mantida esporadicamente.
É correto apenas o que se afirma em
São princípios do treinamento físico, preconizados em McArdle, Katch e Katch (2002):
Em Hall (2005), ao tratar das alavancas, consideram-se três tipos:
I. Alavanca de terceira classe, cuja resistência está posicionada entre a força aplicada e o fulcro.
II. Alavanca de primeira classe, cuja força aplicada está posicionada entre a resistência e o fulcro.
III. Alavanca de segunda classe, cuja resistência está posicionada entre a força aplicada e o fulcro.
IV. Alavanca de terceira classe, cuja força aplicada está posicionada entre a resistência e o fulcro.
V. Alavanca de segunda classe, cujas resistência e força aplicadas estão posicionadas em lados opostos ao fulcro.
VI. Alavanca de primeira classe, cujas resistência e força aplicadas estão posicionadas em lados opostos ao fulcro.
Está correto apenas o que se afirma em
No que diz respeito à biomecânica do músculo esquelético, suas propriedades e sua organização estrutural, importa relacionar alguns conceitos contidos em Hall (2005).
1. Elasticidade
2. Irritabilidade
3. Extensibilidade
4. Fibra muscular
5. Fibra de contração rápida
6. Fibra de contração lenta
7. Capacidade de produzir tensão
( ) Capacidade de responder a um estímulo.
( ) Célula muscular cuja fadiga é mais rápida.
( ) Componente contrátil da função muscular.
( ) Suavidade na tensão muscular transmitida ao osso.
( ) Célula muscular isolada de formato alongado.
( ) Capacidade de alongamento ou aumento de tamanho.
A sequência correta é
Fonseca e Ramos (2017, p. 197) afirmam a necessidade de “[...] que o professor compreenda e valorize a pluralidade de manifestação da cultura corporal de movimento, posta em ação por meio dos jogos, esportes, ginásticas, danças e lutas”, em consonância com o preconizado pelo Coletivo de Autores (1992).
Nessa perspectiva, os autores ressaltam ainda a importância de “[...] entender que essas manifestações corporais identificam o movimento como mais que uma simples produção motora”, entendendo-o “[...] como possibilidade de expressão de sentimentos e comunicação, bem como de promoção de lazer e saúde [...]. Nessa perspectiva, não há como se pensar em um padrão motor correto, mas, sim, em uma variação de possibilidades.” Essa é a razão pela qual defendem a necessidade de ampliação “[...] no conceito de participação nas aulas por parte do professor para tornar o processo de inclusão possível em sua ação docente” e tomam como exemplo a questão da deficiência.
Suas análises permitem afirmar que é possível pensar e instituir práticas inclusivas que consideram as pessoas com deficiência,
Costa e Sousa (2004, p.39), abordando a educação física e o esporte adaptado, indagam o seguinte: “Será possível uma educação física inclusiva?” Os autores consideram que não existem respostas para muitas das questões, entretanto entendem “[...] que este é o momento de reflexões e quem sabe descobertas”. Afirmam ainda que “[...] conviver com a diferença e a diversidade humanas é possível, mas teremos que superar valores e princípios estigmatizantes ainda tão presentes nas relações sociais entre os homens”.
Considerando essas afirmações e as conclusões a que chegam os autores, é correto afirmar que os estudos e o conhecimento produzido pela área de educação física adaptada ou especial
Numa síntese d’a transformação didático-pedagógica dos esportes, Kunz (2001, p.125) apresenta “[...] os pontos mais contravertidos do esporte para uma prática educacional na formação educacional na formação da cidadania crítica e emancipada”.
Alguns deles podem ser identificados abaixo:
I. O esporte como é conhecido, hegemonicamente, em competições e por meio de mídias de comunicação, não se apresenta como conteúdo/elemento adequado de formação geral na constituição de uma realidade educacional.
II. O esporte, nas suas características de reforço do sucesso e do insucesso, tem grande contribuição para a formação geral ofertada nas escolas, uma vez consideradas e reforçadas suas características gerais de competição e rendimento.
III. O esporte, tal como na sua forma hegemônica e como cópia irrefletida da sua forma de competição e rendimento, não fomenta vivências de sucesso para a maioria de seus praticantes.
IV. O esporte, fomentado como prática de insucesso ou fracasso no contexto escolar, é de responsabilidade exclusiva do professor, constituindo-se em opção pedagógica comprometida com o correto desenvolvimento de crianças e jovens.
V. O esporte conhecido, hegemonicamente, por seus princípios básicos de “sobrepujança” e “comparações objetivas”, uma vez implementado nas práticas escolares, não contribui para a conquista da liberdade e do aprimoramento da sensibilidade em função do seu caráter técnico-instrumental nas sociedades industriais modernas.
