Questões de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto para Concurso

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Q2542175 Português
CELULAR NA ESCOLA



Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões:

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade de os pais monitorarem seus filhos, mas se chegou a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.


Adaptado da Revista ensino fundamental, ano 4, nº 46. dez 2007, seção comportamento, p.6.
Em qual alternativa, existe um texto que afirma algo que NÃO foi declarado no texto 01?
Alternativas
Q2542174 Português
CELULAR NA ESCOLA



Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões:

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade de os pais monitorarem seus filhos, mas se chegou a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.


Adaptado da Revista ensino fundamental, ano 4, nº 46. dez 2007, seção comportamento, p.6.
Segundo Daniel Lobato, diretor do Colégio Pio XII, o celular
Alternativas
Q2542173 Português
CELULAR NA ESCOLA



Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões:

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade de os pais monitorarem seus filhos, mas se chegou a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.


Adaptado da Revista ensino fundamental, ano 4, nº 46. dez 2007, seção comportamento, p.6.
Depois de se instalarem no mercado, vinte anos depois, os celulares
Alternativas
Q2542172 Português
CELULAR NA ESCOLA



Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões:

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade de os pais monitorarem seus filhos, mas se chegou a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.


Adaptado da Revista ensino fundamental, ano 4, nº 46. dez 2007, seção comportamento, p.6.
Os celulares começaram a circular no mercado do Brasil,
Alternativas
Q2542171 Português
CELULAR NA ESCOLA



Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões:

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade de os pais monitorarem seus filhos, mas se chegou a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.


Adaptado da Revista ensino fundamental, ano 4, nº 46. dez 2007, seção comportamento, p.6.
O texto 01 apresenta como tema: 
Alternativas
Q2541914 Português
“Em suma: não é o mundo que vai acabar se deixarmos as mudanças climáticas rolarem soltas. Só o mundo como o conhecemos. E o que é o mundo senão o que você conhece? Pense em cada casa, escola, restaurante etc. que estão debaixo d’água no Rio Grande do Sul: nós somos os lugares em que vivemos, as memórias que cultivamos, as pessoas que amamos e até nossos objetos favoritos. O aquecimento global pode parecer um problema abstrato, mas já estamos experimentando suas consequências reais. Para as vítimas de tragédias ambientais, o mundo já acabou. E agora elas precisam reconstruí-lo.”

VAIANO, Bruno. O mundo não vai acabar. Mas vai. Superinteressante, 07 de maio de 2024. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/omundo-nao-vai-acabar-mas-vai/. Acesso em: 08 mai. 2024.


Qual é a temática que norteia o desenvolvimento do trecho apresentado?
Alternativas
Q2541912 Português
Mundo de curiosidades

CHC | 354


1. Cérebro em desenvolvimento

      Quando nascemos, o nosso cérebro não é considerado totalmente “pronto”. Ele continua crescendo e se desenvolvendo por muitos e muitos anos. Da gestação até os 3 anos de idade é quando o cérebro mais cresce. Esse período de amadurecimento inicial permite, por exemplo, que a criança se comunique, sente, ande e interaja com as pessoas. Já por volta dos 6 anos de idade, o córtex cerebral (a parte externa que todos chamam de “massa cinzenta”) completa seu desenvolvimento. Essa é a região responsável pela nossa capacidade de falar, prestar atenção numa aula, de usar o lápis para escrever nas linhas de um caderno, entre outras coisas. Na adolescência, por volta dos 14 anos, outras regiões amadurecem, permitindo o controle das emoções. Esse período dura mais tempo. Somente por volta dos 30 anos de idade é que o cérebro humano para de crescer. Acredita?


Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão
Universidade Federal Fluminense



2. Os carros voadores estão chegando?


         Você já deve ter andado em um carro, mas duvido que tenha voado em um! Os carros voadores, porém, já são realidade. Trata-se de um tipo novo de veículo que se parece com um carro, mas possui hélices como um helicóptero. São bem parecidos também com um drone, só que maiores, como um carro de verdade, com hélices bem grandes. Outra curiosidade é que eles podem transportar passageiros sem a presença de um piloto. Sim! Eles voam de forma autônoma.

       A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves) está desenvolvendo o primeiro carro voador do Brasil. Outros estão em construção em países como China e Austrália. O que você acharia de voar de carro por aí?

Kalinka Branco
Laboratório de Sistemas Embarcados Críticos
Departamento de Sistemas de Computação
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
Universidade de São Paulo



3. Emigração ou imigração? 

   Emigração e imigração são termos que ______ (faz/fazem) referência a movimentos de deslocamento de populações no mundo, em busca de moradia fixa em outra região ou país. Atualmente, cerca de oito bilhões de pessoas ______ (habita/habitam) nosso planeta, distribuídas por diferentes partes e com situações de vida distintas. É justamente em função destes diferentes contextos que ______ (ocorre/ocorrem) as migrações.

     Emigração é o movimento de saída do local de moradia em busca de uma nova residência em outra região ou país. Dentre os fatores que ______ (leva/levam) as pessoas a saírem estão pobreza, desemprego e risco de vida, seja por guerra ou por mudanças climáticas.

      Já a imigração é o movimento de entrada em uma nova região ou país para estabelecer moradia. Dentre os fatores que mais atraem as pessoas para isso ______ (está/estão) melhores oportunidades de emprego, estudo e qualidade de vida, além da própria sobrevivência.


Deborah da Costa Fontenelle
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
(CAp-Uerj)



4. Época das frutas


     [As] frutas produzidas por cada espécie de vegetal passam por seus próprios processos de amadurecimento. E estes processos estão ligados a condições do solo e do clima, como temperatura e volume de chuvas. Há frutas que se dão melhor em estações mais frias e com pouco sol, por exemplo, enquanto outras, precisam de temperaturas mais altas. São [as] chamadas “frutas da época” ou “frutas da estação”, e é natural que se desenvolvam melhor e captem mais nutrientes do solo em condições favoráveis. Além de serem mais saborosas, seus valores nutricionais também são maiores.

         Outro fato importante é que o combate [a] pragas costuma ser mais intenso em plantações fora de época. Assim, [as] frutas cultivadas em suas épocas específicas necessitam muito pouco ou nenhum agrotóxico. Viu só? O consumo de frutas da estação é uma maneira saudável e consciente de garantir [a] sustentabilidade da produção e torná-la mais segura para o planeta!



Ana Paula Gelli de Faria
Departamento de Botânica
Universidade Federal de Juiz de Fora


MUNDO de curiosidades (seção). Ciência Hoje das Crianças, ed. 354, maio de 2024. Disponível em: https://chc.org.br/artigo/mundo-de-curiosidades-354/. Acesso em: 04 mai. 2024. Adaptado.
Segundo o texto “Época das frutas”, as chamadas “frutas da estação”:
Alternativas
Q2541908 Português
Mundo de curiosidades

CHC | 354


1. Cérebro em desenvolvimento

      Quando nascemos, o nosso cérebro não é considerado totalmente “pronto”. Ele continua crescendo e se desenvolvendo por muitos e muitos anos. Da gestação até os 3 anos de idade é quando o cérebro mais cresce. Esse período de amadurecimento inicial permite, por exemplo, que a criança se comunique, sente, ande e interaja com as pessoas. Já por volta dos 6 anos de idade, o córtex cerebral (a parte externa que todos chamam de “massa cinzenta”) completa seu desenvolvimento. Essa é a região responsável pela nossa capacidade de falar, prestar atenção numa aula, de usar o lápis para escrever nas linhas de um caderno, entre outras coisas. Na adolescência, por volta dos 14 anos, outras regiões amadurecem, permitindo o controle das emoções. Esse período dura mais tempo. Somente por volta dos 30 anos de idade é que o cérebro humano para de crescer. Acredita?


Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão
Universidade Federal Fluminense



2. Os carros voadores estão chegando?


         Você já deve ter andado em um carro, mas duvido que tenha voado em um! Os carros voadores, porém, já são realidade. Trata-se de um tipo novo de veículo que se parece com um carro, mas possui hélices como um helicóptero. São bem parecidos também com um drone, só que maiores, como um carro de verdade, com hélices bem grandes. Outra curiosidade é que eles podem transportar passageiros sem a presença de um piloto. Sim! Eles voam de forma autônoma.

       A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves) está desenvolvendo o primeiro carro voador do Brasil. Outros estão em construção em países como China e Austrália. O que você acharia de voar de carro por aí?

Kalinka Branco
Laboratório de Sistemas Embarcados Críticos
Departamento de Sistemas de Computação
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
Universidade de São Paulo



3. Emigração ou imigração? 

   Emigração e imigração são termos que ______ (faz/fazem) referência a movimentos de deslocamento de populações no mundo, em busca de moradia fixa em outra região ou país. Atualmente, cerca de oito bilhões de pessoas ______ (habita/habitam) nosso planeta, distribuídas por diferentes partes e com situações de vida distintas. É justamente em função destes diferentes contextos que ______ (ocorre/ocorrem) as migrações.

     Emigração é o movimento de saída do local de moradia em busca de uma nova residência em outra região ou país. Dentre os fatores que ______ (leva/levam) as pessoas a saírem estão pobreza, desemprego e risco de vida, seja por guerra ou por mudanças climáticas.

      Já a imigração é o movimento de entrada em uma nova região ou país para estabelecer moradia. Dentre os fatores que mais atraem as pessoas para isso ______ (está/estão) melhores oportunidades de emprego, estudo e qualidade de vida, além da própria sobrevivência.


Deborah da Costa Fontenelle
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
(CAp-Uerj)



4. Época das frutas


     [As] frutas produzidas por cada espécie de vegetal passam por seus próprios processos de amadurecimento. E estes processos estão ligados a condições do solo e do clima, como temperatura e volume de chuvas. Há frutas que se dão melhor em estações mais frias e com pouco sol, por exemplo, enquanto outras, precisam de temperaturas mais altas. São [as] chamadas “frutas da época” ou “frutas da estação”, e é natural que se desenvolvam melhor e captem mais nutrientes do solo em condições favoráveis. Além de serem mais saborosas, seus valores nutricionais também são maiores.

         Outro fato importante é que o combate [a] pragas costuma ser mais intenso em plantações fora de época. Assim, [as] frutas cultivadas em suas épocas específicas necessitam muito pouco ou nenhum agrotóxico. Viu só? O consumo de frutas da estação é uma maneira saudável e consciente de garantir [a] sustentabilidade da produção e torná-la mais segura para o planeta!



Ana Paula Gelli de Faria
Departamento de Botânica
Universidade Federal de Juiz de Fora


MUNDO de curiosidades (seção). Ciência Hoje das Crianças, ed. 354, maio de 2024. Disponível em: https://chc.org.br/artigo/mundo-de-curiosidades-354/. Acesso em: 04 mai. 2024. Adaptado.
No texto “Os carros voadores estão chegando?”, é mencionado o chamado carro autônomo, um veículo que, de acordo com o texto, é capaz de se movimentar de maneira:
Alternativas
Q2541906 Português
Mundo de curiosidades

CHC | 354


1. Cérebro em desenvolvimento

      Quando nascemos, o nosso cérebro não é considerado totalmente “pronto”. Ele continua crescendo e se desenvolvendo por muitos e muitos anos. Da gestação até os 3 anos de idade é quando o cérebro mais cresce. Esse período de amadurecimento inicial permite, por exemplo, que a criança se comunique, sente, ande e interaja com as pessoas. Já por volta dos 6 anos de idade, o córtex cerebral (a parte externa que todos chamam de “massa cinzenta”) completa seu desenvolvimento. Essa é a região responsável pela nossa capacidade de falar, prestar atenção numa aula, de usar o lápis para escrever nas linhas de um caderno, entre outras coisas. Na adolescência, por volta dos 14 anos, outras regiões amadurecem, permitindo o controle das emoções. Esse período dura mais tempo. Somente por volta dos 30 anos de idade é que o cérebro humano para de crescer. Acredita?


Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão
Universidade Federal Fluminense



2. Os carros voadores estão chegando?


         Você já deve ter andado em um carro, mas duvido que tenha voado em um! Os carros voadores, porém, já são realidade. Trata-se de um tipo novo de veículo que se parece com um carro, mas possui hélices como um helicóptero. São bem parecidos também com um drone, só que maiores, como um carro de verdade, com hélices bem grandes. Outra curiosidade é que eles podem transportar passageiros sem a presença de um piloto. Sim! Eles voam de forma autônoma.

       A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves) está desenvolvendo o primeiro carro voador do Brasil. Outros estão em construção em países como China e Austrália. O que você acharia de voar de carro por aí?

Kalinka Branco
Laboratório de Sistemas Embarcados Críticos
Departamento de Sistemas de Computação
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
Universidade de São Paulo



3. Emigração ou imigração? 

   Emigração e imigração são termos que ______ (faz/fazem) referência a movimentos de deslocamento de populações no mundo, em busca de moradia fixa em outra região ou país. Atualmente, cerca de oito bilhões de pessoas ______ (habita/habitam) nosso planeta, distribuídas por diferentes partes e com situações de vida distintas. É justamente em função destes diferentes contextos que ______ (ocorre/ocorrem) as migrações.

     Emigração é o movimento de saída do local de moradia em busca de uma nova residência em outra região ou país. Dentre os fatores que ______ (leva/levam) as pessoas a saírem estão pobreza, desemprego e risco de vida, seja por guerra ou por mudanças climáticas.

      Já a imigração é o movimento de entrada em uma nova região ou país para estabelecer moradia. Dentre os fatores que mais atraem as pessoas para isso ______ (está/estão) melhores oportunidades de emprego, estudo e qualidade de vida, além da própria sobrevivência.


Deborah da Costa Fontenelle
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
(CAp-Uerj)



4. Época das frutas


     [As] frutas produzidas por cada espécie de vegetal passam por seus próprios processos de amadurecimento. E estes processos estão ligados a condições do solo e do clima, como temperatura e volume de chuvas. Há frutas que se dão melhor em estações mais frias e com pouco sol, por exemplo, enquanto outras, precisam de temperaturas mais altas. São [as] chamadas “frutas da época” ou “frutas da estação”, e é natural que se desenvolvam melhor e captem mais nutrientes do solo em condições favoráveis. Além de serem mais saborosas, seus valores nutricionais também são maiores.

         Outro fato importante é que o combate [a] pragas costuma ser mais intenso em plantações fora de época. Assim, [as] frutas cultivadas em suas épocas específicas necessitam muito pouco ou nenhum agrotóxico. Viu só? O consumo de frutas da estação é uma maneira saudável e consciente de garantir [a] sustentabilidade da produção e torná-la mais segura para o planeta!



Ana Paula Gelli de Faria
Departamento de Botânica
Universidade Federal de Juiz de Fora


MUNDO de curiosidades (seção). Ciência Hoje das Crianças, ed. 354, maio de 2024. Disponível em: https://chc.org.br/artigo/mundo-de-curiosidades-354/. Acesso em: 04 mai. 2024. Adaptado.
De acordo com o texto “Cérebro em desenvolvimento”:
Alternativas
Q2541213 Português
A onça e o gato


    A onça pediu ao gato para lhe ensinar a pular e o gato prontamente lhe ensinou. Depois, indo juntos para a fonte beber água, fizeram uma aposta para ver quem pulava mais.

   Chegando à fonte, encontraram lá o calango, e então disse a onça para o gato: “Compadre, vamos ver quem de um só pulo pula o camarada calango?”

     — “Vamos”, disse o gato. “Só você pulando adiante”, disse a onça. O gato pulou em cima do calango, a onça pulou em cima do gato. Então o gato pulou de banda e escapou.

    A onça ficou desapontada e disse: “Assim, compadre gato, é que você me ensinou?! Principiou e não acabou...”

    O gato respondeu: “Nem tudo os mestres ensinam aos seus aprendizes”.


(Disponível em: www.culturagenial.com/contos populares. Acesso em: 29/02/2021.)
Sobre os personagens da história, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2541212 Português
A onça e o gato


    A onça pediu ao gato para lhe ensinar a pular e o gato prontamente lhe ensinou. Depois, indo juntos para a fonte beber água, fizeram uma aposta para ver quem pulava mais.

   Chegando à fonte, encontraram lá o calango, e então disse a onça para o gato: “Compadre, vamos ver quem de um só pulo pula o camarada calango?”

     — “Vamos”, disse o gato. “Só você pulando adiante”, disse a onça. O gato pulou em cima do calango, a onça pulou em cima do gato. Então o gato pulou de banda e escapou.

    A onça ficou desapontada e disse: “Assim, compadre gato, é que você me ensinou?! Principiou e não acabou...”

    O gato respondeu: “Nem tudo os mestres ensinam aos seus aprendizes”.


(Disponível em: www.culturagenial.com/contos populares. Acesso em: 29/02/2021.)
Esse conto popular narra uma história que serve para refletir sobre
Alternativas
Q2541208 Português
As festas de carnaval


    O carnaval é uma festa brasileira muito conhecida em todo o mundo. Nela, as pessoas se fantasiam de diversas formas.

    Quem vai a esse tipo de comemoração, o folião, costuma se divertir muito ao longo de todo o evento.

    Além de fantasias, a festa possui sempre algum tipo de música que é tocada em volume muito alto, para que muitas pessoas possam ouvi-la. Na região Nordeste do Brasil, as músicas mais tocadas durante o carnaval são aquelas consideradas do estilo “Axé”. Na região Sudeste, o “funk” é o principal ritmo presente na comemoração.

    Há também os desfiles de escolas de samba, que reúnem uma grande quantidade de pessoas para que sejam realizados todos os anos. Artistas famosos e outras celebridades costumam desfilar em carros dessas escolas de samba.

    O carnaval é um evento que atrai muitos turistas estrangeiros para o país. Diversos trabalhadores também conseguem lucrar com a venda de produtos nessa época do ano.
    
    Em cidades do interior do país, há a realização de blocos onde os foliões se divertem de forma diferente dos demais locais. Geralmente os blocos costumam reunir muitas pessoas em torno de um carro chamado trio-elétrico, onde há sempre um ou mais cantores que animam a festa.

  Até mesmo quem trabalha nos dias de carnaval costuma se divertir durante as comemorações.

      Muitas pessoas fazem novas amizades nessa época do ano.


(Disponível em: www.lingua.com/pt. Acesso em: 27/02/2024.)
Sobre o carnaval brasileiro, o texto NÃO faz referência
Alternativas
Q2541206 Português
O homem pantaneiro é muito ligado à terra. Muitos moradores não pretendem sair da região. E não é pra menos: além das paisagens, e do mais lindo pôr-do-sol do Brasil Central, o Pantanal é um santuário de animais selvagens. Um morador do Pantanal do rio Cuiabá, olhando para um bando de aves, voando sobre veados e capivaras, exclamou: “O Pantanal parece com o mundo no primeiro dia da criação”.

(SALDANHA, P. Os pantanais. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.) 
Esse texto tem como intenção
Alternativas
Q2540793 Português
DUAS OU TRÊS PALAVRAS A RESPEITO DE
NEUTRALIDADE POLÍTICA 

        O KRISIS vem a público manifestar-se criticamente diante das propostas legislativas que visam constituir o Programa Escola sem Partido. Esse Programa pretende controlar a forma e a função do ensino, tornando obrigatório um conjunto de procedimentos para os professores, resguardando a educação do “abuso da liberdade de ensinar”. Evitando com isso qualquer tipo de “doutrinação” nas escolas, o que incluiria de forma bastante combativa a “teoria ou ideologia de gênero” e qualquer “cooptação político-partidária ou ideológica”. É um Programa, portanto, que se arvora na responsabilidade de substanciar a educação nacional atendendo aos seguintes princípios: neutralidade (política, ideológica e religiosa do Estado), pluralismo (de ideias no ambiente escolar), liberdade (de aprender e de ensinar, de consciência e de crença), vulnerabilidade (do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado) e direito (compreendido como liberdade de consciência e de crença do aluno, em acordo com as convicções dos pais). Configura-se assim como um esforço para evidenciar os alegados perigos do que chama de “prática da doutrinação política e ideológica nas escolas”. Mas esse esforço de mostrar com clareza, lucidez e iluminação apresentam seus próprios problemas. 

        Afinal de contas, cada época possui a sua confortável e danosa iluminação – poder-se-ia dizer em companhia do filósofo italiano, Giorgio Agamben. As luzes do tempo são como métricas ou normalizações, irradiando um senso majoritário que deve servir ao pensamento e à moral, ou, de todo modo, ao debate das questões públicas. Como tal, elas fazem da escuridão uma condição privativa de visão, como se só pudéssemos enxergar sob as condições positivas e adequadas propiciadas pela incidência de luz. Luz versus escuridão, uma diferença absoluta… e quase já podemos ver outros pares conformadores do nosso pensamento e moral: bem/mal, belo/feio, normal/patológico, razão/loucura, real/imaginário, ciência/ideologia. Contra essas oposições espúrias, cada época também possuiu suas resistências, suas/seus renitentes perambuladoras/es de trevas em trevas, suficientemente habilidosas/os e corajosas/os para desinibir as células periféricas de suas retinas (off-cells) com as quais puderam exercer aquela experiência singular de visão que se processa toda vez que apagamos as luzes e damos o tempo necessário para que os nossos olhos se acostumem à nova condição. O escuro, se nos guiarmos pelos passos dessas/es intercessoras/es, já não poderá ser tomado como uma privação, como mera carência/falta de luz. Mas como outra condição de visão. Aqueles que assim enxergam, tornam-se portadores de outros pontos de vista! Capazes, portanto, de denunciar aquilo que, em suas épocas, era considerado o modo adequado de pensar, de agir, de desejar. Pois cada época erige seus próprios malvados, horríveis, doentes, loucos, selvagens, pseudocientistas. Apenas para lembrar dois formidáveis abusos de época, acompanhando a crítica de Claude Lévi-Strauss, em Totemismo hoje, a pintura de El Greco já foi considerada resultado de uma doença em seu globo ocular, assim como a noção psiquiátrica de histeria serviu para patologizar “os fenômenos humanos que os sábios preferiam considerar exteriores a seu universo moral, a fim de proteger a boa consciência que sentiam em face deste”. 

