Considere as situações hipotéticas apresentadas nos seguinte...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q2134248 Legislação de Trânsito
Considere as situações hipotéticas apresentadas nos seguintes itens.

I Um motorista envolveu-se em um acidente de trânsito e saiu do local sem prestar socorro.
II Uma filha, maior de idade e capaz, deixou de cuidar da própria mãe gravemente enferma.
III Um funcionário público tomou conhecimento de um crime praticado em repartição onde não trabalha e deixou de comunicar tal fato à autoridade pública.
IV O diretor de uma instituição financeira responsável pelo cumprimento dos deveres de comunicação estabelecidos na Lei n.º 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro) e com atribuição específica, determinada em estatuto, de evitar prática delituosa deixou de fazê-lo.

São situações possíveis de responsabilização do agente por omissão imprópria, nos termos do Código Penal, apenas as apresentadas nos itens 
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Com vistas a responder à questão, impõe-se a análise das proposições contidas nos itens a fim de encontrar-se a alternativa correta.
Item (I) - A conduta descrita neste item configura uma modalidade crime omissivo próprio, tipificado no artigo 304 da Lei nº (Código de Trânsito Brasileiro), que se caracteriza por uma abstenção do agente, ou seja, por uma conduta omissiva prevista no tipo penal.  
Item (II) - No presente caso está caracterizado o crime omissivo impróprio, que é aquele que se consuma quando o sujeito ativo deixa de praticar um dever de agir imposto pela lei a fim de impedir um resultado lesivo. Com efeito, a filha responde pelos danos à integridade física suportados pela mãe, ante o dever de cuidado que lhe é imposto por lei, já que ostenta a condição de garantidor, nos termos da alínea "a", do § 2º, do artigo 13 do Código Penal (§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:  a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (...)". 
Item (III) - A conduta descrita neste item é atípica, não respondendo o agente por omissão própria nem por omissão imprópria, na posição de garante. 
Item (IV) - A Lei nº 9.613/1998 impõe certos deveres de vigilância a diversas pessoas físicas e jurídicas ali elencadas. Com efeito, responde na condição de agente garantidor por crime cometido em razão de omitir-se do seu dever legal. Esta hipótese, portanto, configura omissão imprópria, diante do dever de vigilância imposto ao referido agente na alínea "a", do § 2º, do artigo 13 do Código Penal.
São, portanto, situações possíveis de responsabilização do agente por omissão imprópria, nos termos do Código Penal, as apresentadas nos itens (II) e (IV), estando correta alternativa (B).
Gabarito do professor: (B)

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

GABARITO: II e IV.

 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

       a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 

       b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 

       c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Omissão Própria - Não tinha dever legal de agir

Omissão Imprópia ou Comissivo por Omissão - Tinha dever legal de agir

GABARITO B!

O Brasil adotou a Teoria das Fontes Formais de Garantidor, que diz que só é garantidor quem a lei disser que é, são três hipóteses (art. 13, § 2º, CP).

Existem três hipóteses legais nas quais há esse dever de agir.

Art. 13 (...) § 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.

O dever de agir incumbe a quem:

  • a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
  • b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
  • c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

APROFUNDANDO . . .

  • irmã de vítima de estupro

Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, entendeu que a irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume o papel de garantidora. . Hipótese em que a acusada omitiu-se quanto aos abusos sexuais em tese praticados pelo seu marido na residência do casal contra suas suas irmãs menores durante anos. (HC 603.195/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020 - info 681)

CESPE - MPE - TO - Alex e Bianca são casados há uma década. Há três anos, a irmã de Bianca, criança com 10 anos de idade, passou a pernoitar na residência do casal, ocasiões em que Alex aproveitava para praticar atos de natureza sexual contra a menina. Em uma noite, Bianca descobriu o que estava ocorrendo nas visitas, mas não tomou atitude para impedir a reiteração das condutas criminosas do cônjuge.RESPOSTA: Bianca deverá responder pelo delito de estupro de vulnerável por omissão imprópria.

  • crime silente ou concurso absolutamente negativo

A conivência, “também chamada de participação negativa, crime silente, ou concurso absolutamente negativo, é a participação que ocorre nas situações em que o sujeito não está vinculado à conduta criminosa e não possui o dever de agir para impedir o resultado.Exemplo: um transeunte assiste ao roubo de uma pessoa desconhecida e nada faz. Não é partícipe. Portanto, o mero conhecimento de um fato criminoso não confere ao indivíduo a posição de partícipe por força de sua omissão, salvo se presente o dever de agir para impedir a produção do resultado.”

Ano 2021- CESPE - No crimen silenti, ou concurso absolutamente negativo, o agente não tem o dever legal de evitar o resultado, tampouco adere à vontade criminosa do autor, razão pela qual não é punido. CERTO

CESPE – PC – PB - Acerca do sujeito ativo e concurso de agentes, assinale a opção correta. O concurso absolutamente negativo não faz do omisso um partícipe do delito, por não estar ligado ao crime nem ter o dever legal de agir. CERTO

MPGO/2019 - No chamado concurso absolutamente negativo, o agente não tem o dever legal de evitar o resultado, tampouco adere a vontade criminosa do autor, motivo pelo qual não é punida a conivência. CERTO

Calma, que você talvez tenha acertado!

O GABARITO DO QC ESTÁ ERRADO EM TODA SEQUÊNCIA DESSA PROVA.

gabarito LETRA B! II e IV.

O item I traz uma hipótese de conduta praticada pelo próprio agente, aliada a posterior falta de socorro à vítima. Não é caso de omissão imprópria (norma de extensão) e o agente será punido com aplicação direta aos preceitos delitivos praticados, como o homicídio culposo e/ou a lesão corporal culposa, ambos majorada pela omissão de socorro (art. 302, §1º, III, CTB; art. 303, §1º, CTB), ou mesmo o afastamento do local de acidente (art. 305, CTB), cuja constitucionalidade fora reconhecida pelo STF na ADC 35. 

O item II traz uma hipótese de omissão imprópria. Conforme art. 229 da CF, “os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”. Outrossim, o art. 13, §2º, “a”, CP, estabelece que o dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. No caso, a filha poderá ser responsabilizada por omissão imprópria. 

O item III não traz hipótese punição por omissão imprópria, mas sim de conduta que pode configurar da contravenção penal prevista no art. 66, inc. I, da Lei de Contravenções Penais. 

O item IV traz uma hipótese passível de criminalização do agente por omissão imprópria. A Lei n.° 9.613/1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro) estabelece o dever de determinadas figuras de realizarem comunicações suspeitas ao COAF (art. 11). Caso a pessoa responsável não cumprir o seu dever legal, poderá responder pelo crime de lavagem de dinheiro, pela omissão imprópria decorrente do dever de vigilância (art. 13, §2º, “a”, CP).

Portanto, os itens II e IV estabelecem situações possíveis de responsabilização do agente por omissão imprópria. 

fonte: estratégia!!

JOSUÉ 1:9

PERSISTA QUE TÁ CHEGANDO SUA HORA!!!

seja forte e corajoso!

Sigamos!

I- 304, CTB: deixar de prestar socorro (omissão própria)

III- Acredito que pode ser 320, CP condescendência criminosa: deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração...ou não levar a conhecimento da autoridade competente. (omissão própria)

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo