Questões de Concurso Para prefeitura de crato - ce

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Q1786835 Português

"Tudo em ’Torto arado’ é presente no mundo rural do Brasil. Há pessoas em condições análogas à escravidão"


     Quando Bibiana e Belonísia nasceram, tinham outros nomes. O baiano Itamar Vieira Junior tinha 16 anos quando começou a escrever Torto arado (Todavia), que ganhou nesta quinta-feira o Prêmio Jabuti de melhor romance, e suas protagonistas tinham outras identidades. A essência da narrativa, no entanto, permaneceu inalterada: a história de duas irmãs, contada a partir de sua relação com o pai e com a terra onde viviam. O título, retirado do poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, tampouco mudou. O que veio depois foi a vontade de levar a história para o sertão da Chapada Diamantina, longe da capital ou do Recôncavo Baiano, onde a maioria dos seus conterrâneos ambientam suas narrativas. "A gente fala do sertão, do semiárido, parece que se trata de uma coisa só, mas o sertão da Chapada tem uma regularidade de chuva, uma diversidade de paisagem, de mato, que salta aos olhos", conta Vieira Junior, hoje com 41 anos, ao EL PAÍS, por telefone.

    

    Profundamente influenciado pelas leituras de Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz, ele escreveu as primeiras 80 páginas da obra, mas o manuscrito se perdeu durante uma mudança da família. Vieira Junior só retomaria a história vinte anos depois, quando, formado geógrafo e funcionário público do INCRA, conheceu as realidades de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados no sertão baiano e maranhense. "Ao longo de 15 anos, aprendi muito sobre a vida no campo e vi um Brasil muito diverso do que vivemos cotidianamente nas cidades. Existe uma vida muito pulsante no campo, uma vida que está em risco, porque essas pessoas vivem em constante conflito na defesa de seus territórios. Tudo isso reacendeu a chama de escrever Torto arado", conta o escritor, que lembra que o Brasil é um dos países com maiores índices de violência no campo. No ano passado, foram registrados 1.883 conflitos, incluindo 32 assassinatos, de acordo com o levantamento anual realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

    

    Em 2017, quando escrevia a segunda - e definitiva - versão do romance, nove trabalhadores rurais com os quais Vieira Junior teve contato foram assassinados, seis deles em uma chacina. "Foi um ano brutal", lembra. São as vidas e lutas dessa gente que estão contadas em sua obra, que acompanha a família das irmãs Bibiana e Belonísia no cotidiano de Água Negra, uma fazenda onde os trabalhadores aram a terra sem receber salário, tendo apenas o direito de construir casebres de barro que precisam ser reconstruídos a cada chuva, pois o fazendeiro não autoriza construções de alvenaria. Quando não estão plantando e colhendo nas terras do patrão, cultivam roças nos próprios quintais para comer e ganhar um pouco dinheiro vendendo abóbora, feijão e batata na feira. São quase todos negros, descendentes de escravizados libertos havia poucas décadas, como é o próprio autor. Descendente de negros escravizados vindos de Serra Leoa e da Nigéria e de indígenas Tupinambás, Vieira Junior construiu um sertão real, que tem vida e verde, graças, em parte, às histórias dos avós paternos, que viveram no campo, na região de Coqueiros do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano.

    

    O torto arado que dá nome ao livro é um objeto que, usado pelos antepassados das protagonistas na lida com a terra, atravessa o tempo para representar essa herança escravocrata de tantas desigualdades. Narrado primeiramente por Bibiana, depois por Belonísia e, na terceira parte, por outra personagem, o romance já começa com o clímax de um acidente: crianças, as duas irmãs ? filhas de Zeca Chapéu Grande, um líder comunitário e espiritual encontram uma faca da avó Donana. A partir daí, a linguagem, central na narrativa desde a prosa melodiosa com que o autor escreve, torna-se ainda mais importante. O não dito é tão importante quanto o que está impresso no papel. Uma irmã torna-se a voz da outra, e, como estão descritos os gestos, mas não as palavras das personagens, o leitor não sabe quem foi mutilada até chegar a um terço do romance. 


(FONTE: El País. Texto de Joana Oliveira. Disponível em https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12- 02/tudo-em-torto-arado-ainda-e-presente-no-mundo-rural-brasileiro-ha-pessoas-em-condicoes-analogas-a-escravidao.html)

Assinale a alternativa que contém apenas palavras acentuadas pelo mesmo motivo que Belonísia recebe acento:
Alternativas
Q1786834 Português

"Tudo em ’Torto arado’ é presente no mundo rural do Brasil. Há pessoas em condições análogas à escravidão"


     Quando Bibiana e Belonísia nasceram, tinham outros nomes. O baiano Itamar Vieira Junior tinha 16 anos quando começou a escrever Torto arado (Todavia), que ganhou nesta quinta-feira o Prêmio Jabuti de melhor romance, e suas protagonistas tinham outras identidades. A essência da narrativa, no entanto, permaneceu inalterada: a história de duas irmãs, contada a partir de sua relação com o pai e com a terra onde viviam. O título, retirado do poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, tampouco mudou. O que veio depois foi a vontade de levar a história para o sertão da Chapada Diamantina, longe da capital ou do Recôncavo Baiano, onde a maioria dos seus conterrâneos ambientam suas narrativas. "A gente fala do sertão, do semiárido, parece que se trata de uma coisa só, mas o sertão da Chapada tem uma regularidade de chuva, uma diversidade de paisagem, de mato, que salta aos olhos", conta Vieira Junior, hoje com 41 anos, ao EL PAÍS, por telefone.