        As luzes da nossa época também nos convidam a agir com razoabilidade, empurrando para fora do círculo da nossa boa consciência aquilo que reclama pela singularidade. A bola da vez: as exigências das políticas da diferença. O mecanismo: dizer que são políticas! Curioso reaparecimento do positivismo (Ele havia desaparecido? Não!). Curiosa adesão à neutralidade, suspeitamente ligada aos modos majoritários (o que não significa maiorias quantitativas) de nossa existência. Assim, um ensino branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto, adequa-se ao imperativo da neutralidade, afinal, conforma-se à norma predominante e não exige das/os alunas/os a convivência com a diferença, com as/os diferentes, com as/os outras/os. Eis a iluminação do movimento Escola sem Partido, sua POLÍTICA constituída em camadas geológico-morais bastante profundas. Tudo seria mais fácil se se tratasse apenas de uma disputa legislativa em torno do Projeto de Lei do Senado nº 193 (2016), do Projeto de Lei nº 1.411 (2015) e do Projeto de Lei nº 867/20153. 

        Neutralidade é uma noção positivista para denotar em filosofia da ciência a relação de imparcialidade (sempre difícil e discutível) entre o pesquisador e seu objeto. Trata-se de uma prerrogativa por parte do pesquisador de conduzir seus experimentos empíricos sem prenoções axiológicas frente aos fenômenos, com o objetivo de expulsar a política e a moral dos domínios científicos. Neutralidade responde em ciências à sua própria singularidade, de uma busca do ponto arquimediano onde a verdade pode ser alcançada por um sujeito universal (branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto) produzido artificialmente através de experiências. O problema é que essas noções de neutralidade em ciências começaram a ser mobilizadas para registros onde não podem funcionar do mesmo modo. O caso mais claro: na política. E somente por isso, estas são duas vocações diferentes (disso não se pode esquecer). Em política, neutralidade assume um significado completamente diferente do que no âmbito da ciência. Ao contrário de implicar uma não-posição artificial, em política, neutralidade significa uma tomada de posição inativa frente aos acontecimentos. Trata-se de uma posição conservadora e não implicada, refratária à transformação. Neutralidade aqui é uma força para a manutenção do status quo, e, portanto, significa imediatamente assumir uma posição política que resguarda os modos majoritários de existência.

        Eis um desejo estratégico de algumas formas de liberalismo avançado, uma leitura tecnocrata de posicionamentos políticos, e que pretendem fazer convergir política e justiça num mesmo véu positivista, no qual a moral e os bons costumes coincidem com o que se quer conservar. Em política não existe ponto arquimediano! Exatamente porque não existe um ponto fora da terra e dos assuntos políticos. Sob esse registro, a voga da neutralidade política de nosso tempo significa, mais uma vez, a manutenção virulenta e autoritária de interesses escusos de um grupo de pessoas irritadas com qualquer pluralidade – curiosamente, em nome da pluralidade!. Só que dessa vez, a falácia da neutralidade cria o benefício estratégico de não tornar os sujeitos responsáveis por suas posições conservadoras. Essa tentativa retórica e falaciosa torna-se clara, toda vez que uma posição política é tomada como o negativo e como alvo de acusação. Porque contra a política se pretende colocar uma posição de imparcialidade onde ela não tem sentido. Porque em política os sujeitos devem ser responsáveis por suas posições.  

        Imparcialidade em política, assim, significa ou tolice ou uma espúria e covarde estratégia de fazer coincidir política e Estado. Afirmar que o Estado é neutro, como rezam literalmente os Projetos de Lei mencionados, e que por isso os professores devem ser neutros, é uma ladainha impositiva de uma posição política desejada: segundo a qual os professores devem conservar o status quo! Ora, isso nos parece uma forma de doutrinação estabelecida por meio de projetos de leis que reforçam “princípios” constitucionais compreendidos de forma totalmente arbitrária, e que por isso mesmo precisam ser “reforçados”. Aliás, não existe no texto da constituição nenhum princípio de neutralidade como os projetos de lei fazem parecer, mas somente em algumas teorias políticas interessadas! 

        Assim, de nossa parte, cabe afirmar que essas formas de ação conservadora são posicionamentos políticos que estão completamente em desacordo com a educação política, crítica e plural que defendemos, na qual se ensina e se apreende a debater e conviver com as diferenças, mesmo quando não se tem apreço por elas. Exatamente o que os referidos projetos de lei vilipendiam ao tentar instituir por meio do Direito aquilo que já há algum tempo é a “forma correta de pensar, agir e viver”, e que do ponto de vista dos proponentes, felizmente coincide com as suas convicções políticas, morais e religiosas. 


(Por Adalton Marques, Gabriel Pugliese e Delcides Marques. Site KRISIS – Laboratório de Antropologia Crítica. Publicado em 19/04/2022. Disponível em https://krisis.univasf.edu.br/index.php/2022/04/19/neu tralidadepolitica).  
Conforme o texto, qual é o principal reparo aos projetos de lei que propugnam a neutralidade política no âmbito educacional? 
Alternativas
Q2540792 Português
DUAS OU TRÊS PALAVRAS A RESPEITO DE
NEUTRALIDADE POLÍTICA 

        O KRISIS vem a público manifestar-se criticamente diante das propostas legislativas que visam constituir o Programa Escola sem Partido. Esse Programa pretende controlar a forma e a função do ensino, tornando obrigatório um conjunto de procedimentos para os professores, resguardando a educação do “abuso da liberdade de ensinar”. Evitando com isso qualquer tipo de “doutrinação” nas escolas, o que incluiria de forma bastante combativa a “teoria ou ideologia de gênero” e qualquer “cooptação político-partidária ou ideológica”. É um Programa, portanto, que se arvora na responsabilidade de substanciar a educação nacional atendendo aos seguintes princípios: neutralidade (política, ideológica e religiosa do Estado), pluralismo (de ideias no ambiente escolar), liberdade (de aprender e de ensinar, de consciência e de crença), vulnerabilidade (do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado) e direito (compreendido como liberdade de consciência e de crença do aluno, em acordo com as convicções dos pais). Configura-se assim como um esforço para evidenciar os alegados perigos do que chama de “prática da doutrinação política e ideológica nas escolas”. Mas esse esforço de mostrar com clareza, lucidez e iluminação apresentam seus próprios problemas. 

