Questões de Concurso Para professor

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Q3158917 Pedagogia
A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade são abordagens fundamentais para a educação contemporânea, promovendo a integração de saberes e a superação das fronteiras entre disciplinas. Qual é uma característica central da transdisciplinaridade que a diferencia da interdisciplinaridade?
Alternativas
Q3158916 Pedagogia
O sociólogo Émile Durkheim argumentava que os fatos sociais são elementos fundamentais para compreender a relação entre o indivíduo e a sociedade. Analise as proposições abaixo:  
I.Fatos sociais são independentes da vontade individual e exercem coerção sobre os indivíduos.
II.Segundo Durkheim, a sociedade é um produto das ações isoladas de indivíduos.
III.A consciência coletiva, para Durkheim, reflete os valores e normas comuns de uma sociedade.

Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3158915 Pedagogia
Dentro das instituições de ensino, deve ser realizado um planejamento escolar, que pode envolver diferentes níveis e objetivos. Acerca do assunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(__)O plano da escola é um documento que aborda unicamente as diretrizes administrativas e não envolve aspectos pedagógicos, sendo um documento mais generalizado e comum a todas as escolas.
(__)O plano de ensino é mais detalhado que o plano de aula, pois prevê a sequência de conteúdos a serem abordados ao longo do ano.
(__)O plano de aula é mais específico e detalhado, concentrando-se no desenvolvimento de conteúdos em uma ou mais aulas.
(__)A elaboração de planos escolares deve ser flexível, permitindo adequações à realidade dos alunos e ao contexto escolar.
  A sequência está correta em:
Alternativas
Q3158914 Pedagogia
A avaliação diagnóstica é uma das modalidades avaliativas que tem como objetivo principal compreender o ponto de partida dos estudantes, suas dificuldades e potencialidades, para planejar ações pedagógicas adequadas. Acerca do assunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(__)A avaliação diagnóstica deve ser realizada apenas no início do ano letivo.
(__)Esse tipo de avaliação auxilia o professor a ajustar suas práticas às necessidades dos alunos.
(__)A avaliação diagnóstica é essencial para identificar as competências e habilidades já desenvolvidas.
(__)É dispensável quando os alunos apresentam um desempenho homogêneo. 

A sequência está correta em:
Alternativas
Q3157752 Pedagogia

No contexto da transição educacional brasileira durante o período da Primeira República (1889-1930), houve uma significativa influência das teorias pedagógicas europeias, especialmente das ideias de John Dewey e Ovide Decroly. Ao analisar as reformas educacionais dessa época, percebe-se que as práticas pedagógicas adotadas em alguns estados brasileiros, como São Paulo, buscaram conciliar métodos ativos e formação integral do sujeito.


Considerando esse contexto, o impacto dessas reformas na constituição da identidade educacional brasileira promoveu a:  

Alternativas
Q3157751 Pedagogia
A Meta 4 do Plano Nacional de Educação visa à universalização do atendimento educacional especializado (AEE) para estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Considerando as estratégias e desafios para a implementação dessa meta, assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q3157749 Pedagogia
Considerando a natureza do Projeto Político Pedagógico (PPP), assinale a alternativa que contempla corretamente o papel do professor na construção desse documento.  
Alternativas
Q3157748 Pedagogia
De acordo com os princípios da Didática Fundamental, defendidos por Candau (1984), a organização de uma aula deve considerar a multidimensionalidade do processo de ensino-aprendizagem. Com base nessa concepção, assinale a alternativa que apresenta a prática docente CORRETA baseada nos pressupostos da Didática Fundamental.  
Alternativas
Q3157747 Pedagogia
A Lei nº 12.796/2013, que altera a Lei nº 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, trouxe importantes modificações no sistema educacional brasileiro. A partir dessa nova configuração legal, assinale a alternativa que apresenta os impactos dessa lei na organização do ensino.
Alternativas
Q3157744 Pedagogia
Conforme Lopes (1996), a criança, no início de sua vida, constrói esquemas de ação a partir de reflexos neurológicos básicos, possibilitando a assimilação do meio. Piaget (1983) destaca que, nessa fase, o desenvolvimento cognitivo é marcado por uma inteligência essencialmente prática, baseada em ações e percepções, e não na linguagem. Esse período se caracteriza pelo desenvolvimento de noções como objeto permanente, causalidade e diferenciação entre meios e fins. Segundo Piaget, esse desenvolvimento, corresponde à fase: 
Alternativas
Q3157743 Pedagogia
Para Piaget (2003a), o desenvolvimento cognitivo ocorre pela interação entre o sujeito e o objeto. Nesse contexto, ao entrar em contato com um objeto desconhecido, a criança passa por um processo de organização do pensamento que envolve a assimilação e a acomodação. Esse processo possibilita a criança o desenvolvimento da:
Alternativas
Q3157742 Pedagogia