Está correto apenas o que afirma em
Os elementos abordados por Bracht (2005, p. 112-114), na crítica ao esporte e suas instituições, constituem-se numa análise que
Em Bracht (2005), o autor coloca como objetivos para o estudo que realiza, “a) oferecer à comunidade da Educação Física brasileira e de áreas afins, uma síntese das principais críticas de cunho sócio-filosófico do esporte, e b) contribuir para o avanço da avaliação e do entendimento críticos das funções sociais e do significado humano do fenômeno esportivo.”
Ao se propor essa tarefa, iniciam-se suas análises por meio de uma abordagem d’a gênese do esporte moderno e, nela, considera um esquema dual, em que pese a complexidade de uma abordagem do tipo.
O esquema dual de que se vale o autor é esporte
As Orientações Curriculares para o Ensino Médio, contidas em Brasil (2006), em determinado ponto do texto, trazem as seguintes considerações:
Apesar de anteriormente termos tratado o esporte como conteúdo, somos obrigados a reconhecer que, analisando o contexto e o cotidiano escolar [...], a forma como os conteúdos são tratados nas escolas nas últimas décadas acabam por torná-los formas esportivas/competitivas por excelência, deixando em segundo plano outros temas e perspectivas de formação próprios da Educação Física. Praticamente todos os conteúdos, dos jogos populares às danças de salão, foram transformados em práticas de disputas, com regras formalizadas e institucionalizadas, organização de torneios e premiação aos melhores. Nesse caso, os temas gerais da escola e os específicos da Educação Física ficaram à mercê do processo de esportivização da comunidade escolar. Essa forma esportiva de tratar os conteúdos acabou por transformar a competição como princípio das relações educativas. A competição ganha tal força como se essa fosse a única maneira de se promover a formação das pessoas, em especial dos nossos jovens (BRASIL, p. 230-231).
Com base nessas considerações, é correto afirmar que a
Silva, Silva e Molina Neto (2016), ao tratarem das Possibilidades da Educação Física no ensino médio técnico, avaliam que:
No Brasil, a educação profissional e tecnológica está em expansão, com a atribuição de contribuir com o desenvolvimento material da nação. Porém, é tarefa dos Institutos Federais de Educação avançar para além desse desenvolvimento material, cabendo-lhes proporcionar uma formação para o pensar. Essa formação, no entanto, só poderá acontecer se não se restringir à capacitação técnica exigida pelos interesses de um mercado de trabalho (SILVA; SILVA; MOLINA NETO, 2016, p. 326).
Em consonância com essas afirmações, é correto dizer que
Ainda no Coletivo de Autores (p. 30-33), ao se tratar da Educação Física Escolar no currículo escolar, são considerados alguns princípios curriculares, cuja referência no trato com o conhecimento articulam-se à ideia de currículo ampliado. Posto isso, relacione os princípios aos significados correspondentes.
Príncípios
1. Relevância social do conteúdo
2. Contemporaneidade do conteúdo
3. Adequação às possibilidades sociognoscitivas do aluno
4. Simultaneidade dos conteúdos enquanto dados da realidade
5. Provisoriedade do conhecimento
6. Espiralidade da incorporação das referências do pensamento
Significados
( ) Inclui o que também é considerado clássico.
( ) Confronta o etapismo na organização curricular conservadora.
( ) Vincula a explicação da realidade concreta.
( ) Compartilha significados construídos no pensamento do aluno.
( ) Compreende diferentes formas de organizar o pensamento.
A sequência correta é:
Em Darido (2012, p. 135), a autora considera a classificação de conteúdos de Zabala (1998) para “[...] discutir o que avaliar” nas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal.
Sendo assim, no que diz respeito à dimensão conceitual, é correto propor questões cujas respostas
Soares et al. (1992, p. 26-27), no Coletivo de Autores, ao tratarem da concepção de currículo ampliado, tomam, inicialmente, duas aproximações conceituais em relação a currículo, cuja origem vem do latim curriculum e “[...] significa corrida, caminhada, percurso.”
Essas duas aproximações são:
I. O currículo escolar representa o projeto de escolarização do homem no processo de apreensão do conhecimento científico, apropriando-se desse conhecimento, que é confrontado com o saber que o aluno traz de seu cotidiano e de outras referências do pensamento humano.
II. O currículo escolar toma como objeto o conhecimento científico, a partir do qual o aluno desenvolve suas habilidades e capacidades intelectuais de forma a torná-lo instrumento para sua formação intelectual e profissional.
III. O currículo escolar incorpora um projeto de escolarização que considera determinado conhecimento científico, apropriado pela escola, como referência de um dado projeto de sociedade, considerado como único caminho a ser percorrido pelo aluno.
IV. O currículo escolar tem como objeto a reflexão do aluno, e o conhecimento científico é apropriado e tratado, metodologicamente, de modo a facilitar sua apreensão e o desenvolvimento da capacidade intelectual do aluno.
V. O currículo escolar expressa os anseios da sociedade, com base nas necessidades de formação técnica e profissional dos alunos, nas condições materiais oferecidas pelas escolas e nas demandas de acesso ao conhecimento científico.
Está totalmente correto apenas o que se afirma em
As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
A louca vida sexual das plantas
- Mal entrou na puberdade e ela só quer, só pensa, em namorar. Uns argumentam que ainda é
- jovem, um botão em flor, mas isso nunca foi um grande problema para ela, que vem se
- preparando para desabrochar desde que era um brotinho. Apesar de ter criado raízes junto aos
- pais, sente que é hora de formar sua própria família e gerar seus rebentos. Para conceber as
- sementes dessa transformação silenciosa, a moça se insinua aos quatro ventos, ludibria os
- varões e cria sugestivas armadilhas. Se preciso, ela se vestirá de forma sensual e se cobrirá com
- perfumes, tudo para deixar sua herança na terra – e, com sorte, gerar bons frutos para as
- próximas gerações.
- Sob a ótica de uma flor, um jardim é uma grande orgia. Cactos e ipês fazem. Trepadeiras,
- claro, fazem. A mais prosaica violeta e a rosa caríssima fazem. De fato, assim que provaram o
- gostinho da coisa pela primeira vez, cerca de 145 milhões de anos atrás, 415 milhões de anos
- depois de a primeira alga verde chegar à terra firme, as plantas logo perceberam que o sexo
- poderia trazer benefícios interessantes. Vamos a eles.
- À primeira vista, o sexo parece pouco importante para as plantas. Isso porque a maior parte
- delas é hermafrodita: um mesmo indivíduo tem tanto um ovário, sua porção feminina, quanto
- grãos de pólen, pequenas estruturas que encerram os gametas masculinos. A reprodução
- sexuada, que leva o pólen até o ovário, não deveria, portanto, demandar grandes esforços. Mas
- não é isso que acontece na realidade. Uma flor só se entrega ao solitário prazer da fecundação
- própria quando sua sobrevivência está sob ameaça. É que um vegetal autofecundado cria
- descendentes geneticamente idênticos à mãe. Mal negócio. A reprodução sexuada junta e
- embaralha genes de dois indivíduos. O filho nasce com um código genético só dele (é
- precisamente o seu caso, leitor ou leitora – você é só um embaralhamento aleatório dos genes
- dos seus pais). A vantagem aí é que códigos genéticos novos produzem anticorpos inéditos na
- natureza. É uma bela vantagem do ponto de vista da espécie. Se um vírus mortal infectar todos
- os indivíduos de uma espécie, alguns vão sobreviver, já que provavelmente terão nascido com
- anticorpos que, por sorte, conseguem defende-los do ataque. Se todos tivessem os mesmos
- genes, um único ataque viral poderia exterminar a espécie inteira. É por isso que você faz sexo.
- Não houvesse essa pressão evolutiva, não existiriam pênis, vagina, tesão, orgasmo. Nada.
- Mas voltemos a falar de flores. Como não podem sair do lugar, as flores recorrem a aves,
- insetos e pequenos mamíferos — seus polinisadores — para misturar seu material genético ao de
- outras. Essa sacada garantiu às plantas floríferas uma diversidade enorme, se comparadas aos
- vegetais sem flor, como musgos, pinheiros e samambaias. Ainda assim, isso não quer dizer que
- uma flor jamais vai se fecundar sozinha. Há casos em que isso se torna necessário. Em condições
- normais, a violeta-africana produz flores no alto de hastes longas, boas para atrair a atenção de
- insetos e reproduzir-se embaralhando seus genes com os de outra flor, distante. Mas, se notar
- que as condições estão ruins — o clima ficou frio ou quente demais, por exemplo —, a mesma
- violeta pode gerar flores de haste curta, que ficam escondidas pelas folhas e se autofecundam
- ainda em botão.
- Nesse caso, o alerta que vai determinar qual tipo de sexo elas vão praticar é dado por
- estruturas celulares especializadas, que registram alterações na intensidade da luz solar ou na
- quantidade de horas de escuro. “Uma planta é capaz de perceber mudanças mínimas na oferta
- de nutrientes ou mesmo detectar que os dias estão ficando mais curtos e, portanto, o inverno
- está chegando”, diz o biólogo Thales Kronenberger, especialista em biologia molecular e
- parasitologia.
Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/a-louca-vida- sexual-das-plantas/. Acesso em 09 out. 2018.