        Afinal de contas, cada época possui a sua confortável e danosa iluminação – poder-se-ia dizer em companhia do filósofo italiano, Giorgio Agamben. As luzes do tempo são como métricas ou normalizações, irradiando um senso majoritário que deve servir ao pensamento e à moral, ou, de todo modo, ao debate das questões públicas. Como tal, elas fazem da escuridão uma condição privativa de visão, como se só pudéssemos enxergar sob as condições positivas e adequadas propiciadas pela incidência de luz. Luz versus escuridão, uma diferença absoluta… e quase já podemos ver outros pares conformadores do nosso pensamento e moral: bem/mal, belo/feio, normal/patológico, razão/loucura, real/imaginário, ciência/ideologia. Contra essas oposições espúrias, cada época também possuiu suas resistências, suas/seus renitentes perambuladoras/es de trevas em trevas, suficientemente habilidosas/os e corajosas/os para desinibir as células periféricas de suas retinas (off-cells) com as quais puderam exercer aquela experiência singular de visão que se processa toda vez que apagamos as luzes e damos o tempo necessário para que os nossos olhos se acostumem à nova condição. O escuro, se nos guiarmos pelos passos dessas/es intercessoras/es, já não poderá ser tomado como uma privação, como mera carência/falta de luz. Mas como outra condição de visão. Aqueles que assim enxergam, tornam-se portadores de outros pontos de vista! Capazes, portanto, de denunciar aquilo que, em suas épocas, era considerado o modo adequado de pensar, de agir, de desejar. Pois cada época erige seus próprios malvados, horríveis, doentes, loucos, selvagens, pseudocientistas. Apenas para lembrar dois formidáveis abusos de época, acompanhando a crítica de Claude Lévi-Strauss, em Totemismo hoje, a pintura de El Greco já foi considerada resultado de uma doença em seu globo ocular, assim como a noção psiquiátrica de histeria serviu para patologizar “os fenômenos humanos que os sábios preferiam considerar exteriores a seu universo moral, a fim de proteger a boa consciência que sentiam em face deste”. 

        As luzes da nossa época também nos convidam a agir com razoabilidade, empurrando para fora do círculo da nossa boa consciência aquilo que reclama pela singularidade. A bola da vez: as exigências das políticas da diferença. O mecanismo: dizer que são políticas! Curioso reaparecimento do positivismo (Ele havia desaparecido? Não!). Curiosa adesão à neutralidade, suspeitamente ligada aos modos majoritários (o que não significa maiorias quantitativas) de nossa existência. Assim, um ensino branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto, adequa-se ao imperativo da neutralidade, afinal, conforma-se à norma predominante e não exige das/os alunas/os a convivência com a diferença, com as/os diferentes, com as/os outras/os. Eis a iluminação do movimento Escola sem Partido, sua POLÍTICA constituída em camadas geológico-morais bastante profundas. Tudo seria mais fácil se se tratasse apenas de uma disputa legislativa em torno do Projeto de Lei do Senado nº 193 (2016), do Projeto de Lei nº 1.411 (2015) e do Projeto de Lei nº 867/20153. 

        Neutralidade é uma noção positivista para denotar em filosofia da ciência a relação de imparcialidade (sempre difícil e discutível) entre o pesquisador e seu objeto. Trata-se de uma prerrogativa por parte do pesquisador de conduzir seus experimentos empíricos sem prenoções axiológicas frente aos fenômenos, com o objetivo de expulsar a política e a moral dos domínios científicos. Neutralidade responde em ciências à sua própria singularidade, de uma busca do ponto arquimediano onde a verdade pode ser alcançada por um sujeito universal (branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto) produzido artificialmente através de experiências. O problema é que essas noções de neutralidade em ciências começaram a ser mobilizadas para registros onde não podem funcionar do mesmo modo. O caso mais claro: na política. E somente por isso, estas são duas vocações diferentes (disso não se pode esquecer). Em política, neutralidade assume um significado completamente diferente do que no âmbito da ciência. Ao contrário de implicar uma não-posição artificial, em política, neutralidade significa uma tomada de posição inativa frente aos acontecimentos. Trata-se de uma posição conservadora e não implicada, refratária à transformação. Neutralidade aqui é uma força para a manutenção do status quo, e, portanto, significa imediatamente assumir uma posição política que resguarda os modos majoritários de existência.

        Eis um desejo estratégico de algumas formas de liberalismo avançado, uma leitura tecnocrata de posicionamentos políticos, e que pretendem fazer convergir política e justiça num mesmo véu positivista, no qual a moral e os bons costumes coincidem com o que se quer conservar. Em política não existe ponto arquimediano! Exatamente porque não existe um ponto fora da terra e dos assuntos políticos. Sob esse registro, a voga da neutralidade política de nosso tempo significa, mais uma vez, a manutenção virulenta e autoritária de interesses escusos de um grupo de pessoas irritadas com qualquer pluralidade – curiosamente, em nome da pluralidade!. Só que dessa vez, a falácia da neutralidade cria o benefício estratégico de não tornar os sujeitos responsáveis por suas posições conservadoras. Essa tentativa retórica e falaciosa torna-se clara, toda vez que uma posição política é tomada como o negativo e como alvo de acusação. Porque contra a política se pretende colocar uma posição de imparcialidade onde ela não tem sentido. Porque em política os sujeitos devem ser responsáveis por suas posições.  

        Imparcialidade em política, assim, significa ou tolice ou uma espúria e covarde estratégia de fazer coincidir política e Estado. Afirmar que o Estado é neutro, como rezam literalmente os Projetos de Lei mencionados, e que por isso os professores devem ser neutros, é uma ladainha impositiva de uma posição política desejada: segundo a qual os professores devem conservar o status quo! Ora, isso nos parece uma forma de doutrinação estabelecida por meio de projetos de leis que reforçam “princípios” constitucionais compreendidos de forma totalmente arbitrária, e que por isso mesmo precisam ser “reforçados”. Aliás, não existe no texto da constituição nenhum princípio de neutralidade como os projetos de lei fazem parecer, mas somente em algumas teorias políticas interessadas! 

        Assim, de nossa parte, cabe afirmar que essas formas de ação conservadora são posicionamentos políticos que estão completamente em desacordo com a educação política, crítica e plural que defendemos, na qual se ensina e se apreende a debater e conviver com as diferenças, mesmo quando não se tem apreço por elas. Exatamente o que os referidos projetos de lei vilipendiam ao tentar instituir por meio do Direito aquilo que já há algum tempo é a “forma correta de pensar, agir e viver”, e que do ponto de vista dos proponentes, felizmente coincide com as suas convicções políticas, morais e religiosas. 


(Por Adalton Marques, Gabriel Pugliese e Delcides Marques. Site KRISIS – Laboratório de Antropologia Crítica. Publicado em 19/04/2022. Disponível em https://krisis.univasf.edu.br/index.php/2022/04/19/neu tralidadepolitica).  
Qual é o cerne da crítica apresentada pelo texto em relação à noção de neutralidade política advogada pelos propositores do Programa Escola sem Partido? 
Alternativas
Q2540791 Português
DUAS OU TRÊS PALAVRAS A RESPEITO DE
NEUTRALIDADE POLÍTICA 

        O KRISIS vem a público manifestar-se criticamente diante das propostas legislativas que visam constituir o Programa Escola sem Partido. Esse Programa pretende controlar a forma e a função do ensino, tornando obrigatório um conjunto de procedimentos para os professores, resguardando a educação do “abuso da liberdade de ensinar”. Evitando com isso qualquer tipo de “doutrinação” nas escolas, o que incluiria de forma bastante combativa a “teoria ou ideologia de gênero” e qualquer “cooptação político-partidária ou ideológica”. É um Programa, portanto, que se arvora na responsabilidade de substanciar a educação nacional atendendo aos seguintes princípios: neutralidade (política, ideológica e religiosa do Estado), pluralismo (de ideias no ambiente escolar), liberdade (de aprender e de ensinar, de consciência e de crença), vulnerabilidade (do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado) e direito (compreendido como liberdade de consciência e de crença do aluno, em acordo com as convicções dos pais). Configura-se assim como um esforço para evidenciar os alegados perigos do que chama de “prática da doutrinação política e ideológica nas escolas”. Mas esse esforço de mostrar com clareza, lucidez e iluminação apresentam seus próprios problemas. 

