Questões de Concurso Público Instituto Rio Branco 2024 para Terceiro Secretário - manhã

Foram encontradas 132 questões

Q3104944 Português
Texto I


     (...) as nações latinas do Novo Mundo não se podem queixar de deslembradas. Cada incidente, ainda sem grande relevo, encontra repercussão na imprensa europeia. Não aparecem, é verdade, nenhuns desses longos estudos, circunstanciados e sábios, onde os mestres em assuntos internacionais dizem o que sabem sobre a história política, social e econômica do país de que se ocupam, para daí deduzirem os seus juízos. Não; como de costume, sempre que se trata das repúblicas latino-americanas, os doutores e publicistas da política mundial se limitam a lavrar sentenças — invariáveis e condenatórias. Como variantes dessas sentenças, eles se limitam a ditar, de tempos em tempos, uns tantos conselhos axiomáticos.

Manoel Bomfim. América Latina: males de origem. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 24 (com adaptações).

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto I, julgue (C ou E) o item a seguir. 


No terceiro período do texto, o termo “circunstanciados” se refere às condicionantes da produção do conhecimento científico da época, ou às circunstâncias da epistemologia vigente. 

Alternativas
Q3104945 Português
Texto I


     (...) as nações latinas do Novo Mundo não se podem queixar de deslembradas. Cada incidente, ainda sem grande relevo, encontra repercussão na imprensa europeia. Não aparecem, é verdade, nenhuns desses longos estudos, circunstanciados e sábios, onde os mestres em assuntos internacionais dizem o que sabem sobre a história política, social e econômica do país de que se ocupam, para daí deduzirem os seus juízos. Não; como de costume, sempre que se trata das repúblicas latino-americanas, os doutores e publicistas da política mundial se limitam a lavrar sentenças — invariáveis e condenatórias. Como variantes dessas sentenças, eles se limitam a ditar, de tempos em tempos, uns tantos conselhos axiomáticos.

Manoel Bomfim. América Latina: males de origem. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 24 (com adaptações).

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto I, julgue (ou E) o item a seguir. 


Na construção argumentativa do texto, o autor faz uma pausa retórica mediante o emprego do “Não” (quarto período), para relativizar sua oposição ao conteúdo do período imediatamente anterior, e repete, nos dois últimos períodos, a expressão “se limitam” com o propósito de reforçar sua crítica à visão eurocêntrica, por ele considerada superficial e pretensamente superior. 


Alternativas
Q3104946 Português
Texto I


     (...) as nações latinas do Novo Mundo não se podem queixar de deslembradas. Cada incidente, ainda sem grande relevo, encontra repercussão na imprensa europeia. Não aparecem, é verdade, nenhuns desses longos estudos, circunstanciados e sábios, onde os mestres em assuntos internacionais dizem o que sabem sobre a história política, social e econômica do país de que se ocupam, para daí deduzirem os seus juízos. Não; como de costume, sempre que se trata das repúblicas latino-americanas, os doutores e publicistas da política mundial se limitam a lavrar sentenças — invariáveis e condenatórias. Como variantes dessas sentenças, eles se limitam a ditar, de tempos em tempos, uns tantos conselhos axiomáticos.

Manoel Bomfim. América Latina: males de origem. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 24 (com adaptações).

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto I, julgue (ou E) o item a seguir. 


Infere-se do texto que as nações latino-americanas não são lembradas pela imprensa europeia, ou, quando o são, servem, no máximo, como objeto de críticas, de “sentenças condenatórias”.


Alternativas
Q3104947 Português
Texto I


     (...) as nações latinas do Novo Mundo não se podem queixar de deslembradas. Cada incidente, ainda sem grande relevo, encontra repercussão na imprensa europeia. Não aparecem, é verdade, nenhuns desses longos estudos, circunstanciados e sábios, onde os mestres em assuntos internacionais dizem o que sabem sobre a história política, social e econômica do país de que se ocupam, para daí deduzirem os seus juízos. Não; como de costume, sempre que se trata das repúblicas latino-americanas, os doutores e publicistas da política mundial se limitam a lavrar sentenças — invariáveis e condenatórias. Como variantes dessas sentenças, eles se limitam a ditar, de tempos em tempos, uns tantos conselhos axiomáticos.

Manoel Bomfim. América Latina: males de origem. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 24 (com adaptações).

Em relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto I, julgue (ou E) o item a seguir. 


Segundo o autor do texto, cada incidente ocorrido na América Latina é objeto de estudos aprofundados destinados a lavrar sentenças condenatórias.


Alternativas
Q3104948 Português
Texto II

   Um senhor que conheci fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos (...). E tudo isso com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor (...).

   Para obviar tais inconvenientes, houve alguém que teve a ideia de “canalizar”, de “disciplinar” o entusiasmo do povo bruzundanguense, entusiasmo tão necessário às manifestações que lá há constantemente, e tão indispensáveis são ao fabrico de grandes homens que dirijam os destinos da grande e formosa República (...).

Lima Barreto. Os bruzundangas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, 2023, p. 106 (com adaptações).



No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto II, julgue (C ou E) o item seguinte.


No segundo parágrafo, o autor assinala que alguém teve “a ideia de ‘canalizar’, de ‘disciplinar’ o entusiasmo do povo bruzundanguense” com a finalidade de tornar óbvios os inconvenientes da prática de bailes e saraus para fabricar os “grandes homens” da República.

Alternativas
Q3104949 Português
Texto II

   Um senhor que conheci fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos (...). E tudo isso com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor (...).

   Para obviar tais inconvenientes, houve alguém que teve a ideia de “canalizar”, de “disciplinar” o entusiasmo do povo bruzundanguense, entusiasmo tão necessário às manifestações que lá há constantemente, e tão indispensáveis são ao fabrico de grandes homens que dirijam os destinos da grande e formosa República (...).

Lima Barreto. Os bruzundangas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, 2023, p. 106 (com adaptações).



No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto II, julgue (ou E) o item seguinte.


No segmento “nos céus ignotos” (segundo período do primeiro parágrafo), para expressar a natureza desconhecida do firmamento, o narrador atribui aos “céus” uma qualidade intrinsecamente humana.


Alternativas
Q3104950 Português
Texto II

   Um senhor que conheci fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos (...). E tudo isso com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor (...).

   Para obviar tais inconvenientes, houve alguém que teve a ideia de “canalizar”, de “disciplinar” o entusiasmo do povo bruzundanguense, entusiasmo tão necessário às manifestações que lá há constantemente, e tão indispensáveis são ao fabrico de grandes homens que dirijam os destinos da grande e formosa República (...).

Lima Barreto. Os bruzundangas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, 2023, p. 106 (com adaptações).



No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto II, julgue (ou E) o item seguinte.


Evidencia-se no texto o emprego de paradoxo, que remete, em sentido conotativo, ao oposto daquilo que de fato o narrador afirma.


Alternativas
Q3104951 Português
Texto II

   Um senhor que conheci fez-se uma celebridade em astronomia, com auxílio dos saraus que lhe eram oferecidos pelos amigos (...). E tudo isso com mais uns amigos dedicados a lhe oferecer bailes, por ocasião das suas portentosas descobertas nos céus ignotos, levaram o governo da Bruzundanga a nomeá-lo diretor (...).

   Para obviar tais inconvenientes, houve alguém que teve a ideia de “canalizar”, de “disciplinar” o entusiasmo do povo bruzundanguense, entusiasmo tão necessário às manifestações que lá há constantemente, e tão indispensáveis são ao fabrico de grandes homens que dirijam os destinos da grande e formosa República (...).

Lima Barreto. Os bruzundangas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, 2023, p. 106 (com adaptações).



No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto II, julgue (ou E) o item seguinte.


O termo “portentosas” (segundo período do primeiro parágrafo) poderia ser substituído no texto, sem prejuízo da coerência de suas ideias, por assombrosas.


Alternativas
Q3104952 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Em relação aos sentidos do texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


No quarto parágrafo, o segmento “conformar esse quadro antitético” pode ser entendido como contextualizar, de forma contrária à visão do Iluminismo, a natureza humana. 

Alternativas
Q3104953 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Em relação aos sentidos do texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.



No segundo período do quinto parágrafo, o advérbio “simetricamente” transmite a ideia de que, quanto maior o conhecimento sobre os povos colonizados, mais se confirma a tese do bom selvagem.

Alternativas
Q3104954 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Em relação aos sentidos do texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


Entende-se da leitura do segundo e do terceiro parágrafos que o sentido dado pela autora ao termo “alteridade” é o de distinção entre a humanidade resultante da “experiência ocidental” e da ‘evolução social’ e os outros, caracterizados como o ‘bom selvagem’ e os ‘novos homens’.


Alternativas
Q3104955 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Em relação aos sentidos do texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


Depreende-se da leitura do texto que Rousseau, ao propor a imagem do ‘bom selvagem’, se alinha à tese, proposta pela Ilustração, de progresso da natureza humana.


Alternativas
Q3104956 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Ainda em relação ao texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


Segundo a autora, a hipótese teórica poligenista tornou-se hegemônica no século XIX. 

Alternativas
Q3104957 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Ainda em relação ao texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


Os prefixos presentes nas palavras que designam as correntes “monogenista” e “poligenista” remetem às distintas hipóteses sobre a gênese da humanidade, que contrapõem a unidade da espécie à diversidade racial.


Alternativas
Q3104958 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Ainda em relação ao texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


No primeiro período do quinto parágrafo, a conjunção subordinativa “se” introduz uma condição real, o que é evidenciado pelo modo verbal empregado na oração em que ocorre.


Alternativas
Q3104959 Português
Texto III


    Afinal, os homens nascem iguais, apenas sem uma definição completa da natureza.

  Em Rousseau, por exemplo, com a noção do “bom selvagem”, essa ideia estará absolutamente presente.

   A alteridade desses “novos homens” transformada em modelo lógico se contrapunha à experiência ocidental. Como concluía Rousseau sobre a origem da desigualdade entre os homens, “se há uma bondade original da natureza humana, a evolução social corrompeu-a”.

  O famoso filósofo da Ilustração encontrava um modelo ideal nesse “outro” tão distante do “nós, ocidentais”, e o elegia como moralmente superior. No entanto, ao conformar esse quadro antitético, Rousseau de certa forma se afastava da Ilustração, já que refletia sobre um progresso às avessas.

   Mas, se a visão idílica de Rousseau foi a mais fecunda, é impossível deixar de falar das vertentes mais negativas de interpretação. As imagens que detratam o Novo Mundo se intensificaram, simetricamente correspondentes ao maior conhecimento e colonização desses novos territórios. É o momento em que se passa da projeção da inocência à inata maldade do selvagem.

   Esse debate — que opunha o modelo igualitário da Ilustração às doutrinas raciais — faz parte, no entanto, de um problema mais remoto, sobre as origens da humanidade.

    De um lado, a visão monogenista, dominante até meados do século XIX; de outro, a partir de então, a hipótese poligenista, que se transformava em uma alternativa plausível. Partiam os seus autores da crença na existência de vários centros de criação, que corresponderiam, por sua vez, às diferenças raciais observadas.

Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 45-48 (com adaptações).

Ainda em relação ao texto III, julgue (C ou E) o item a seguir.


O segmento “visão idílica” (primeiro período do quinto parágrafo) remete à noção bucólica do ‘bom selvagem’ de Rousseau, que representa um devaneio, uma utopia.


Alternativas
Q3104960 Português
Texto IV

   Assim como aquela senhora hopi que conversava com a pedra, sua irmã, tem um monte de gente que fala com montanhas. No Equador, na Colômbia, em algumas dessas regiões dos Andes, você encontra lugares onde as montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que troca afeto, faz trocas. E as pessoas que vivem nesses vales fazem festas para essas montanhas, dão comida, dão presentes, ganham presentes das montanhas. (...)

   O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. (...)

   O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. (...)

   A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. (...)


Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 

Em relação a aspectos linguísticos e estilísticos do texto IV, julgue (C ou E) o item que se segue.  


No último parágrafo, o autor utiliza um neologismo para denominar a era que marca o momento atual em que vive a humanidade. 

Alternativas
Q3104961 Português
Texto IV

   Assim como aquela senhora hopi que conversava com a pedra, sua irmã, tem um monte de gente que fala com montanhas. No Equador, na Colômbia, em algumas dessas regiões dos Andes, você encontra lugares onde as montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que troca afeto, faz trocas. E as pessoas que vivem nesses vales fazem festas para essas montanhas, dão comida, dão presentes, ganham presentes das montanhas. (...)

   O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. (...)

   O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. (...)

   A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. (...)


Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 

Em relação a aspectos linguísticos e estilísticos do texto IV, julgue (C ou E) o item que se segue.  



Aspectos antitéticos dos seres humanos são explorados na passagem do primeiro parágrafo, em que prevalece o uso da prosopopeia, ao segundo parágrafo, que remete ao Antropoceno.  

Alternativas
Q3104962 Português
Texto IV

   Assim como aquela senhora hopi que conversava com a pedra, sua irmã, tem um monte de gente que fala com montanhas. No Equador, na Colômbia, em algumas dessas regiões dos Andes, você encontra lugares onde as montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que troca afeto, faz trocas. E as pessoas que vivem nesses vales fazem festas para essas montanhas, dão comida, dão presentes, ganham presentes das montanhas. (...)

   O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. (...)

   O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. (...)

   A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. (...)


Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 

Em relação a aspectos linguísticos e estilísticos do texto IV, julgue (C ou E) o item que se segue.  



Ao chamar o Rio Doce de Watu (terceiro parágrafo), o autor emprega uma metáfora.

Alternativas
Q3104963 Português
Texto IV

   Assim como aquela senhora hopi que conversava com a pedra, sua irmã, tem um monte de gente que fala com montanhas. No Equador, na Colômbia, em algumas dessas regiões dos Andes, você encontra lugares onde as montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que troca afeto, faz trocas. E as pessoas que vivem nesses vales fazem festas para essas montanhas, dão comida, dão presentes, ganham presentes das montanhas. (...)

   O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. (...)

   O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas. (...)

   A conclusão ou compreensão de que estamos vivendo uma era que pode ser identificada como Antropoceno deveria soar como um alarme nas nossas cabeças. (...)


Ailton Krenak. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 

Em relação a aspectos linguísticos e estilísticos do texto IV, julgue (C ou E) o item que se segue.  



No segundo parágrafo do texto, o autor utiliza metonímia para qualificar o tipo de humanidade que as pessoas estão sendo convocadas a integrar.

Alternativas
Respostas
1: E
2: E
3: E
4: E
5: E
6: E
7: E
8: C
9: C
10: E
11: C
12: E
13: E
14: C
15: C
16: C
17: C
18: C
19: E
20: E