Questões de Concurso Público IF-SE 2024 para Médico - Área: Psiquiatria
Foram encontradas 50 questões
Leia o caso a seguir.
Paciente G.M, 35 anos, foi a um novo psiquiatra para tentar “resolver” seu problema. Relata que trata de depressão desde os há muitos, mas nunca apresentou uma melhora significativa. Já fez uso de vários antidepressivos, com resposta parcial apenas, ou com “efeitos colaterais” que descreve como dias de insônia, hiper-reatividade, irritabilidade, mais falante, que duram alguns dias apenas, seguido por piora do humor, com retorno do que chama de “tristeza sem fim”. O psiquiatra então, reavalia seu diagnóstico, prescrevendo lamotrigina, com aumento gradual da dose até chegar 200 mg/dia. Semanas depois, a paciente retorna, referindo que houve uma melhora como nunca. Ela questiona o psiquiatra o porquê não havia recebido o diagnóstico de Transtorno Bipolar mais cedo, o que lhe evitaria desgastes ao longo da vida.
O psiquiatra lhe responde que, embora o diagnóstico de transtorno bipolar, com episódios depressivos seja ainda difícil de ser feito, algumas características clínicas dos episódios depressivos auxiliam nesse diagnóstico de depressão bipolar ainda no início.
As características clínicas e epidemiológicas que se
configuram fator de risco para transtorno bipolar são
Leia o caso clínico a seguir.
Paciente J., 27 anos, foi levado a um psiquiatra pela irmã mais velha, depois de passar mal na festa de confraternização da empresa onde trabalha. Relatou que durante a apresentação de sua promoção pelo seu chefe, relatou tontura, formigamento dos braços e mãos, peito apertado, coração disparado, sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. Teve que abandonar às pressas a festa e ir a uma emergência, pois achou que estava “infartando”. Segue relatando que já tinha apresentado uma crise semelhante, mas em menor intensidade, na oportunidade de entrevista de emprego nessa mesma empresa, há 4 anos. A irmã relata que desde pequeno J. era “arredio”, não gostava de se socializar. Era muito tímido, envergonhado. Sempre evitava ir a festas ou reuniões sociais, sobretudo na adolescência. Nunca namorou, por medo de ser criticado. Tenta sempre fazer o melhor em seu trabalho, para evitar as críticas. Já inclusive tinha rejeitado uma promoção por esse motivo. Sempre teve uma baixa autoestima. Mora ainda com a mãe.
O psiquiatra lhe prescreveu 25mg de paroxetina, para “ansiedade”. Cerca de 10 dias depois do início da medicação, a mãe reparou que J. estava mais alegre, falante, “radiante”, cheio de planos. Relatava que queira se candidatar à representante da sala. Cheio de energia, não dormia direito a noite. 15 dias após o início da paroxetina, a família retornou ao psiquiatra, que suspendeu a paroxetina. Dois dias depois, J. voltou a se queixar dos mesmos sintomas de antes, retornando ao comportamento anterior a medicação.
Baseado na história clínica, o(s) diagnóstico(s) compatível
para o caso é
Analise o caso clínico a seguir.
Um senhor de 77 anos foi ao pronto socorro acompanhado por seus familiares com a queixa de ele estar agitado há 5 dias. Nesse período passou subitamente a ficar mais distraído. Tira pequenos cochilos durante o dia, intercalando períodos de tranquilidade com períodos em que fica agitado, principalmente no período noturno. Há 2 dias tem relatado que nas paredes do quarto, na penumbra, animais brilhantes desfilam, “como num sonho”, que o deixava angustiado. Há 1 dia se queixou que eu olho esquerdo estava “caído” É portador de hipertensão arterial e diabetes. Faz uso de enalapril e metformina. Nunca fez tratamento com psiquiatra, mas já fez psicoterapia aos 20 anos em um período em que se sentia desanimado. Antes do ocorrido estava bem e tanto o paciente quanto seus familiares negaram evento estressor. Negou abuso de drogas. Na avaliação se apresentou com atitude indiferente, sonolento, desorientado, desatento, com memória imediata reduzida, pensamento lentificado, eutímico, com lentificação psicomotora e tremores de extremidade finos em repouso, sem crítica. Apresentava ptose palpebral esquerda, com dilatação pupilar.
O(s) sintoma(s) psicopatológico(s) evidente(s) e a
síndrome envolvida são:
Leia o caso a seguir.
Paciente K., 25 anos, mulher, casada, fazia tratamento para episódio depressivo há cerca de 2 anos, com 3 episódios durante esse tempo. Apresentava-se estável, com o uso de 75mg/dia de Amitriptilina. Há 6 meses, descobriu estar grávida e, com orientação médica, descontinuou a medicação. Contudo, há 30 dias, reiniciou piora do quadro, com apatia, melancolia, choro fácil, inapetência, com perda de 3kg em uma semana. O médico de seu pré-natal avaliou a vitalidade fetal e percebeu que o feto estacionou o desenvolvimento de sua estatura e peso. K. foi reencaminhada ao psiquiatra.
A conduta nesse caso é
Leia o caso clínico a seguir.