Na Pedagogia Histórico-Crítica, o planejamento de ensino deve contemplar, a:



I. integração entre conhecimento formal, acadêmico, com o que é vivido pelos alunos em seu contexto social, cultural e histórico.


II. interação com a cultura, família e comunidade, a experiência, as práticas e saberes cotidianos que os alunos trazem para a escola.


III. adaptação do conteúdo às demandas do mercado de trabalho e à formação de competências técnicas específicas.


IV. reprodução das normas e valores da sociedade buscando preparar os alunos para se integrarem ao status quo social.


V. organização do ensino com base em um currículo estruturado que prioriza a adaptação do sujeito ao sistema educacional vigente.   



Está CORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Q3157740 Pedagogia

Leia a situação hipotética abaixo.  


Em uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental, a professora Ana, experiente em práticas de alfabetização, percebe que seus alunos estão se aproximando das primeiras etapas da aprendizagem da leitura e da escrita. No entanto, além dessas habilidades iniciais, alguns já demonstram interesse em produzir textos de forma mais significativa. A professora Ana está diante de um dilema comum nas práticas de alfabetização: como equilibrar a aprendizagem técnica da leitura e escrita com a capacidade de utilizar essas habilidades de maneira contextualizada e crítica.


Diante do desafio da professora Ana, é CORRETO:


Alternativas
Q3157735 Atualidades
Entre as alternativas a seguir, assinale o nome do país que é o mais novo membro dos Brics: 
Alternativas
Q3157727 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Em qual dos trechos a seguir a palavra ou a expressão sublinhada NÃO veicula uma opinião do autor do texto?
Alternativas
Q3157726 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Observe as vírgulas sinalizadas nos excertos a seguir.



I. Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca [,] símbolo gastronômico dos nossos vizinhos [,] em seu delicioso livro “Os argentinos”.


II. Segundo Palácios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona [,] mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas.



Assinale a alternativa que apresenta a justificativa correta para o uso das vírgulas destacadas em cada um dos excertos.

Alternativas
Q3157725 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Quais foram as principais estratégias argumentativas adotadas pelo articulista para explicitar os dados sobre pratos típicos dos países citados? 
Alternativas
Q3157724 Português

AS QUESTÕES SE REFEREM AO TEXTO A SEGUIR.


Sobre pizzas e vacas


Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos


Jaime Pinsky — Historiador e escritor, professor titular aposentado da Unicamp | 05/01/2025  


Fim de ano é aquele período em que a roupa começa a encolher, dizia minha mãe, rindo de suas amigas ao ouvi-las reclamar que não era justo existir um mês em que se come muito (dezembro), seguido de outro (janeiro, férias escolares) em que se coloca roupa de banho e os quilos adquiridos se revelam de modo inequívoco. Comer é uma atividade social que vai muito além de saciar o apetite e tem provocado observações nem sempre sólidas sobre o caráter dos povos. A cultura da pizza, comida encarregada de resolver o problema de grande parte dos habitantes deste planeta, é um exemplo de como uma generalização superficial pode estar equivocada. Claro, pois a pizza, ao que tudo indica, não é a melhor representação gastronômica da Itália, mesmo porque sua origem está na Índia ou no Oriente Médio, já que é nessas regiões do planeta em que o pão tem esse formato, redondo e chato, provável inspiração dos inventores da pizza. 

