Questões de Concurso
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Uma garotinha sobe em uma árvore. De galho em galho, ela se diverte, até que pede ajuda, não consegue descer. “Se subiu, desce”, diz o homem. Ela tenta, tenta e por fim consegue. Em poucos segundos, está no alto novamente: aprendeu a descer. Em torno dela, dezenas de crianças brincam com pedaços de madeira velha e canos, escalam grades, andam de patinete e dão cambalhotas – os adultos não reprimem. Essa grande bagunça é o recreio das crianças da Swanson Primary School, em Auckland, Nova Zelândia, e o homem é Bruce McLachlan, diretor que implementou na escola a política de zero regras.
“Nós queremos que as crianças estejam seguras e queremos cuidar delas, mas acabamos embrulhando-as em algodão enquanto elas deveriam poder cair“, diz Mclachlan ao criticar a forma com que tratamos as crianças.
A iniciativa do intervalo sem regras partiu de um experimento feito por duas universidades locais. A ideia é que ao dar às crianças a responsabilidade de cuidar de si mesmas, dá-se também a oportunidade de aprenderem com seus próprios erros. “Quando você olha para o nosso parquinho, parece um caos. De uma perspectiva adulta, parece que as crianças vão se machucar, mas elas não se machucam”, afirma.
Ao manter as crianças livres para se divertir, foram registrados menos acidentes, casos de bullying e vandalismo, enquanto que a concentração das crianças nas aulas e a vontade de ir à escola aumentaram.
O experimento deu tão certo que se tornou uma política permanente da escola.
(Bruna Rasmussen. https://www.hypeness.com.br/2015/01/conheca-aescola-sem-regras-e-seu-impacto-na-vida-dos-estudantes/ Adaptado)
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.
De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando
Na frase a seguir, as preposições destacadas contribuem para formar locuções adjetivas.
O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. (3° parágrafo)
As preposições destacadas foram empregadas com essa mesma função nos trechos da alternativa:
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.
De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.
De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando
Considere os trechos do texto.
• ... librando-se majestosamente pouco abaixo das nuvens. (1° parágrafo)
• ... e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens... (2° parágrafo)
• ... decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. (3°parágrafo)
É correto afirmar que os três termos destacados
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.
De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando
“Recentemente, jovem professor universitário, de opção democrática, comentava comigo o que lhe parecia ter sido um desvio seu no uso de sua autoridade. Disse, constrangido, ter se oposto a que aluno de outra classe continuasse na porta entreaberta de sua sala, a manter uma conversa gesticulada com uma das alunas. Ele tivera inclusive que parar sua fala em face do descompasso que a situação provocava”.
Com esse relato em Pedagogia da autonomia, Freire (2011) compreende que ensinar exige