Um homem de 45 anos é encaminhado à avaliação de um psiquiatra forense após ser preso e acusado de um crime de tentativa de homicídio há 3 meses. Na prisão, era frequentemente encontrado vagando desorientado pelos corredores. Ele apresenta comportamento estranho e respostas incomuns, durante a avaliação inicial, com respostas aproximadas. Ao ser questionado sobre seu nome, ele responde com nomes de pessoas famosas, mas de maneira hesitante e incoerente. Quando perguntado sobre a data atual, ele fornece uma resposta incorreta e pouco precisa. Durante a conversa, o paciente apresenta um sorriso irônico e parece desviar o olhar enquanto responde às perguntas. Ele parece confuso e tem dificuldade em manter a atenção. Quando questionado sobre sua localização atual, ele dá respostas vagas e não relacionadas ao lugar em que está preso. Ao ser perguntado sobre o suposto crime, desconversa, como se estivesse confuso.
Na entrevista com familiares e testemunhas, não há relatos de antecedentes psicopatológicos ao longo de sua vida. À época do delito, não há descrição de alterações psicopatológicas de grande monta.
Durante o exame físico, o paciente parece ter dificuldade em andar de maneira coordenada e seus movimentos são desajeitados. Ele também relata dores de cabeça intermitentes e visão turva, mas não há sinais físicos objetivos que justifiquem esses sintomas.
Diante do exposto acima no caso, o diagnóstico
psicopatológico compatível e a decisão pericial são,
respectivamente:
Leia o caso clínico a seguir.
S. de 56 anos, há 2 anos tem apresentado alterações de comportamento, com surgimento insidioso e progressão gradual. Começou a ter dificuldade em manter-se em sua profissão (serralheiro), pois distraia-se com facilidade com conversas ou outras máquinas que estavam ao seu redor. Seu chefe o repreendia e ele parecia não se importar com isso. Após 3 meses, ele foi demitido e não conseguiu mais emprego. Apresentou inicialmente maior irritabilidade, labilidade emocional, evoluindo para desinibição comportamental, apatia, comportamento perseverante, hiperoralidade (pegava comida dos pratos dos filhos e enchia a boca até engasgar-se e regurgitar) além de um declínio importante na cognição social e nas capacidades executivas. Sua memória está relativamente preservada. Apresenta hipercolesterolemia desde os 50 anos e hipertensão arterial desde os 45 anos. Faz uso de Losartana desde os 58 anos. Nega diabetes.
O diagnóstico compatível com o quadro clínico é
No estudo do desenvolvimento cognitivo da criança, através da epistemologia, entende-se que o indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o meio em que está inserido, priorizando os fatores biológicos que podem influenciar seu desenvolvimento, sobretudo o cognitivo. Para isso, a criança consegue evoluir cognitivamente através do processo de adaptação cognitiva, que se dá pelos mecanismos de assimilação e acomodação. Quando a criança, ao interagir com o mundo, entende também que é possível mover um carrinho a partir da interação com um barbante que esteja amarrado a ele, ou mover um objeto usando-o, nesse processo de desenvolvimento cognitivo, ele está utilizando a reação terciária (Jean Piaget). O equivalente explicado pela neurociência é que, o crescimento e a conectividade seletiva dos neurônios são o mecanismo básico de toda aprendizagem e adaptação. A aprendizagem pode ser refletida em mudanças neurais de várias maneiras: (1) o crescimento de novos neurônios, (2) a expansão dos neurônios existentes, (3) as mudanças na conectividade e entre os neurônios existentes. Todas essas mudanças são expressões de plasticidade, ou a capacidade do sistema nervoso de mudar. Há, atualmente, evidências suficientes para o fato de que os neurônios demonstram crescimento e mudanças na reação a novas experiências e aprendizado. Os neurônios existentes crescem através da expansão e ramificação dos dendritos que se projetam para outros neurônios. Os neurônios se interconectam para formar redes neurais, que, por sua vez, se integram entre si para realizar tarefas cada vez mais complexas. O mecanismo neural associado e complementar aos mecanismos já expostos que estão associados aos processos de aprendizagem é
Leia o caso clínico a seguir.
Paciente K. 11 anos, sexo masculino, em tratamento prévio para TDAH desde os 8 anos, com uso de metilfenidato, na dose de 20mg/dia, com estabilização do quadro clínico tanto com melhora da capacidade atentiva, quanto redução do comportamento hipercinético. Há cerca de 3 semanas, os pais notaram maior reatividade emocional da criança, com comportamentos explosivos quando contrariada. Na escola, começou a agredir verbalmente colegas, dizendo que eles não eram tão inteligentes quanto ele e não conseguiam acompanhar seu raciocínio. Chegou a entrar na sala de aula e dizer que o professor não sabia dar aula, e ele iria assumir a turma. Na última semana o quadro piorou, com hipersexualização, importunado as colegas com toques invasivos. Os períodos de explosões pioraram, culminando com episódios de agressividade física com os pais. Já estava há 2 dias sem dormir. Foi expulso da escola um dia antes, por se masturbar no recreio. Ao exame, diz que estava feliz, e não sabia por que estava consultando com um médico que “não sabe de nada”. A mãe faz tratamento para depressão há 6 anos, sem uma boa resposta terapêutica.
A conduta médica para o caso é