Questões de Concurso
Para fec
Foram encontradas 1.043 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Tenho pelas pessoas gordas que conheço a maior simpatia, e me comovem os esforços que fazem para emagrecer. Vibram com a redução de um quilo em oitenta do peso total, dura conquista de uma semana de dieta feroz e malhação, e relaxam no fim de semana. Chega a Segunda-feira e a dura realidade é que o ponteiro da balança, implacável, denuncia o seu desvario dominical.
Outras pegam receitas azuis de medicamentos antiforme na ilusão de que o milagre acontecerá, e bem que ocorre durante um certo tempo. Mas, depois, vem o tsunami de gordura repor os quilos. Parece que o cérebro tem uma regulagem para o peso e dela não se afasta.
Enfim, para encurtar a história, devo dizer que só vi dois casos de emagrecimento seguro e duradouro, ambos de homens. Não estou contando aqui aqueles que fizeram cirurgia de redução de estômago, apenas os que conseguiram emagrecer com o esforço próprio de dieta e exercícios.
Um deles tornou-se vegetariano, só come saladas e passou a correr 10 quilômetros por dia, todos os dias.
O outro faz uma dieta programada por um nutrólogo, e não sei se vai conseguir manter-se sem a gordura. Na verdade, ele precisava emagrecer para fazer uma cirurgia de hérnia abdominal. Conseguiu, emagreceu vinte quilos em poucos meses, e perdeu, de fato, a barriga. Não fez ainda a cirurgia, que talvez agora não seja mais necessária. Como é um grande bebedor histórico de cerveja, o seu médico o proibiu de beber fermentados; liberou apenas os destilados, até três doses por semana. A última vez que o encontrei foi num bar, noite de sábado, quando ele me contou suas proezas dietéticas. Aproveitou para fazer uma gracinha: bebia, no sábado, três doses, já que o sábado é o último dia da semana; e, no domingo, mais três, visto que está começando outra semana.
Qualquer um com um mínimo de raciocínio poderia argumentar que a vantagem só ocorre na primeira semana, pois não poderia beber no próximo sábado, último dia da semana que já foi bebida no domingo que passou.
Alcoólatra inventa cada uma! Esse aí não vai conseguir ficar magro. Só se passar a correr os dez quilômetros: combustível é que não falta!
(LEVIN, Jacques. Recanto das Letras, 16/05/2007. www.recantodasletras.uol.br)
De acordo com o que se diz no 5º parágrafo, o gordo consumidor de bebida alcoólica, dentre as bebidas abaixo, NÃO poderia consumir;
Um dia, olhando para a estrada sobre a qual haviam colocado diversas pedrinhas para reforçar a superficie, a pedra grande sentiu um enorme desejo de estar lá embaixo, junto às outras.
- Que estou eu fazendo aqui entre as flores? Quero viver com minhas irmäs. Acho que é um direito meu. Assim dizendo, moveu-se e rolou para baixo, terminando seu caprichoso percurso exatamente no meio das pedrinhas por cuja companhia tanto almejava.
Na estrada passavam carretas com rodas de ferro, cavalos que pisavam com força, camponeses de botas ferradas, rebanhos e manadas de animais. A bela pedra logo
se viu maltratada. Alguns a faziam rolar, outros batiam nela com os pés, outros ainda a chutavam para mais adiante. As vezes via-se toda suja de lama.
Olhando para olugar de onde viera, a pedra suspirou pela perda de sua solidão e teve, em vão, saudades da paz que outrora conhecera.
Esta fábula é dedicada aqueles que estupidamente saem da paz e do silêncio do verde campo para irem para a cidade, encontrando pessoas de maldade sem limites.
(Leonardo da Vinci: Fábulas e Lendas, S.Paulo, Circulo do Livro, 1972)
Para indicar a fala da pedra no texto, o narrador empregou para iniciar a frase:
No inicio do século XX, relacionado a esse contexto,encontra-se o seguinte fato:
O Quinze
Raquel de Queirós.
