Questões de Concurso
Sobre pronomes relativos em português
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Texto para as questões 1 a 5.
Mudanças climáticas
Por Vanessa Sardinha dos Santos
As mudanças climáticas são, sem dúvidas, um dos maiores desafios da sociedade atual. Apesar de sempre usarmos o urso-polar como símbolo dessas mudanças, as alterações no clima estão longe de atingir apenas esses animais. Os impactos das mudanças climáticas são significativos e afetam desde a nossa saúde até a produção de alimentos.
Mudanças climáticas são alterações provocadas nos padrões climáticos a longo prazo com base nas alternâncias meteorológicas, ou seja, nas condições do tempo observadas por um período. Elas podem ser causadas por processos naturais e também pela ação do homem. As mudanças climáticas não aconteceram de uma hora para outra. A nossa história evolutiva está intrinsecamente ligada às alterações provocadas no clima, as quais são observadas desde a formação do planeta Terra.
O consumo exagerado e a produção elevada, além de aumentar a exploração dos recursos naturais, provocaram também o aumento da poluição atmosférica, por causa da emissão de gases poluentes pelas indústrias e pelos automóveis. A produção também acelerou o desmatamento, o que também provocou alterações no clima.
As mudanças climáticas geram uma série de consequências ambientais graves, muitas até já podem ser observadas atualmente. Uma das consequências do aumento da temperatura do planeta é o aumento do nível do mar, que ocorre em virtude do degelo das geleiras. Isso pode resultar inundação e submersão de áreas costeiras, causando diversos prejuízos às pessoas que vivem nessas áreas.
As altas temperaturas também poderão causar grandes secas, que afetarão ativamente a agricultura, ocasionando diversos problemas em relação à produção de alimentos. Com a diminuição da produção de alimentos e o consequente aumento dos preços, muitas pessoas sofrerão com a questão da segurança alimentar, ou seja, com o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e permanente.
Além de afetar a agricultura, a seca está relacionada com o aumento de focos de incêndio e com a escassez de água. Esse último problema poderá levar parte da população a sofrer com baixa disponibilidade de água potável e poderá gerar competição por esse recurso.
Enquanto algumas áreas enfrentarão seca extrema, em algumas regiões poderá ocorrer aumento exagerado das chuvas. Isso poderá causar problemas como inundações e deslizamento de terras em áreas com grande quantidade de pessoas.
Diversos animais e plantas, tanto espécies terrestres como aquáticas, serão diretamente afetados pelas mudanças climáticas, que causarão mudanças em seu habitat. Isso gerará a extinção de uma grande quantidade de espécies, diminuindo-se, assim, a biodiversidade.
Outro ponto importante diz respeito à saúde da população. Além da poluição atmosférica agravar-se em diversas partes do mundo, ocasionando doenças cardiovasculares e respiratórias, algumas doenças, como dengue e malária, que são transmitidas por mosquitos, poderão espalhar-se por mais lugares do globo.
Apesar das inúmeras evidências acerca das mudanças climáticas, não há um consenso quanto a essas alterações. Alguns estudiosos e também governantes de alguns países acreditam que as mudanças provocadas no clima são resultados de processos naturais e que a Terra se encontra, na verdade, rumo a uma nova glaciação. Para os céticos do aquecimento global, os estudos feitos a respeito das mudanças climáticas são alarmistas, gerando uma preocupação desnecessária.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/. Acesso em: 24 set. 2023. (Com supressões.)
Observe o trecho a seguir.
“As altas temperaturas também poderão causar grandes secas, que afetarão ativamente a agricultura, ocasionando diversos problemas em relação à produção de alimentos.”
Levando-se em consideração o uso de pronomes relativos, é correto afirmar que:
Analise as frases abaixo e assinale a alternativa que as completa adequadamente.
I. A escritora mato-grossense ............... me refiro é Luciene Carvalho.
II. O livro, ............... escritor foi premiado, é este.
III. Este é o estudante acerca ............... te falei ontem.
IV. Ela é uma pessoa .............. idoneidade ninguém duvida.
V. A rua ............. passaríamos estava interditada.
SINAIS DE PONTUAÇÃO MIGRAM DO TEXTO ESCRITO PARA O ORAL
Thaís Nicoleti
Os textos escritos cada vez mais cedem espaço aos textos orais. Muita gente, por variadas razões e em diferentes situações, dá preferência a "podcasts" e vídeos, em detrimento da leitura propriamente dita. Mesmo assim, a influência da produção escrita sobre a oral parece evidente, haja vista, entre muitos outros elementos, os sinais de pontuação, que frequentemente comparecem – de modo explícito – no discurso oral.
É esse o caso, sobretudo, das aspas, que, embora, pelo menos em tese, sejam marcas típicas da escrita, aparecem indicadas oralmente. É comum ouvirmos nos noticiários de TV o apresentador dizer, antes da leitura de uma transcrição literal de texto, "Abre aspas" e, ao seu término, "Fecha aspas". Essas são espécies de fórmulas orais que, naturalmente nascidas na convenção do registro escrito, demarcam as citações.
Esse curioso sinal de pontuação tem usos muito diferentes. Além de delimitar citações literais (trechos de textos escritos) e, por conseguinte, declarações igualmente literais (trechos de textos falados), é empregado para indicar algum tipo de deslocamento semântico (uso de termo do registro informal, gíria, vocábulo de baixo calão, estrangeirismo, uso impreciso de uma palavra, ironia, metalinguagem etc.). No texto escrito, basta que usemos as aspas para indicar que fazemos conscientemente esses deslocamentos.
Alguns exemplos podem ilustrar isso. Suponhamos que, em um texto formal, o autor introduza um elemento informal (Tínhamos de reconhecer que a solução foi "da hora"; Esta cláusula do contrato é, como diria certo ministro de Estado, "imexível") ou ainda que faça uso de um termo aproximado (A "lógica" do mecanismo é essa) – em um e outro caso, as aspas contêm uma informação essencial para a correta decodificação do texto. No caso da ironia, em que se diz uma palavra para denotar o seu oposto, as aspas podem ser muito úteis (Seu maior "defeito" era a sua generosidade).
A percepção disso é o que explica que, no discurso oral, muita gente explique que o termo proferido está "entre aspas" – há inclusive quem traduza o sinal por meio de um gesto feito com as duas mãos a simular o desenho das aspas no papel.
Os parênteses também migraram para o discurso oral. Quantas vezes avisamos que vamos introduzir um parêntese, ou seja, uma pequena digressão? Na escrita, em geral, basta usar o sinal. O ponto-final, por sua vez, é usado como metáfora de encerramento do assunto: Vamos pôr um ponto-final nisso. A vírgula, quando dita, indica algum tipo de ressalva ou restrição (Ele é honesto, vírgula!).
Finalmente, o próprio verbo "pontuar" é usado com frequência como metáfora cujo referente é a aplicação de sinais de pontuação em um texto. Por exemplo: Pontuou seu discurso com palavras raras e imagens grandiloquentes – ou seja, distribuiu durante a fala, à maneira de sinais de pontuação, palavras raras e imagens grandiloquentes.
Na comunicação informal, feita nos aplicativos de mensagens, a pontuação parece seguir certas regras de etiqueta. Aparentemente, o ponto de exclamação passa a indicar alegria e interesse pelo interlocutor (Bom dia!!), podendo ser repetido para enfatizar o sentimento, enquanto o ponto-final sugere desejo de encerrar a conversa (donde ser comum deixar as frases sem pontuação final ou terminá-las com um emoji), e as reticências... bem, elas servem para deixar o assunto suspenso, criar um espaço de subjetividade, acionar um segundo sentido.
Como se vê, os sinais de pontuação estão muito vivos na comunicação atual, tanto nos aplicativos, nos quais se submetem a regras de comportamento, como na linguagem oral, à qual são chamados para tornar mais clara a comunicação.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/thais-nicoleti/2023/09/sinaisde-pontuacao-migram-do-texto-escrito-para-o-oral.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo Acesso em: 27 set. 2023.
