Questões de Literatura para Concurso
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O texto acima compõe a obra de
https://www.culturagenial.com/livro-dom-casmurro-de-machado-de-assis/
Considerando a análise da obra “Dom Casmurro”, o excerto deve ter sua lacuna completada com:
Uma revisão do esquema de Goldmann possibilita a análise do romance brasileiro moderno, após 1930, a partir da observação de um grau crescente de tensão entre o herói e o seu meio.
Sobre essa análise, é INCORRETO afirmar que
Com base nas análises do autor sobre o movimento concretista brasileiro, é correto afirmar que
HÚMUS
Pátios de lajes soerguidas pelo único
esforço da erva: o castelo –
a escada, a torre, a porta,
a praça.
Tudo isto flutua debaixo
de água, debaixo de água.
− Ouves
o grito dos mortos?
A pedra abre a cauda de ouro incessante,
só a água fala nos buracos.
São palavras pronunciadas com medo de pousar,
uma tarde que viesse na ponta dos pés, o som
devagar de uma
borboleta.
− A morte não tem
só cinco letras. Como a claridade na água
para me entontecer,
a cantaria lavrada:
com um povo de estátuas em cima,
com um povo de mortos em baixo.
Primaveras extasiadas, espaços negros, flores desmedidas
− todos os dias debalde repelimos os mortos.
É preciso criar palavras, sons, palavras
vivas, obscuras, terríveis.
[...]
HELDER, Herberto. Poemas completos. Rio de Janeiro: Tinta-da-china Brasil, 2016. p. 215-216.
HÚMUS
Pátios de lajes soerguidas pelo único
esforço da erva: o castelo –
a escada, a torre, a porta,
a praça.
Tudo isto flutua debaixo
de água, debaixo de água.
− Ouves
o grito dos mortos?
A pedra abre a cauda de ouro incessante,
só a água fala nos buracos.
São palavras pronunciadas com medo de pousar,
uma tarde que viesse na ponta dos pés, o som
devagar de uma
borboleta.
− A morte não tem
só cinco letras. Como a claridade na água
para me entontecer,
a cantaria lavrada:
com um povo de estátuas em cima,
com um povo de mortos em baixo.
Primaveras extasiadas, espaços negros, flores desmedidas
− todos os dias debalde repelimos os mortos.
É preciso criar palavras, sons, palavras
vivas, obscuras, terríveis.
[...]
HELDER, Herberto. Poemas completos. Rio de Janeiro: Tinta-da-china Brasil, 2016. p. 215-216.
Com base no excerto, em seu diálogo com o texto-fonte e nas características da produção de Herberto Helder apontadas por Saraiva e Lopes (2004), leia as afirmações abaixo e marque V, para as verdadeiras, e F, para as falsas.
( ) Ao empreender uma operação que recombina diferentes passagens do texto-fonte, Herberto Helder adota uma postura de transgressão da linearidade do discurso. Com isso, não só se alinha à experimentação que predomina na poesia portuguesa durante a década de 1960, mas também se mostra tributário do Surrealismo, uma vez que a montagem possibilita uma liberdade metafórica própria desse movimento. ( ) A rede imagética obtida pela modificação do texto-fonte altera a cena inicial, trazendo ao poema camadas de significação distintas daquelas que se manifestam na abertura da obra de Brandão. A presença, por exemplo, de metáforas associadas ao elemento aquático minimiza o abatimento associado à imagem do “invólucro de pedra”, dado pertencerem ao campo semântico da fluidez. ( ) A transmutação operada por Helder no nível do significante também se manifesta tematicamente: imagens ligadas à finitude são apresentadas juntamente com símbolos de fecundação e renascimento, sugerindo uma ideia de coincidência dos opostos própria do imaginário hermético-alquímico. A simetria entre o que está “em cima” e o que está “em baixo” reforça essa possibilidade interpretativa.
A sequência correta, de cima para baixo, é
13 de Novembro
Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...
Uma vila encardida — ruas desertas — pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva — o castelo — restos intactos de muralha que não têm serventia: uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures. Só uma figueira brava conseguiu meter-se nos interstícios das pedras e delas extrai suco e vida. A torre — a porta da Sé com os santos nos seus nichos — a praça com árvores raquíticas e um coreto de zinco. Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se na humidade. Nos corredores as aranhas tecem imutáveis teias de silêncio e tédio e uma cinza invisível, manias, regras, hábitos, vai lentamente soterrando tudo. Vi, não sei onde, num jardim abandonado — inverno e folhas secas — entre buxos do tamanho de árvores, estátuas de granito a que o tempo corroera as feições. Puíra-as e a expressão não era grotesca mas dolorosa. Sentia-se um esforço enorme para se arrancarem à pedra. Na realidade isto é como Pompeia um vasto sepulcro: aqui se enterraram todos os nossos sonhos... Sob estas capas de vulgaridade há talvez sonho e dor que a ninharia e o hábito não deixam vir à superfície. Afigura-se-me que estes seres estão encerrados num invólucro de pedra: talvez queiram falar, talvez não possam falar.