    

    Profundamente influenciado pelas leituras de Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz, ele escreveu as primeiras 80 páginas da obra, mas o manuscrito se perdeu durante uma mudança da família. Vieira Junior só retomaria a história vinte anos depois, quando, formado geógrafo e funcionário público do INCRA, conheceu as realidades de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados no sertão baiano e maranhense. "Ao longo de 15 anos, aprendi muito sobre a vida no campo e vi um Brasil muito diverso do que vivemos cotidianamente nas cidades. Existe uma vida muito pulsante no campo, uma vida que está em risco, porque essas pessoas vivem em constante conflito na defesa de seus territórios. Tudo isso reacendeu a chama de escrever Torto arado", conta o escritor, que lembra que o Brasil é um dos países com maiores índices de violência no campo. No ano passado, foram registrados 1.883 conflitos, incluindo 32 assassinatos, de acordo com o levantamento anual realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

    

    Em 2017, quando escrevia a segunda - e definitiva - versão do romance, nove trabalhadores rurais com os quais Vieira Junior teve contato foram assassinados, seis deles em uma chacina. "Foi um ano brutal", lembra. São as vidas e lutas dessa gente que estão contadas em sua obra, que acompanha a família das irmãs Bibiana e Belonísia no cotidiano de Água Negra, uma fazenda onde os trabalhadores aram a terra sem receber salário, tendo apenas o direito de construir casebres de barro que precisam ser reconstruídos a cada chuva, pois o fazendeiro não autoriza construções de alvenaria. Quando não estão plantando e colhendo nas terras do patrão, cultivam roças nos próprios quintais para comer e ganhar um pouco dinheiro vendendo abóbora, feijão e batata na feira. São quase todos negros, descendentes de escravizados libertos havia poucas décadas, como é o próprio autor. Descendente de negros escravizados vindos de Serra Leoa e da Nigéria e de indígenas Tupinambás, Vieira Junior construiu um sertão real, que tem vida e verde, graças, em parte, às histórias dos avós paternos, que viveram no campo, na região de Coqueiros do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano.

    

    O torto arado que dá nome ao livro é um objeto que, usado pelos antepassados das protagonistas na lida com a terra, atravessa o tempo para representar essa herança escravocrata de tantas desigualdades. Narrado primeiramente por Bibiana, depois por Belonísia e, na terceira parte, por outra personagem, o romance já começa com o clímax de um acidente: crianças, as duas irmãs ? filhas de Zeca Chapéu Grande, um líder comunitário e espiritual encontram uma faca da avó Donana. A partir daí, a linguagem, central na narrativa desde a prosa melodiosa com que o autor escreve, torna-se ainda mais importante. O não dito é tão importante quanto o que está impresso no papel. Uma irmã torna-se a voz da outra, e, como estão descritos os gestos, mas não as palavras das personagens, o leitor não sabe quem foi mutilada até chegar a um terço do romance. 


(FONTE: El País. Texto de Joana Oliveira. Disponível em https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12- 02/tudo-em-torto-arado-ainda-e-presente-no-mundo-rural-brasileiro-ha-pessoas-em-condicoes-analogas-a-escravidao.html)

A autora do texto emprega variadas estratégias para desenvolver seu tema. Divide-se entre a realidade e a ficção, como também entre o presente e o passado, por exemplo. Também alterna a autoria, em uma dimensão microestrutural, inserindo em seu texto trechos que correspondem a declarações do autor do romance, Itamar Vieira Júnior.


Que outra estratégia pode ser associada a esse jogo de construção de sentido?