Os referentes dos pronomes destacados estão corretamente identificados entre parênteses, EXCETO em:
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
O que somos e o que aparentamos ser
No roteiro educativo dos residentes da Clínica Mayo, a sessão aguardada com mais ansiedade por todos, e com sofrimento visceral pelos envolvidos era a chamada Morte Revisitada. Quinzenalmente, quatro mortes recentes eram analisadas em busca de aprendizagem e de erros que pudessem ser convertidos em lições para que - tomara fosse possível - não se repetissem.
Aquela catarse era precedida por trocas de confidências, apoio velado, revisões conjuntas e insônia, muita insônia, porque sem dúvida um dos exercícios mais massacrantes da atividade médica é a retrospecção dos maus casos.
Quando temos isenção ao revisar o que aconteceu na trajetória do fracasso é inevitável descobrir que invariavelmente ocorrem momentos em que alguma coisa não foi bem entendida ou adequadamente valorizada e que, se tivesse sido, o desfecho poderia ser diferente.
Como sempre aprendemos com os nossos erros, nada mais didático do que esquadrinhá-los em busca de aprendizado para o futuro. Mas como dói!
E porque dói a maioria dos médicos e hospitais mesmo os universitários, fogem dessa prática. Mas cômodo é atribuir o insucesso à natureza, que além de grande e generosa não tem como se defender. A atividade médica, ancorada numa ciência imprecisa sem a inflexibilidade dos modelos matemáticos, usa os meios conhecidos de decisão baseados em evidências, e depende de fatores impalpáveis como atenção bom senso, juízo crítico e experiência. E, se não bastasse pode ser influenciada por elementos ainda mais fragilizantes como depressão, ansiedade, mau humor e cansaço.
Se o dia a dia dessa atividade, tão fascinante e exigente porque lida com nosso bem mais valioso, está exposto a uma margem de erro tão perturbadora, o mínimo que se espera de um médico responsável é a consciência da sua limitação. Não pode ser coincidência que os melhores médicos sejam pessoas humildes, serenas e bem resolvidas. Não há espaço para exibicionismo e arrogância na trilha pantanosa da incerteza e do imprevisto. Em 40 anos de atividade médica intensa, nunca encontrei um posudo que fosse, de verdade, um bom médico. O convívio diário com a falibilidade recicla atitudes, elimine encenações, modela comportamentos e enternece corações. Tenho reiterado isso aos mais jovens: evitem os pretensiosos, porque eles, na ânsia irrefreável de aparentar gastam toda a energia imprescindível para ser. E ficam assim, vazios.
Dr. J J Camargo (Depoimento do médico-cirurgião torácico do setor de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre).
A relação coesiva pronome relativo antecedente não se faz presente em:
TEXTO I
Dores psicoemocionais
13 de abril de 2021
Por Clara Dawn
A expressão "mente sã, corpo são" deve ser levada em conta, pois mente e o corpo dialogam sobre a saúde e/ou as doenças de nossas emoções.
Um exemplo simples desse diálogo é o modo como o corpo reage à ansiedade: o coração parece aumentar de tamanho e logo surge uma incômoda sensação de dor no peito; as mãos e os pés tendem a ficar muito frios ou suados. Estes sintomas aparecem porque a partir dos pensamentos evocados por nossa mente colocamos o nosso corpo em funcionamento negativo ou positivo de acordo com o que lhe é transmitido mentalmente.
Nosso corpo é um barquinho a vela, guiado por nossos pensamentos, que são os ventos que chegam do Sul ou do Norte. Não se pode evitar a rotação dos ventos, mas podemos controlar a vela rumo à morada onde se vive, levando em conta que nem sempre a gente vive onde mora. Por isso não importa o lugar onde o corpo é habitante, é nos pensamentos que vivemos ou deixamos de viver.
