As constantes reclamações, não só aquelas publicadas
em periódicos da Corte, mas também as diversas cartas
e petições enviadas para a Secretaria de Polícia da Província, informavam que os habitantes destes mocambos
praticavam frequentes roubos na região, principalmente
pirateando barcos, carregados de produtos, que navegavam os rios. Segundo as denúncias, os quilombolas usavam canoas – que mantinham escondidas nos manguezais dos inúmeros riachos afluentes do Iguaçu e Sarapuí
— em seus assaltos e, “para evitarem os insultos dos
salteadores – [quilombolas], alguns mestres daquelas
lanchas têm pactuado com eles, pagando-lhes tributo de
carne, farinha, etc.”. As dificuldades alegadas pelas autoridades para destruir os mocambos eram, entre outras,
sua localização em regiões pantanosas de difícil acesso
e a “conivência” com os quilombolas de comerciantes,
taberneiros, cativos das plantações vizinhas, escravos
remadores e lavradores.
(Flávio dos Santos Gomes, Quilombos do Rio de Janeiro no século XIX.
In: Flávio dos Santos Gomes e João José Reis (orgs.),
Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil)
A partir do excerto, é correto afirmar que, em geral, as
comunidades de escravos fugidos