        Afinal de contas, cada época possui a sua confortável e danosa iluminação – poder-se-ia dizer em companhia do filósofo italiano, Giorgio Agamben. As luzes do tempo são como métricas ou normalizações, irradiando um senso majoritário que deve servir ao pensamento e à moral, ou, de todo modo, ao debate das questões públicas. Como tal, elas fazem da escuridão uma condição privativa de visão, como se só pudéssemos enxergar sob as condições positivas e adequadas propiciadas pela incidência de luz. Luz versus escuridão, uma diferença absoluta… e quase já podemos ver outros pares conformadores do nosso pensamento e moral: bem/mal, belo/feio, normal/patológico, razão/loucura, real/imaginário, ciência/ideologia. Contra essas oposições espúrias, cada época também possuiu suas resistências, suas/seus renitentes perambuladoras/es de trevas em trevas, suficientemente habilidosas/os e corajosas/os para desinibir as células periféricas de suas retinas (off-cells) com as quais puderam exercer aquela experiência singular de visão que se processa toda vez que apagamos as luzes e damos o tempo necessário para que os nossos olhos se acostumem à nova condição. O escuro, se nos guiarmos pelos passos dessas/es intercessoras/es, já não poderá ser tomado como uma privação, como mera carência/falta de luz. Mas como outra condição de visão. Aqueles que assim enxergam, tornam-se portadores de outros pontos de vista! Capazes, portanto, de denunciar aquilo que, em suas épocas, era considerado o modo adequado de pensar, de agir, de desejar. Pois cada época erige seus próprios malvados, horríveis, doentes, loucos, selvagens, pseudocientistas. Apenas para lembrar dois formidáveis abusos de época, acompanhando a crítica de Claude Lévi-Strauss, em Totemismo hoje, a pintura de El Greco já foi considerada resultado de uma doença em seu globo ocular, assim como a noção psiquiátrica de histeria serviu para patologizar “os fenômenos humanos que os sábios preferiam considerar exteriores a seu universo moral, a fim de proteger a boa consciência que sentiam em face deste”. 

        As luzes da nossa época também nos convidam a agir com razoabilidade, empurrando para fora do círculo da nossa boa consciência aquilo que reclama pela singularidade. A bola da vez: as exigências das políticas da diferença. O mecanismo: dizer que são políticas! Curioso reaparecimento do positivismo (Ele havia desaparecido? Não!). Curiosa adesão à neutralidade, suspeitamente ligada aos modos majoritários (o que não significa maiorias quantitativas) de nossa existência. Assim, um ensino branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto, adequa-se ao imperativo da neutralidade, afinal, conforma-se à norma predominante e não exige das/os alunas/os a convivência com a diferença, com as/os diferentes, com as/os outras/os. Eis a iluminação do movimento Escola sem Partido, sua POLÍTICA constituída em camadas geológico-morais bastante profundas. Tudo seria mais fácil se se tratasse apenas de uma disputa legislativa em torno do Projeto de Lei do Senado nº 193 (2016), do Projeto de Lei nº 1.411 (2015) e do Projeto de Lei nº 867/20153. 

        Neutralidade é uma noção positivista para denotar em filosofia da ciência a relação de imparcialidade (sempre difícil e discutível) entre o pesquisador e seu objeto. Trata-se de uma prerrogativa por parte do pesquisador de conduzir seus experimentos empíricos sem prenoções axiológicas frente aos fenômenos, com o objetivo de expulsar a política e a moral dos domínios científicos. Neutralidade responde em ciências à sua própria singularidade, de uma busca do ponto arquimediano onde a verdade pode ser alcançada por um sujeito universal (branco, cristão, macho, heteronormativo, liberal, adulto) produzido artificialmente através de experiências. O problema é que essas noções de neutralidade em ciências começaram a ser mobilizadas para registros onde não podem funcionar do mesmo modo. O caso mais claro: na política. E somente por isso, estas são duas vocações diferentes (disso não se pode esquecer). Em política, neutralidade assume um significado completamente diferente do que no âmbito da ciência. Ao contrário de implicar uma não-posição artificial, em política, neutralidade significa uma tomada de posição inativa frente aos acontecimentos. Trata-se de uma posição conservadora e não implicada, refratária à transformação. Neutralidade aqui é uma força para a manutenção do status quo, e, portanto, significa imediatamente assumir uma posição política que resguarda os modos majoritários de existência.

        Eis um desejo estratégico de algumas formas de liberalismo avançado, uma leitura tecnocrata de posicionamentos políticos, e que pretendem fazer convergir política e justiça num mesmo véu positivista, no qual a moral e os bons costumes coincidem com o que se quer conservar. Em política não existe ponto arquimediano! Exatamente porque não existe um ponto fora da terra e dos assuntos políticos. Sob esse registro, a voga da neutralidade política de nosso tempo significa, mais uma vez, a manutenção virulenta e autoritária de interesses escusos de um grupo de pessoas irritadas com qualquer pluralidade – curiosamente, em nome da pluralidade!. Só que dessa vez, a falácia da neutralidade cria o benefício estratégico de não tornar os sujeitos responsáveis por suas posições conservadoras. Essa tentativa retórica e falaciosa torna-se clara, toda vez que uma posição política é tomada como o negativo e como alvo de acusação. Porque contra a política se pretende colocar uma posição de imparcialidade onde ela não tem sentido. Porque em política os sujeitos devem ser responsáveis por suas posições.  

        Imparcialidade em política, assim, significa ou tolice ou uma espúria e covarde estratégia de fazer coincidir política e Estado. Afirmar que o Estado é neutro, como rezam literalmente os Projetos de Lei mencionados, e que por isso os professores devem ser neutros, é uma ladainha impositiva de uma posição política desejada: segundo a qual os professores devem conservar o status quo! Ora, isso nos parece uma forma de doutrinação estabelecida por meio de projetos de leis que reforçam “princípios” constitucionais compreendidos de forma totalmente arbitrária, e que por isso mesmo precisam ser “reforçados”. Aliás, não existe no texto da constituição nenhum princípio de neutralidade como os projetos de lei fazem parecer, mas somente em algumas teorias políticas interessadas! 

        Assim, de nossa parte, cabe afirmar que essas formas de ação conservadora são posicionamentos políticos que estão completamente em desacordo com a educação política, crítica e plural que defendemos, na qual se ensina e se apreende a debater e conviver com as diferenças, mesmo quando não se tem apreço por elas. Exatamente o que os referidos projetos de lei vilipendiam ao tentar instituir por meio do Direito aquilo que já há algum tempo é a “forma correta de pensar, agir e viver”, e que do ponto de vista dos proponentes, felizmente coincide com as suas convicções políticas, morais e religiosas. 


