Questões de Concurso Sobre artes cênicas
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DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Curitiba: Criar, 2001.
Sobre a ideia de um saber sensível, relacionado à educação estética e inerente ao teatro, podemos concluir que
“Uma das maiores vedetas de então estava em excursão pelo interior de São Paulo com uma pequena companhia. Sabia o texto de cor, mas gostava de introduzir novas frases todos os dias, dependendo da plateia e de como decorria o espetáculo. O público deliciava-se. Os outros atores, ao contrário, perdiam a sua segurança e alguns riam em cena, pelo que eram imediatamente censurados. No elenco havia um jovem ator que estava a dar os primeiros passos e que se entusiasmava com as novas piadas que a vedeta introduzia no espetáculo. Certa noite, muito estimulado pelo patrão, o jovem ator decidiu imitá-lo de algumas hesitações e largou também a sua improvisação, por certo uma piada muito grosseira. O resultado foi sensacional e todo o público e os seus colegas começaram a rir; só a vedeta ficou muito séria e compenetrada. No fim do espetáculo, os atores esperavam a mais feroz censura para o jovem estreante, mas a vedeta fechou-se no seu camarim e não disse nada, absolutamente nada. No outro dia, quando todos se preparavam já para entrar em cena, a vedeta mandou ir ao seu camarim o jovem ator, morto de medo pela sua ousadia da véspera. Foi recebido com grande amabilidade. A vedeta falou-lhe da sua arte, dos anos que já tinha de palco etc. etc. Após um longo discurso perguntou-lhe:
– Lembras-te da improvisação de ontem?
– Sim, sim – respondeu o jovem. – Não gostou?
– Gostei muitíssimo, parece-me uma piada muito boa.
– Obrigado – suspirou, aliviado, o jovem. – Muito obrigado. Parece-me que o público gostou. Riram-se muito. Os meus colegas felicitaram-me. Foi um êxito.
– Sim, sim – disse a vedeta. O público riu-se muito porque é realmente uma ótima piada. Mas hoje quem a diz sou eu e não tu, porque sou eu o dono da companhia. Compreendido?”
BOAL, Augusto. Jogos para atores e não atores. 11. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 30.
O caso contado por Augusto Boal refere-se a um momento importante na história do teatro brasileiro, mas o autor conta essa história para fazer uma crítica à
O que ocorre aqui é uma intensificação e uma desconstrução do teatro em vários níveis. Por um lado, o teatro “vivo” é posto em suspensão e passa a ser uma ilusão, um efeito de uma máquina de efeitos. Por outro lado, experimenta-se, na atmosfera intensa e vital do trabalho, uma tendência inversa: a tecnologia das mídias é teatralizada.
LEHMANN, Hans Thies. Teatro pós-dramático.São Paulo: Cosac Naify, 2001, p. 384.
Sobre as relações entre teatro e mídias digitais, com base em Lehmann, é correto afirmar que
BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2003, p. 522.
Assinale a alternativa correta em relação a um dos principais nomes do Teatro do Absurdo, e também criador dos personagens mencionados acima.
Com base na citação acima, assinale a alternativa que caracteriza corretamente a perspectiva teatral de Jean Pierre Ryngaert.
Lugar de diversão ou agência de propaganda, terra prometida ou fórum de debates, eterno ‘como se’ de uma realidade mais elevada ou tela de raio X de uma realidade mais baixa, instituição moral no sentido de Schiller ou ‘reflexão ativa do homem sobre si mesmo’ nas palavras de Novalis, plataforma de lançamento de discussões éticas, ideológicas e filosóficas ou museu para as clássicas estrelas fixas, trilha para o encontro do homem consigo mesmo ou mostra sem inibição das próprias emoções.
BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 521.
Arte milenar que sobrevive ao tempo e às condições nem sempre favoráveis ao seu florescimento, o teatro atravessa os séculos se reinventando. Como o próprio ator, o teatro também se traveste com as necessidades do momento e improvisa seu texto modulando-o aos interesses de cada plateia, sendo porta-voz de cada momento histórico.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente o universo teatral com sua história.