Da frase “um jardim é uma grande orgia”, o fragmento “uma grande orgia” corresponde ao seu:
As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
A louca vida sexual das plantas
- Mal entrou na puberdade e ela só quer, só pensa, em namorar. Uns argumentam que ainda é
- jovem, um botão em flor, mas isso nunca foi um grande problema para ela, que vem se
- preparando para desabrochar desde que era um brotinho. Apesar de ter criado raízes junto aos
- pais, sente que é hora de formar sua própria família e gerar seus rebentos. Para conceber as
- sementes dessa transformação silenciosa, a moça se insinua aos quatro ventos, ludibria os
- varões e cria sugestivas armadilhas. Se preciso, ela se vestirá de forma sensual e se cobrirá com
- perfumes, tudo para deixar sua herança na terra – e, com sorte, gerar bons frutos para as
- próximas gerações.
- Sob a ótica de uma flor, um jardim é uma grande orgia. Cactos e ipês fazem. Trepadeiras,
- claro, fazem. A mais prosaica violeta e a rosa caríssima fazem. De fato, assim que provaram o
- gostinho da coisa pela primeira vez, cerca de 145 milhões de anos atrás, 415 milhões de anos
- depois de a primeira alga verde chegar à terra firme, as plantas logo perceberam que o sexo
- poderia trazer benefícios interessantes. Vamos a eles.
- À primeira vista, o sexo parece pouco importante para as plantas. Isso porque a maior parte
- delas é hermafrodita: um mesmo indivíduo tem tanto um ovário, sua porção feminina, quanto
- grãos de pólen, pequenas estruturas que encerram os gametas masculinos. A reprodução
- sexuada, que leva o pólen até o ovário, não deveria, portanto, demandar grandes esforços. Mas
- não é isso que acontece na realidade. Uma flor só se entrega ao solitário prazer da fecundação
- própria quando sua sobrevivência está sob ameaça. É que um vegetal autofecundado cria
- descendentes geneticamente idênticos à mãe. Mal negócio. A reprodução sexuada junta e
- embaralha genes de dois indivíduos. O filho nasce com um código genético só dele (é
- precisamente o seu caso, leitor ou leitora – você é só um embaralhamento aleatório dos genes
- dos seus pais). A vantagem aí é que códigos genéticos novos produzem anticorpos inéditos na
- natureza. É uma bela vantagem do ponto de vista da espécie. Se um vírus mortal infectar todos
- os indivíduos de uma espécie, alguns vão sobreviver, já que provavelmente terão nascido com
- anticorpos que, por sorte, conseguem defende-los do ataque. Se todos tivessem os mesmos
- genes, um único ataque viral poderia exterminar a espécie inteira. É por isso que você faz sexo.
- Não houvesse essa pressão evolutiva, não existiriam pênis, vagina, tesão, orgasmo. Nada.
- Mas voltemos a falar de flores. Como não podem sair do lugar, as flores recorrem a aves,
- insetos e pequenos mamíferos — seus polinisadores — para misturar seu material genético ao de
- outras. Essa sacada garantiu às plantas floríferas uma diversidade enorme, se comparadas aos
- vegetais sem flor, como musgos, pinheiros e samambaias. Ainda assim, isso não quer dizer que
- uma flor jamais vai se fecundar sozinha. Há casos em que isso se torna necessário. Em condições
- normais, a violeta-africana produz flores no alto de hastes longas, boas para atrair a atenção de
- insetos e reproduzir-se embaralhando seus genes com os de outra flor, distante. Mas, se notar
- que as condições estão ruins — o clima ficou frio ou quente demais, por exemplo —, a mesma
- violeta pode gerar flores de haste curta, que ficam escondidas pelas folhas e se autofecundam
- ainda em botão.
- Nesse caso, o alerta que vai determinar qual tipo de sexo elas vão praticar é dado por
- estruturas celulares especializadas, que registram alterações na intensidade da luz solar ou na
- quantidade de horas de escuro. “Uma planta é capaz de perceber mudanças mínimas na oferta
- de nutrientes ou mesmo detectar que os dias estão ficando mais curtos e, portanto, o inverno
- está chegando”, diz o biólogo Thales Kronenberger, especialista em biologia molecular e
- parasitologia.
Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/a-louca-vida- sexual-das-plantas/. Acesso em 09 out. 2018.
Analise as seguintes proposições quanto ao uso da crase em frases do texto:
I. Na frase “415 milhões de anos depois de a primeira alga verde chegar à terra firme”, a crase deveria ser suprimida.
II. Na frase “À primeira vista, o sexo parece pouco importante para as plantas”, a crase deveria ser eliminada.
III. Na frase “Essa sacada garantiu às plantas floríferas uma diversidade enorme”, caso o verbo “garantir” fosse substituído pelo verbo “assegurar”, o acento indicativo de crase seria mantido.
Quais estão corretas?