(Por Adalton Marques, Gabriel Pugliese e Delcides Marques. Site KRISIS – Laboratório de Antropologia Crítica. Publicado em 19/04/2022. Disponível em https://krisis.univasf.edu.br/index.php/2022/04/19/neu tralidadepolitica).  
Qual é o desiderato primordial das propostas legislativas aludidas no texto, que intentam instituir o Programa Escola sem Partido? 
Alternativas
Q2540712 Português
Era para ser somente mais um dia comum, igual a todos os outros. Crianças e adolescentes indo para o colégio, adultos se encaminhando para o trabalho, desocupados se virando para passar o tempo. As mesmas vitórias, conquistas, derrotas, humilhações. E teria sido totalmente normal, não fosse por um único detalhe: foi neste dia específico que dois adolescentes resolveram entrar armados em sua escola e assassinarem, à sangue frio, colegas e professores. O evento, que atingiu a vida real no final dos anos 1990 na pequena cidade de Columbine, no interior dos Estados Unidos, invadiu também a ficção no excepcional Elefante, realizado logo após o controverso Tiros em Columbine (2002), que tratou cinematograficamente do mesmo episódio, porém de modo documental. Elefante, entretanto, é apenas uma história sendo – muito bem – contada. Não importa, aqui, a relevância de sua veracidade quanto aos fatos que realmente aconteceram. Não se nomeia lugar, prédio ou data – apenas pessoas. Também não há julgamento, nem questionamentos – isso se torna competência mera e exclusiva do espectador. Ao mesmo tempo em que a narrativa é a mais fria e distante possível do que está se desenrolando, somos colocados lado a lado com o cotidiano destas pessoas que serão afetadas pelo incidente que acontecerá a seguir. É curioso perceber que, mesmo sendo claro desde o início os eventos que se sucederão, como uma tragédia anunciada, conseguem criar uma tensão forte em durante a trajetória, com um suspense crescente que nos conduz a um final chocante e inevitável.

Disponível em: <https://www.papodecinema.com.br/filmes/elefante/> Acesso
em: 20 fev. 2024. [Adaptado].
Tomando como base a crítica realizada ao filme Elefante, o texto afirma que a película
Alternativas
Q2540628 Português
FIM DOS MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS GERA POLÊMICAS SOBRE CONTINUIDADE DO TRATAMENTO 

    No Brasil, existem 32 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), os chamados manicômios judiciários, que abrigam uma população carcerária de 4,7 mil pessoas, incluindo os 1.987 que se enquadram nos critérios da absolvição imprópria, segundo o Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional, o Sindespen. A partir do ano que vem, todos esses detentos estarão soltos. A medida atende à Lei n. 10.216/2001, a chamada Lei Antimanicomial ou Lei da Reforma Psiquiátrica, aprovada pelo Congresso Nacional, e que prevê a extinção dos manicômios judiciários com regulamentação a ser feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

    Em fevereiro deste ano, a ministra Rosa Weber, presidente do CNJ, assinou a Resolução N. 487 que estabelece a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e regulamenta questões vinculadas à Lei Antimanicomial. Entre outras medidas, dá prazo de um ano para a extinção dos HCTPs e determina que os internos nesses manicômios sejam libertados e tenham atendimento ambulatorial por equipe multiprofissional pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

    Para assegurar o tratamento psiquiátrico após a extinção dos manicômios judiciários, estarão à disposição entre outros instrumentos, segundo o que diz a resolução, no parágrafo II do Art. 2º, as “Redes de Atenção Psicossocial (Raps): rede composta por serviços e equipamentos variados de atenção à saúde mental, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento (UAs) e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos Caps III), presentes na Atenção Básica de Saúde, na Atenção Psicossocial Estratégica, nas urgências, na Atenção Hospitalar Geral, na estratégia de desinstitucionalização, como as Residências Terapêuticas, o Programa de Volta para Casa (PVC) e estratégias de reabilitação psicossocial”. 

    O professor Márcio Ponzilacqua, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, especialista em Emancipação Cidadã e Políticas Públicas em Países em Desenvolvimento, diz que os manicômios judiciários isolavam os pacientes e os tratamentos contavam com técnicas bastante abusivas no passado. “Um cenário que deu oportunidade para uma série de desmandos. As pessoas que lidam com os pacientes psiquiátricos entenderam que os manicômios não representam a forma adequada de integração dos indivíduos e nem de recuperação do seu quadro de saúde”, avalia. 

    Para o professor, não se trata apenas de concordar ou discordar da resolução, mas de dar regulamentação àquilo que já estava disposto na lei. “Agora, o que nós concordamos é que os manicômios não representavam uma política de reintegração social adequada e de um quadro de restabelecimento dos pacientes.”  

    O psicólogo Gabriel Arfeli fez uma análise da realidade carcerária nos hospitais de custódia como parte do projeto de estudo de mestrado na Unesp que teve como tema Os Manicômios Judiciários e a Psicopatia. Ele usou como base relatórios de inspeções do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de 2014 e da pastoral carcerária de 2018. “Eles são muito categóricos em mostrar dados de como são instituições que no geral se assemelham muito aos hospícios do século 20 são instituições de tortura, né? Seja na sua existência seja no seu funcionamento. Acabam tendo um funcionamento que facilita muito a internação por meio da execução de exame de sanidade mental e dificulta muito a desinternação pelo exame de cessação de periculosidade. Inclusive eles mesmo mostram dados de como muitos sujeitos estão ali internados para além do tempo que teoricamente deveriam estar”, analisa. 

    Em nota pública no seu portal, o Cremesp pede a “revogação da Resolução do CNJ até que estudos qualificados sejam elaborados, debates plurais, técnicos e democráticos sejam empreendidos sobre o assunto”. 

    Segundo o Conselho, não é uma atitude salutar fechar locais especializados que recebem pacientes com transtornos mentais e os colocar em outros estabelecimentos com enfermos das mais diversas características. “Além de colocar em risco a saúde e a segurança dos pacientes, esse modelo estende o prejuízo aos familiares e à população em geral, que fica à deriva em busca de assistência e tratamento de transtornos mentais adequados para quem precisa. A medida vai contra os interesses do próprio paciente que está nesse tipo de instituição.” 


Autoria: Ferraz Jr. Publicado em 10/07/2023. Disponível em https://jornal.usp.br/atualidades/fim-dos-manicomios-judiciarios-gera-polemicas-sobrecontinuidade-do-tratamento/)  
De acordo com a análise do psicólogo Gabriel Arfeli, quais são algumas das principais falhas dos manicômios judiciários? 
Alternativas
Q2540627 Português
FIM DOS MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS GERA POLÊMICAS SOBRE CONTINUIDADE DO TRATAMENTO 

    No Brasil, existem 32 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), os chamados manicômios judiciários, que abrigam uma população carcerária de 4,7 mil pessoas, incluindo os 1.987 que se enquadram nos critérios da absolvição imprópria, segundo o Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional, o Sindespen. A partir do ano que vem, todos esses detentos estarão soltos. A medida atende à Lei n. 10.216/2001, a chamada Lei Antimanicomial ou Lei da Reforma Psiquiátrica, aprovada pelo Congresso Nacional, e que prevê a extinção dos manicômios judiciários com regulamentação a ser feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

    Em fevereiro deste ano, a ministra Rosa Weber, presidente do CNJ, assinou a Resolução N. 487 que estabelece a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e regulamenta questões vinculadas à Lei Antimanicomial. Entre outras medidas, dá prazo de um ano para a extinção dos HCTPs e determina que os internos nesses manicômios sejam libertados e tenham atendimento ambulatorial por equipe multiprofissional pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

    Para assegurar o tratamento psiquiátrico após a extinção dos manicômios judiciários, estarão à disposição entre outros instrumentos, segundo o que diz a resolução, no parágrafo II do Art. 2º, as “Redes de Atenção Psicossocial (Raps): rede composta por serviços e equipamentos variados de atenção à saúde mental, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento (UAs) e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos Caps III), presentes na Atenção Básica de Saúde, na Atenção Psicossocial Estratégica, nas urgências, na Atenção Hospitalar Geral, na estratégia de desinstitucionalização, como as Residências Terapêuticas, o Programa de Volta para Casa (PVC) e estratégias de reabilitação psicossocial”. 