Alternativas
Q1785863 Biblioteconomia
Em bibliotecas escolares, o processo de desbastamento está, geralmente, ligado à:
Alternativas
Q1785862 Biblioteconomia
Os bibliotecários devem possuir informações mais fidedignas possíveis sobre a comunidade em que devem servir. Para tanto, desenvolvem mecanismos formais e informais de coleta de dados. É um exemplo de mecanismo informal:
Alternativas
Q1785861 Biblioteconomia
Dentre as características de uma política de seleção, Vergueiro (2010) indica, EXCETO:
Alternativas
Q1785860 Biblioteconomia
No momento da seleção dos materiais da biblioteca, o bibliotecário interfere na vida de muitas pessoas (VERGUEIRO, 2010). Ao exercer tamanho poder, o bibliotecário deve atentar para o fato de que, EXCETO:
Alternativas
Q1785859 Biblioteconomia
Trata-se de uma ferramenta para representação gráfica de uma sequência de qualquer trabalho realizado na organização, que possui vários tipos e graus de complexidade, de acordo com o objetivo a que se destina (WALTER; EIRÃO; REIS, 2010):
Alternativas
Q1785858 Biblioteconomia
Conforme Vergueiro (1989), apenas a existência de uma política de desenvolvimento de coleções pode garantir, pelo menos no limite do possível, uma coleção consistente e um crescimento balanceado dos recursos informacionais da biblioteca. Ou seja, a política irá funcionar como diretriz para as decisões dos bibliotecários em relação à seleção do material a ser incorporado ao acervo e à própria administração dos recursos informacionais. Uma política de desenvolvimento de coleções eficaz é aquela que deve considerar, EXCETO:
Alternativas
Q1785857 Biblioteconomia
"Numa sociedade em rede, a biblioteca precisa ofertar produtos e serviços que sejam ao mesmo tempo simples, mas ágeis e acessíveis. O catálogo, que hoje já pode ser acessado de qualquer lugar, além dos recursos que oferece (com reserva e renovação de materiais) é praticamente um item obrigatório. Deve-se pensar agora, por exemplo, em como este catálogo irá se adaptar em diferentes plataformas, sendo responsivo com as telas e as suas funcionalidades" (PRADO, 2016, p.173). Segundo as leis de Ranganathan, qual alternativa identifica melhor a citação acima:
Alternativas
Q1785856 Biblioteconomia
Os estudos de usuários assumem importância como instrumentos de planejamento e gestão porque oferecem subsídios aos bibliotecários na identificação do perfil de seus usuários e, portanto, para o desenvolvimento de serviços e produtos de informação mais eficazes (CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015, p. 59).Dentre os serviços elaborados para instrução de usuários, indicam-se, EXCETO:
Alternativas
Q1785855 Biblioteconomia
Avaliar é "atribuir valor, julgar mérito e relevância e medir o grau de eficiência e eficácia e o impacto causado pelas ações de determinada organização ou pela implementação de políticas, programas e projetos de informação" (ALMEIDA, 2005, p. 12). Sobre o processo de avaliação em bibliotecas, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q1785854 Biblioteconomia
O planejamento é função inerente a todos os membros de uma organização, podendo ser exercido de modo mais ou menos complexo e abrangente, dependendo do nível da estrutura organizacional em que cada um está situado. Sob o ponto de vista das instâncias organizacionais (institucional, intermediário, operacional), segundo Almeida (2005), é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q1785853 Biblioteconomia
No ano de 2020, comemorou-se os 58 anos de regulamentação legal da profissão de bibliotecário. A história da biblioteconomia brasileira, todavia, remonta as primeiras bibliotecas do Brasil colônia e os primeiros cursos. Dentre as afirmações abaixo, escolha a opção que NÃO condiz com a história da biblioteconomia brasileira:
Alternativas
Q1785852 Biblioteconomia
Walsh (2010, p. 499), demonstra-nos dois tipos de imprecisão de informações: a informação errada (misinformation) e a desinformação (disinformation). Sobre a desinformação, é CORRETO afirmar:
Alternativas
Q1785851 Biblioteconomia
No desenvolvimento de coleções, desiderata é uma:
Alternativas
Q1785850 Biblioteconomia
Na apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR14724:2011), todo texto deve ser digitado ou datilografado com espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se:
Alternativas
Q1785849 Biblioteconomia
A Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa do Brasil, e estimula o registro e a publicação de teses e dissertações em meio eletrônico, é desenvolvida por:
Alternativas
Q1785848 Biblioteconomia
No momento da doação, os bibliotecários devem atentar para o fato de que, EXCETO:
Alternativas
Q1785847 Biblioteconomia
É considerada a biblioteca nacional não oficial estadunidense, além de fonte primária de catalogação original, e ainda unidade de deposito legal, e onde originaram-se as iniciativas de catalogação automatizada - Machine-Readable-Cataloging(MARC) e catalogação na publicação - Cataloging-In-Publication(CIP):
Alternativas
Q1785846 Biblioteconomia
Há muitos sistemas identificadores em uso para diferentes tipos de materiais em bibliotecas. O código único preferido pelos editores para identificação e troca de conteúdo de um objeto digital, como artigos, documentos da Web, e outros itens de propriedade intelectual, é o:
Alternativas
Respostas
1241: C
1242: D
1243: C
1244: B
1245: D
1246: A
1247: C
1248: E
1249: D
1250: E
1251: C
1252: A
1253: A
1254: B
1255: C
1256: D
1257: E
1258: B
1259: D
1260: A