Há momentos em nossas vidas em que todas as dores que nos alcançam são transformadas em sofrimentos permanentes e não cíclicas. E o corpo - o nosso pobre barquinho - fica à deriva - adoece todo - às vezes morre. E como é triste conviver com um corpo morto. A mente, receptora de pensamentos, sentimentos e emoções, tenta dizer que algo está adoecido ali, e envia sinais adoecedores ao corpo. Sinais que geralmente são ignorados ou silenciados com subterfúgios anestesiantes.
Entretanto, silenciar os sintomas é ignorar a existência real de dores psicoemocionais. E ignorar dores psicoemocionais, é permitir que dores físicas se amontoem. Por outro lado, a dor física também adoece a mente. E dói. Dói o corpo, doem as emoções, doem os sentimentos, doem os pensamentos. Tudo dói. Porque viver é um processo mental doloroso e não devemos jamais julgar aqueles que tentam (do seu jeito) amenizar a dor desse processo com medicamentos, como comida, álcool, drogas, sexo, automultilação...Todos os sintomas merecem respeito, investigação e cuidado.
Outrossim, quase todas as coisas se podem aprender e apreender: gerenciar as emoções, os sentimentos e os pensamentos autodestrutivos é uma delas. Porque não é bom para nossa saúde integral, por causa da ingerência de nossas emoções, transformar o sofrimento em dor. Como escreveu Drummond, "a dor é inevitável, o sofrimento não". E para não transformar tudo de ruim que nos acontece em sofrimento, há algumas coisas que se pode fazer. Ignorar dores psicoemocionais é deixar que dores físicas amontoem, desencadeiem. Não permita que isso aconteça. De que jeito?
Que tal assim?
Ouça músicas eruditas em silêncio, tire uns minutos para meditação e/ou prece: você e o seu Poder Superior. Leia mais poesias e/ou cante. E quando não souber o que fazer e que pensar: adote para si uma playlist de bons pensamentos (mantras, orações, versos, ua cabeça, recorra a sua playlist. Acredite, não há nada que adoeça mais o nosso corpo do que a negatividade de nossa mente.
Disponível em https://www.portalraizes.com/ignorar-dores-psicoemocionais-e-deixar-que-dores-fisicas-amontoem/. Acesso em 22/07/2021
Com relação à colocação pronominal, observa-se que o pronome oblíquo "nos" presente em "E, para não transformar tudo de ruim que nos acontece em sofrimento, há algumas coisas que se pode fazer", está ocupando adequadamente a posição
Vigilância em Saúde de Esteio registra presença de escorpião-amarelo
(Disponível em: https://www.esteio.rs.gov.br/noticia/22491/1057?titulo=Vigilancia+em+Saude+de+Esteio+registra+presença +de+escorpiao+amarelo+e+faz+alerta – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considere o seguinte texto para responder às questões 05 a 10:
Se existe uma arte que surpreende qualquer pessoa, é a dos peritos. Eles conseguem desvendar muitos mistérios e descobrem segredos inimagináveis, guardados a sete chaves, como crimes hediondos e evidências escondidas. Esses profissionais têm conquistado cada vez mais fãs nas telinhas, graças às séries de ficção que exibem o trabalho minucioso que a função exige, materializado nas técnicas forense — que desvenda as pistas deixadas nas cenas de crime - e criminal - que encontra provas, mediante a análise científica de vestígios. [...]
Na série Criminal Minds (“Mentes criminosas”), por exemplo, enquanto detetives comuns estudam as evidências de um crime, dois agentes do FBI da Unidade de Análise Comportamental em Quântico reunem suas especialidades singulares para analisar o crime de dentro para fora e desvendar o crime. Sem examinar as evidências no laboratório, eles investigam o comportamento dos criminosos nas cenas dos crimes, bem como onde eles vivem ou trabalham, para descobrir como eles pensam.
Fonte: ÂNGELIS, Rebeca. Criminal ou forense? 5 séries para você se inspirar em ser perito. Disponível em: https://www.ung.br/noticias/criminal-ou-forense5-series-para-voce-se-inspirar-em-ser-perito. [com adaptações].
Considerando as relações sintáticas estabelecidas no 1º parágrafo do texto, assinale a única alternativa em que o pronome relativo “que” NÃO exerce a função de sujeito.
Apelidos: dupla identidade.
Os apelidos são uma maneira poderosa de botar as pessoas nos seus devidos lugares. Essa frase é da escritora Doris Lessing e chamou minha atenção porque diz justamente o contrário do que eu sempre pensei de apelidos. Sempre achei que fossem um carinho, um atalho para a intimidade ou ao menos um meio mais rápido de chamar alguém: em vez de João Carlos, Joca; em vez de Maria Aparecida, Cida; em vez de Adalberto, Beto. Nenhuma má intenção.
O que Doris Lessing quis lembrar é que apelidos nem sempre são afetuosos. A maioria dos apelidos nascem na infância e são dados por outras crianças que, como todos sabem, de anjo só têm a cara. Crianças adoram pegar no pé das outras, e aí que começa o batismo de fogo.
Uma banana-split todo dia na hora do recreio, Gordo. Vai ser Gordo o resto da vida, mesmo que venha a ser jóquei, faquir, homem elástico: vai morrer Gordo.
Se for loiro, é Xuxa. Se a voz for engraçada, é Fanho. Se não for filho único, é Mano, Mana, Maninha. Irmãos de quem, eu conheço?
Fui colega de um cara bárbaro que se chamava Antônio, mas se alguém o chamasse assim, ele nem levantava os olhos. É o Verde. Uma mãe e um pai colocam um nome lindo no filho e não pega.
FHC, PC, ACM, agora é a mania transformar pessoas em siglas. Sorvetão era o apelido de uma paquita chamada Andrea: Sorvetão! E Caetano Veloso inova mais uma vez, registrando seus filhos como Zeca e Tom, que jamais serão apelidados.
Muita gente, secretamente, detesta a própria alcunha, mas são obrigados a resignar-se, sob o risco de perder a identidade. Qual é o nome de Bussunda, do Tiririca, do Chitãozinho e Xororó? Anônimos Cláudios, Ricardos e Fernandos. Nomes que só existem em cartório.
Apelido gruda, cola, vira marca registrada. Tem negro que é Alemão, tem grandão que é Fininho, tem careca que é Cabeleira, tem ateu que é Cristo, tem moreno que é Ruivo, tem albino que é Tição. Apelido não tem lógica. Tem história.
Doris Lessing, quando criança, tinha um apelido para sua segunda personalidade: chamava a si mesmo de Tigger. Doris era o nome para consumo externo, para denominar a menina boazinha que aparentava ser. Tigger era o que ela era em segredo: sarcástica, atrevida, extrovertida. Com esse depoimento, Doris Lessing mostrou a verdadeira utilidade dos apelidos em vez daquela coisa antipática de “colocar as pessoas em seus devidos lugares”. O bom do apelido é que ele nos dá permissão para sermos vários: Afonso Henrique combina com gravata, mas que tem mais a ver com bermuda. Está aí uma maneira sutil de legalizar o nosso outro eu, o que ficou sem registro.
Fonte: MEDEIROS, Martha. Trem Bala, fev, 1998, p. 49,50.
Excerto para as questões 8, 9, 10 e 11:
“Tigger era o que ela era em segredo: sarcástica, atrevida, extrovertida.”
A oração “(...) que ela era em segredo: (...)” iniciada por um pronome relativo deve ser classificada como:
TEXTO 01
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 01 a 14.
VERDADES
Certa vez, um sultão de coração frio, sonhou que havia perdido todos os dentes.
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
"Que desgraça senhor!", exclamou o sábio. "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!"
"Mas que insolente!", gritou o sultão. "Como se atreve a dizer tal coisa!"
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.
Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho.
O outro sábio chegou e disse:
"Senhor, uma grande felicidade vos está reservada: o sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes"!
A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.
Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio:
Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega! No entanto, ele levou as chicotadas, e você, moedas de ouro!"
Respondeu, então, o sábio:
"Lembre-se sempre, amigo, de que tudo depende da maneira de dizer as coisas".
Esse é um dos desafios em nossos relacionamentos.
Desafio para as lideranças, para os educadores, para todos nós: a maneira de dizer as coisas, pois as palavras têm força, têm poder.
Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra.
A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença.
Que aprendamos a pronunciar palavras que elevam, que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e nas equipes de trabalho!
http://www.linguagemdireta.com.br/verdades/ - Adaptado
Qual a função sintática do pronome relativo em destaque no fragmento "A interpretação QUE você fez foi a mesma do seu colega!" ?
Texto l
A prata é pior do que o bronze?
Daqui a uma semana os Jogos Olímpicos de Inverno começam em Pequim. Cerca de 3.000 atletas disputarão a competição mais importante de suas vidas. Poucos serão campeões, a maioria não subirá no pódio, e isso faz parte do esporte.
Não sei se você já reparou que, na entrega de medalhas, o terceiro lugar geralmente está sorrindo, enquanto a expressão do segundo colocado às vezes é de decepção. Por que a prata é vista por muitos competidores como sendo pior do que o bronze? Há anos, especialistas tentam explicar essa questão.
A resposta pode estar na cara, literalmente. Uma das pesquisas mais relevantes foi publicada em 1995 no Journal of Personality and Social Psychology.
O professor de psicologia Thomas Gilovich e seus colegas gravaram a reação de medalhistas de prata e de bronze durante os Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992 — quando os atletas descobriram suas colocações e na cerimônia de premiação. Depois, mostraram o vídeo a estudantes sem revelar as posições finais. A análise foi a de que, em geral, quem levou o bronze estava mais satisfeito.
Os pesquisadores também entrevistaram mais de cem medalhistas em uma competição amadora nos Estados Unidos e pediram que eles qualificassem a própria performance. Os que ficaram em terceiro pareciam mais felizes e aliviados por estarem no pódio, enquanto os vice-campeões se sentiam derrotados porque se compararam aos primeiros colocados. A sensação era a de que não ganharam a prata, mas, sim, perderam o ouro.
Outra pesquisa de 2006 na mesma publicação analisou a expressão facial de medalhistas de ouro, prata e bronze e dos que terminaram em quinto lugar na competição olímpica de judô em Atenas - 2004. Os terceiros colocados tinham um sorriso mais espontâneo, o que significa usar músculos da face que deixam os olhos apertados e geram os "pés-de-galinha". A reação dos medalhistas de prata, segundo aos autores, mostrou que eles estavam apenas sendo educados, não felizes. O famoso sorriso amarelo.
Um estudo feito pela London School of Economics após os Jogos Paraolímpicos de Londres de 2012 revelou resultados parecidos. Respostas emocionais influenciadas pelo que poderia ter acontecido, não pelo que de fato ocorreu. A margem da performance também era relevante: psicologicamente, ganhar a prata por pouco, em vez do bronze, seria menos decepcionante.
É possível ter empatia em situações cotidianas. Há quem fique feliz com o aumento de salário, mas talvez se desanime ao saber que o colega de escritório ganhou um ainda maior. Quem quer perder cinco quilos e emagrece seis comemora, mas, se a ideia era perder dez quilos e são cinco a menos na balança, a sensação pode ser de derrota.
Muitas vezes, O ser humano se diminui quando se compara, ou quando pensa no que poderia ter feito. Todos, em uma escala maior ou menor, já passaram por isso.
Em competições que envolvem disputa de terceiro lugar, o medalhista de bronze vem de uma vitória, enquanto o de prata, de uma derrota. No esporte, há várias formas de lidar com um segundo lugar. Alguns atletas transformam a decepção em combustível para treinar mais duro e tentar vencer na próxima. Outros reconhecem e apreciam o tamanho do feito que conquistaram após anos de dedicação. Mais uma lição que os Jogos Olímpicos nos ensinam sobre as emoções humanas.
Marina lIzidro
(Folha de São Paulo, 29 de janeiro de 2022)
A palavra “que” é um pronome relativo, retomando elemento anterior, no seguinte trecho:
Pets podem estar adoecendo por causa da humanização
Por Equipe Cães&Gatos
(Disponível em: www.caesegatos.com.br – texto adaptado especialmente para esta prova).