    O professor Márcio Ponzilacqua, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, especialista em Emancipação Cidadã e Políticas Públicas em Países em Desenvolvimento, diz que os manicômios judiciários isolavam os pacientes e os tratamentos contavam com técnicas bastante abusivas no passado. “Um cenário que deu oportunidade para uma série de desmandos. As pessoas que lidam com os pacientes psiquiátricos entenderam que os manicômios não representam a forma adequada de integração dos indivíduos e nem de recuperação do seu quadro de saúde”, avalia. 

    Para o professor, não se trata apenas de concordar ou discordar da resolução, mas de dar regulamentação àquilo que já estava disposto na lei. “Agora, o que nós concordamos é que os manicômios não representavam uma política de reintegração social adequada e de um quadro de restabelecimento dos pacientes.”  

    O psicólogo Gabriel Arfeli fez uma análise da realidade carcerária nos hospitais de custódia como parte do projeto de estudo de mestrado na Unesp que teve como tema Os Manicômios Judiciários e a Psicopatia. Ele usou como base relatórios de inspeções do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de 2014 e da pastoral carcerária de 2018. “Eles são muito categóricos em mostrar dados de como são instituições que no geral se assemelham muito aos hospícios do século 20 são instituições de tortura, né? Seja na sua existência seja no seu funcionamento. Acabam tendo um funcionamento que facilita muito a internação por meio da execução de exame de sanidade mental e dificulta muito a desinternação pelo exame de cessação de periculosidade. Inclusive eles mesmo mostram dados de como muitos sujeitos estão ali internados para além do tempo que teoricamente deveriam estar”, analisa. 

    Em nota pública no seu portal, o Cremesp pede a “revogação da Resolução do CNJ até que estudos qualificados sejam elaborados, debates plurais, técnicos e democráticos sejam empreendidos sobre o assunto”. 

    Segundo o Conselho, não é uma atitude salutar fechar locais especializados que recebem pacientes com transtornos mentais e os colocar em outros estabelecimentos com enfermos das mais diversas características. “Além de colocar em risco a saúde e a segurança dos pacientes, esse modelo estende o prejuízo aos familiares e à população em geral, que fica à deriva em busca de assistência e tratamento de transtornos mentais adequados para quem precisa. A medida vai contra os interesses do próprio paciente que está nesse tipo de instituição.” 


Autoria: Ferraz Jr. Publicado em 10/07/2023. Disponível em https://jornal.usp.br/atualidades/fim-dos-manicomios-judiciarios-gera-polemicas-sobrecontinuidade-do-tratamento/)  
Nos termos trazidos pelo texto, quais são as principais preocupações levantadas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) em relação à Resolução do CNJ mencionada no texto? 
Alternativas
Q2540626 Português
FIM DOS MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS GERA POLÊMICAS SOBRE CONTINUIDADE DO TRATAMENTO 

    No Brasil, existem 32 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), os chamados manicômios judiciários, que abrigam uma população carcerária de 4,7 mil pessoas, incluindo os 1.987 que se enquadram nos critérios da absolvição imprópria, segundo o Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional, o Sindespen. A partir do ano que vem, todos esses detentos estarão soltos. A medida atende à Lei n. 10.216/2001, a chamada Lei Antimanicomial ou Lei da Reforma Psiquiátrica, aprovada pelo Congresso Nacional, e que prevê a extinção dos manicômios judiciários com regulamentação a ser feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

    Em fevereiro deste ano, a ministra Rosa Weber, presidente do CNJ, assinou a Resolução N. 487 que estabelece a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e regulamenta questões vinculadas à Lei Antimanicomial. Entre outras medidas, dá prazo de um ano para a extinção dos HCTPs e determina que os internos nesses manicômios sejam libertados e tenham atendimento ambulatorial por equipe multiprofissional pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

    Para assegurar o tratamento psiquiátrico após a extinção dos manicômios judiciários, estarão à disposição entre outros instrumentos, segundo o que diz a resolução, no parágrafo II do Art. 2º, as “Redes de Atenção Psicossocial (Raps): rede composta por serviços e equipamentos variados de atenção à saúde mental, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento (UAs) e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos Caps III), presentes na Atenção Básica de Saúde, na Atenção Psicossocial Estratégica, nas urgências, na Atenção Hospitalar Geral, na estratégia de desinstitucionalização, como as Residências Terapêuticas, o Programa de Volta para Casa (PVC) e estratégias de reabilitação psicossocial”. 

    O professor Márcio Ponzilacqua, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, especialista em Emancipação Cidadã e Políticas Públicas em Países em Desenvolvimento, diz que os manicômios judiciários isolavam os pacientes e os tratamentos contavam com técnicas bastante abusivas no passado. “Um cenário que deu oportunidade para uma série de desmandos. As pessoas que lidam com os pacientes psiquiátricos entenderam que os manicômios não representam a forma adequada de integração dos indivíduos e nem de recuperação do seu quadro de saúde”, avalia. 

    Para o professor, não se trata apenas de concordar ou discordar da resolução, mas de dar regulamentação àquilo que já estava disposto na lei. “Agora, o que nós concordamos é que os manicômios não representavam uma política de reintegração social adequada e de um quadro de restabelecimento dos pacientes.”  

    O psicólogo Gabriel Arfeli fez uma análise da realidade carcerária nos hospitais de custódia como parte do projeto de estudo de mestrado na Unesp que teve como tema Os Manicômios Judiciários e a Psicopatia. Ele usou como base relatórios de inspeções do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de 2014 e da pastoral carcerária de 2018. “Eles são muito categóricos em mostrar dados de como são instituições que no geral se assemelham muito aos hospícios do século 20 são instituições de tortura, né? Seja na sua existência seja no seu funcionamento. Acabam tendo um funcionamento que facilita muito a internação por meio da execução de exame de sanidade mental e dificulta muito a desinternação pelo exame de cessação de periculosidade. Inclusive eles mesmo mostram dados de como muitos sujeitos estão ali internados para além do tempo que teoricamente deveriam estar”, analisa. 

    Em nota pública no seu portal, o Cremesp pede a “revogação da Resolução do CNJ até que estudos qualificados sejam elaborados, debates plurais, técnicos e democráticos sejam empreendidos sobre o assunto”. 

    Segundo o Conselho, não é uma atitude salutar fechar locais especializados que recebem pacientes com transtornos mentais e os colocar em outros estabelecimentos com enfermos das mais diversas características. “Além de colocar em risco a saúde e a segurança dos pacientes, esse modelo estende o prejuízo aos familiares e à população em geral, que fica à deriva em busca de assistência e tratamento de transtornos mentais adequados para quem precisa. A medida vai contra os interesses do próprio paciente que está nesse tipo de instituição.” 


Autoria: Ferraz Jr. Publicado em 10/07/2023. Disponível em https://jornal.usp.br/atualidades/fim-dos-manicomios-judiciarios-gera-polemicas-sobrecontinuidade-do-tratamento/)  
De acordo com o texto, qual é o impacto primordial da Resolução N. 487 assinada pela ministra Rosa Weber? 
Alternativas
Respostas
3001: D
3002: A
3003: C
3004: D
3005: B
3006: D
3007: E
3008: E
3009: C
3010: A
3011: C
3012: A
3013: D
3014: D
3015: B
3016: B
3017: D
3018: C
3019: D
3020: B