Eles tinham saído na véspera, de manhã, de Canoa. Eram duas horas da tarde. Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou, numa voz quebrada e penosa: - Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer. Dá-me aquela zoeira na cabeça! Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. O cabelo, em falripas¹ sujas, como que gasto, acabado, caía, por cima do rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida como uma casca, pregueava nos braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgada descobriam. A saia roída se apertava na cintura em dobras sórdidas; e se enrolava nos ossos das pernas, como um pano posto a enxugar se enrola nas estacas da cerca. Num súbito contraste, a memória do vaqueiro confusamente começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento. Viu-a de branco, gorda e alegre, com um ramo de cravos no cabelo oleado e argolas de ouro nas orelhas... Depois sua pobre cabeça dolorida entrou a tresvariar; a vista turvou-se como as idéias; confundiu as duas imagens, a real e a evocada, e seus olhos visionaram uma Cordulina fantástica, magra como a morte, coberta de grandes panos brancos, pendendo-lhe das orelhas duas argolas de ouro, que cresciam, cresciam, até atingir o tamanho do sol. No colo da mulher, o Duquinha, também, só osso e pele, levava, com um gemido abafado, a mãozinha imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes. E com a outra tateava o peito da mãe, mas num movimento tão fraco e tão triste que era mais uma tentativa do que um gesto. Lentamente o vaqueiro voltou as costas; cabisbaixo, o Pedro o seguiu. E foram andando à toa, devagarinho, costeando a margem da caatinga. Às vezes, o menino parava, curvava-se, espiando debaixo dos paus, procurando ouvir a carreira de algum tejuaçu² que parecia ter passado perto deles. Mas o silêncio fino do ar era o mesmo. E a morna correnteza que ventava, passava silenciosa como um sopro de morte; na terra desolada não havia sequer uma folha seca; e as árvores negras e agressivas eram como arestas de pedra, enristadas contra o céu.
O Quinze. 20ª. edição. Rio de Janeiro: José Olympio. 1976.
1. Farripas, cabelos muito ralos na cabeça. 2. lagarto (teiú) grande
No trecho: “Chico Bento olhou dolorosamente a mulher.” (5º§), observa-se a regência verbal, de acordo com as normas devidas, porém NÃO se pode afirmar tal observância, na opção:
O Quinze
Raquel de Queirós.
Eles tinham saído na véspera, de manhã, de Canoa. Eram duas horas da tarde. Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou, numa voz quebrada e penosa: - Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer. Dá-me aquela zoeira na cabeça! Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. O cabelo, em falripas¹ sujas, como que gasto, acabado, caía, por cima do rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida como uma casca, pregueava nos braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgada descobriam. A saia roída se apertava na cintura em dobras sórdidas; e se enrolava nos ossos das pernas, como um pano posto a enxugar se enrola nas estacas da cerca. Num súbito contraste, a memória do vaqueiro confusamente começou a recordar a Cordulina do tempo do casamento. Viu-a de branco, gorda e alegre, com um ramo de cravos no cabelo oleado e argolas de ouro nas orelhas... Depois sua pobre cabeça dolorida entrou a tresvariar; a vista turvou-se como as idéias; confundiu as duas imagens, a real e a evocada, e seus olhos visionaram uma Cordulina fantástica, magra como a morte, coberta de grandes panos brancos, pendendo-lhe das orelhas duas argolas de ouro, que cresciam, cresciam, até atingir o tamanho do sol. No colo da mulher, o Duquinha, também, só osso e pele, levava, com um gemido abafado, a mãozinha imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes. E com a outra tateava o peito da mãe, mas num movimento tão fraco e tão triste que era mais uma tentativa do que um gesto. Lentamente o vaqueiro voltou as costas; cabisbaixo, o Pedro o seguiu. E foram andando à toa, devagarinho, costeando a margem da caatinga. Às vezes, o menino parava, curvava-se, espiando debaixo dos paus, procurando ouvir a carreira de algum tejuaçu² que parecia ter passado perto deles. Mas o silêncio fino do ar era o mesmo. E a morna correnteza que ventava, passava silenciosa como um sopro de morte; na terra desolada não havia sequer uma folha seca; e as árvores negras e agressivas eram como arestas de pedra, enristadas contra o céu.
O Quinze. 20ª. edição. Rio de Janeiro: José Olympio. 1976.
1. Farripas, cabelos muito ralos na cabeça. 2. lagarto (teiú) grande
Em: “...espiando debaixo dos paus...” (14º§), a regência nominal está correta, mas a regência nominal NÃO foi devidamente empregada em: