Atente para o seguinte caso: Paciente do sexo
masculino, 50 anos, procurou atendimento no
otorrinolaringologista, por conta de uma otite, no
ouvido direito, desenvolvida, de acordo com seu
relato, depois de um “banho de açude”. Após o
tratamento com antibióticos (amoxicilina +
clavulanato), passou a relatar uma incômoda
sensação de plenitude auricular; de acordo com suas
palavras, era “como se tivesse com água dentro do
ouvido... cheio de água”. Por conta da situação,
então relatada, procurou por diversas vezes o
mesmo profissional médico para fazer “uma lavagem
no ouvido”, mesmo após ter sido alertado de que,
pelo exame de seu pavilhão auricular e membranas
timpânicas, não havia qualquer alteração. Após a
sexta intervenção de profissionais médicos
diferentes, o paciente faz o seguinte relato: “a água
que antes sentia incomodar em meu ouvido direito,
agora está dentro de minha cabeça”, e acrescenta:
“sinto até uma bolhinha de ar que fica subindo e
descendo quando eu viro a cabeça”. Fez vários
exames de neuroimagem, sempre sem alterações;
contudo, faz a seguinte consideração: “A água que
estava no ouvido entrou na cabeça, lá do açude, eu
sinto ela aqui ó (enquanto gesticula e mobiliza a
cabeça), eu tenho certeza que a água está aqui ó,
não adianta você me dizer que não tem água aqui,
todo mundo diz que não tem, mas tem água do
açude aqui”. O paciente, que demonstra importante
irritação quando confrontado sobre seus sintomas,
desde o início de sua condição, não teve perdas
funcionais importantes, continuando suas atividades
de agricultor, com pouco ou nenhum prejuízo. Ao
exame mental, não apresenta alterações de curso ou
de forma do pensamento, manifestando um conteúdo
voltado ao tema de sua condição de “água na
cabeça”.
Considerando a situação acima descrita, assinale a
opção que apresenta, respectivamente, a hipótese
diagnóstica e o tratamento mais adequado.