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 10, leia a crônica abaixo.
1. Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, senão a todos, pelo menos a um certo número de pessoas. Mas o que me brota espontaneamente da máquina, hoje, não interessa a ninguém, salvo a mim mesmo. O leitor, portanto, faça o obséquio de mudar de coluna. Trata-se de um gato.
2. Não é a primeira vez que o tomo para objeto de escrita. Há tempos, contei de Inácio e de sua convivência. Inácio estava na graça do crescimento, e suas atitudes faziam descobrir um encanto novo no encanto imemorial dos gatos. Mas Inácio desapareceu − e sua falta é mais importante para mim do que as reformas do ministério.
3. Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra.
4. O fato sociológico ou econômico me escapa. Não é a sorte geral dos gatos que me preocupa. Concentro-me em Inácio, em seu destino não sabido.
5. Eram duas da madrugada quando o pintor Reis Júnior, que passeia a essa hora com o seu cachimbo e o seu cão, me bateu à porta, noticioso. Em suas andanças, vira um gato cor de ouro como Inácio − cor incomum em gatos comuns − e se dispunha a ajudarme na captura. Lá fomos sob o vento da praia, em seu encalço. E no lugar indicado, pequeno jardim fronteiro a um edifício, estava o gato. A luz não dava para identificá-lo, e ele se recusou à intimidade. Chamados afetuosos não o comoveram; tentativas de aproximação se frustraram. Ele fugia sempre, para voltar se nos via distantes. Amava.
6. Seria iníquo apartá-lo do alvo de sua obstinada contemplação, a poucos metros. Desistimos. Se for Inácio, pensei, dentro de um ou dois dias estará de volta. Não voltou.
7. Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, sim, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
8. Depois que sumiu Inácio, esses pedaços da casa se desvalorizaram. Falta-lhes a nota grave e macia de Inácio. É extraordinário como o gato “funciona” em uma casa: em silêncio, indiferente, mas adesivo e cheio de personalidade. Se se agravar a mediocridade destas crônicas, os senhores estão avisados: é falta de Inácio. Se tinham alguma coisa aproveitável era a presença de Inácio a meu lado, sua crítica muda, através dos olhos de topázio que longamente me fitavam, aprovando algum trecho feliz, ou através do sono profundo, que antecipava a reação provável dos leitores.
9. Poderia botar anúncio no jornal. Para quê? Ninguém está pensando em achar gatos. Se Inácio estiver vivo e não sequestrado, voltará sem explicações. É próprio do gato sair sem pedir licença, voltar sem dar satisfação. Se o roubaram, é homenagem a seu charme pessoal, misto de circunspeção e leveza; tratem-no bem, nesse caso, para justificar o roubo, e ainda porque maltratar animais é uma forma de desonestidade. Finalmente, se tiver de voltar, gostaria que o fizesse por conta própria, com suas patas; com a altivez, a serenidade e a elegância dos gatos.
(ANDRADE, Carlos Drummond. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020)
Gatos somem no Rio de Janeiro. Dizia-se que o fenômeno se relacionava com a indústria doméstica das cuícas, localizada nos morros. Agora ouço dizer que se relaciona com a vida cara e a escassez de alimentos. À falta de uma fatia de vitela, há indivíduos que se consolam comendo carne de gato, caça tão esquiva quanto a outra (3o parágrafo).
No trecho acima, o pronome relativo “que” retoma o seguinte termo antecedente:
Julgue o item a seguir.
Nas frases “Sei que a vida vale a pena”, “A vida que
poderia ter sido” e “Que cena mais linda!”, o termo “QUE”
funciona, respectivamente, como conjunção integrante,
pronome relativo e pronome indefinido.
A palavra “cujas”, nesse contexto linguístico,
“(que não precisam passar 1h e 48 minutos na Agamenon para chegar ao trabalho).”
Qual a classificação do termo sublinhado?