O mais fascinante, contudo, é a hipótese de um sociólogo brasileiro, já falecido, Gabriel Bolaffi, para o qual a pizza era um produto consumido apenas no sul da península, e sua expansão pela Itália toda teve a ver com a invasão dos americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados ianques, à medida que avançavam para o norte, solicitavam aqueles discos práticos e saborosos, mas que não eram produzidos em outras regiões. Como os soldados tinham apetite, dólares e armas, donos de bares e pequenos restaurantes trataram de preparar as próprias pizzas, para alegria dos americanos. Assim, graças aos soldados estrangeiros, a pizza deixou de ser uma comida regional e tornou-se um verdadeiro símbolo nacional. Com a volta dos exércitos vencedores ao continente americano, a pizza tornou-se uma necessidade gastronômica também nos Estados Unidos, devidamente adaptada ao duvidoso gosto dos "gringos", que a devoram em pé, na rua, sem o uso de talheres, acompanhada de refrigerante em vez de vinho e preparada com queijo com sabor de plástico... Mas, de qualquer forma, baseada naquela encontrada pelos soldados em solo italiano.  

O fato é que "comidas típicas" não são tão típicas assim, mas, por se apresentarem como tal, representam com dignidade, maior ou menor, seus supostos criadores. As famosas alheiras portuguesas, por exemplo, foram criadas por necessidade, não por prazer, alegria ou fome. Conta-se que o governo português, aliado da Igreja, desconfiava das pessoas que não comiam linguiça — provável indício de que mantinham clandestinamente práticas judaicas ou muçulmanas. Portugal, é importante ressaltar, estava preocupado em fazer uma espécie de "limpeza religiosa", acabando com resquícios não cristãos na sua população (século 16). E o governo morria de medo de avanços econômicos que pudessem ameaçar a estrutura de poder arcaica existente. Os judeus consumiam as alheiras e ostentavam fileiras de carne de aves e legumes temperados com alho para mostrar sua suposta adesão ao cristianismo quando, na verdade, não passavam de cristãos novos mal resolvidos, que tinham nojo da carne de porco, mas fingiam comê-la para não serem executados nas fogueiras da Inquisição e do retrógrado governo lusitano após terríveis torturas. Assim teria surgido essa linguiça sem carne de porco …

Vindo para o nosso continente, vale a pena recordar a história que o jornalista Ariel Palácios nos conta sobre a carne de vaca, símbolo gastronômico dos nossos vizinhos, em seu delicioso livro “Os argentinos”. Para início de conversa, Ariel nos lembra que a vaca não é argentina, nem sequer americana, mas foi trazida para a Argentina, via Brasil, várias décadas após a chegada de Cabral. Durante anos, os bovinos passearam sossegados entre os Andes e o Atlântico, sem que suas virtudes alimentícias fossem percebidas. Só então a vaca se tornaria um verdadeiro símbolo nacional. Segundo Palacios, os argentinos estão dispostos até a discutir se Pelé foi melhor do que Maradona, mas não admitem colocar em questão a superioridade de suas vacas. Para dizer a verdade, e que me perdoem os ótimos criadores que temos no Brasil, muitos brasileiros, como eu, concordam com eles.


PINSKY, Jaime. Sobre pizzas e vacas. Correio Braziliense, 05 de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2025/01/7026305-sobrepizzas-e-vacas.html. Acesso em: 05 jan. 2025. Adaptado.

 

Segundo as informações do texto,  
Alternativas
Q3157193 Pedagogia
Segundo o Decreto Federal Nº 9.765/2019, qual é a abordagem pedagógica recomendada para a implementação da Política Nacional de Alfabetização?
Alternativas
Q3157192 Pedagogia
A Lei Federal nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE), estabelece metas para a educação no Brasil. Qual das alternativas a seguir representa uma meta do PNE relacionada à alfabetização?
Alternativas
Respostas
1401: B
1402: D
1403: C
1404: C
1405: D
1406: B
1407: C
1408: A
1409: B
1410: D
1411: C
1412: D
1413: D
1414: C
1415: B
1416: A
1417: B
1418: D
1419: B
1420: D