Questionando-se sobre o valor pedagógico da experiência teatral na escola, o professor de teatro não está a salvo de ouvir definições vagas, apoiadas em chavões como “teatro é cultura”, ou ainda reducionismos que apenas destacam o valor didático no tocante à transmissão de conteúdos e ao desenvolvimento do estudante como indivíduo. Medir a experiência artística como ação pedagógica é um diálogo inconcluso e, portanto, necessário.
Sobre a relação entre a linguagem teatral e a experiência pedagógica em uma perspectiva comunicacional, é correto afirmar que
Durante pelo menos meio século tem-se aceito que o teatro é uma unidade na qual todos os elementos deveriam tentar fundir-se. Com este fim surgiu o diretor. Mas no fundo tem sido principalmente uma questão de unidade externa. Uma fusão de estilos um tanto superficial para que estilos contraditórios não ser choquem. Se levarmos em conta como a unidade interna de um trabalho complexo pode verdadeiramente ser expressa, podemos achar exatamente o oposto: que o choque de externos é essencial.
BROOK,1970 apud FICHER, 2010, p. 158.
Dialogando com Peter Brook, Stela Fischer, em seu livro Processo colaborativo e experiências de companhias teatrais brasileiras (2010), dá especial atenção à figura do diretor/encenador, destacando que, ao invés de desaparecer, a figura do diretor, bem como sua função, são reafirmados e validados.
Em alguns processos colaborativos de encenação teatral, a figura do diretor/encenador é favorável ao sucesso do projeto porque
A maneira correta de se trabalhar a teatralidade na dança em sala de aula é
Em sua obra Uma cartilha para o dançarino moderno, a bailarina Martha Graham afirma:
Eu não desejo ser uma árvore, uma flor ou uma onda. Quando somos espectadores, no corpo de um dançarino devemos ver nós mesmos, não a ação ilimitada das forças; não os fenômenos da natureza, não as criaturas exóticas de outros planetas, mas algum milagre que é o ser humano, motivado, disciplinado.
GRAHAM apud TAVARES, J.; KEISERMAN, N. O corpo cênico: entre a dança e o teatro. São Paulo: Annablume, 2013, p. 73-74.
Com essas palavras, Martha Graham revela sua
Seguindo esse pensamento, a estratégia para se trabalhar a improvisação numa aula de Dança é
Com relação aos fundamentos da educação teatral e das pedagogias do teatro, julgue o item que segue.
O sistema de jogos teatrais proposto por Viola Spolin
fundamenta‐se principalmente em Piaget e Stanislavski.
Propõe como essências do jogo teatral o foco, a
instrução e a avaliação e pretende que o jogador
aprenda a resolver problemas cênicos.
Com relação aos fundamentos da educação teatral e das pedagogias do teatro, julgue o item que segue.
Beatriz Cabral propõe o drama como método de ensino
em que o professor‐personagem medeia por meio da
ação teatral, e não apenas verbalmente. Os alunos
interagem dentro de um contexto de ficção.
Com relação aos fundamentos da educação teatral e das pedagogias do teatro, julgue o item que segue.
Na estética do oprimido, proposta por Augusto Boal, a
palavra, a imagem e o som são considerados como
instrumentos de poder e opressão. Assim, considera que
é dever do cidadão‐artista usar esses canais de opressão
para destruir os dogmas da arte e da cultura, mostrando
que todos os seres humanos são artistas de todas as
artes.
Com relação aos fundamentos da educação teatral e das pedagogias do teatro, julgue o item que segue.
Quando o teatro é utilizado como ferramenta para a
aprendizagem de outras disciplinas (tais como história,
geografia, português), potencializa‐se a aprendizagem
da linguagem teatral e a ação pedagógica se configura
como interdisciplinar.
A ampliação de repertórios estéticos é um dos objetivos do ensino de teatro no ensino médio. Assim, conhecer e(ou) experimentar, por meio de leituras dramáticas e(ou) jogos e cenas, a dramaturgia de autores brasileiros, como Martins Pena, Artur de Azevedo, Nelson Rodrigues, Molière, Vianinha, Oswald de Andrade, Plínio Marcos, Ariano Suassuna etc., é um caminho que pode ser profícuo para essa conquista cultural.