Silêncio. Ponho o ouvido à escuta e ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.
BRANDÃO, Raul. Húmus. São Paulo: Carambaia, 2017.
SOARES, Angélica. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 1993. p. 21.
Em Gêneros literários, Angélica Soares (1993) procura afastar-se de classificações fechadas − conforme explicita a passagem acima −, adotando, para isso, a proposta elaborada por Emil Staiger em Conceitos fundamentais da poética. Preterindo uma compreensão substantiva das categorias de gênero, que vincularia terminantemente as produções a um ou outro rótulo, Staiger volta-se para os traços estilísticos líricos, épicos ou dramáticos que podem estar presentes em um texto, os quais se manifestam, muitas vezes, de maneira combinada. Essa formulação torna-se bastante útil para a análise de obras como a de Raul Brandão, que não se apresenta nos moldes tradicionais da prosa de ficção.
Qual dos aspectos abaixo corresponde a um traço lírico presente no excerto?
13 de Novembro
Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...
Uma vila encardida — ruas desertas — pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva — o castelo — restos intactos de muralha que não têm serventia: uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures. Só uma figueira brava conseguiu meter-se nos interstícios das pedras e delas extrai suco e vida. A torre — a porta da Sé com os santos nos seus nichos — a praça com árvores raquíticas e um coreto de zinco. Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se na humidade. Nos corredores as aranhas tecem imutáveis teias de silêncio e tédio e uma cinza invisível, manias, regras, hábitos, vai lentamente soterrando tudo. Vi, não sei onde, num jardim abandonado — inverno e folhas secas — entre buxos do tamanho de árvores, estátuas de granito a que o tempo corroera as feições. Puíra-as e a expressão não era grotesca mas dolorosa. Sentia-se um esforço enorme para se arrancarem à pedra. Na realidade isto é como Pompeia um vasto sepulcro: aqui se enterraram todos os nossos sonhos... Sob estas capas de vulgaridade há talvez sonho e dor que a ninharia e o hábito não deixam vir à superfície. Afigura-se-me que estes seres estão encerrados num invólucro de pedra: talvez queiram falar, talvez não possam falar.
Silêncio. Ponho o ouvido à escuta e ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.
BRANDÃO, Raul. Húmus. São Paulo: Carambaia, 2017.
O excerto acima pertence ao primeiro capítulo de Húmus, obra publicada em 1917 e considerada a produção mais relevante de Raul Brandão.
Sobre o texto e seu contexto de produção, abordados por Saraiva e Lopes (2004), considere as seguintes afirmações:
I. A opção pelo diário, conforme evidencia a indicação da data na abertura do excerto, favorece a utilização de um tom confessional e a manifestação de um pendor memorialista, traços que permitem a vinculação dessa obra ao movimento saudosista, cuja inspiração decorre das composições de Teixeira de Pascoaes.
II. A natureza sensorial dos elementos utilizados para figurar a degradação e a banalidade do ambiente permite aproximar o procedimento à torturada estilística impressionista de Fialho de Almeida, a quem Raul Brandão reconhecerá como seu precursor.
III. Ao estabelecer uma relação de similaridade entre as estátuas disformes do jardim e os sepultados pelo desastre de Pompeia, para, em seguida, associar esse “invólucro de pedra” às “capas de vulgaridade” que aniquilam a possibilidade do sonho, o narrador antecipa a situação de abatimento existencial das personagens ligadas à vila.
Estão corretas as afirmativas
Com base nisso, analise as seguintes afirmativaI.
I. Machado promove, a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o que Bosi chama de um processo de inversão parodística dos códigos tradicionais que o Romantismo fizera circular. II. Em Quincas Borba, o autor recorre à narração em terceira pessoa para relatar de forma mais objetiva “o nascimento, a paixão e a morte de um provinciano ingênuo”. III. Em Dom Casmurro, o autor retoma o estilo de memórias, quase póstumas no caso de Bentinho, que se propõe a “atar as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência”. IV. A prosa realista de Machado de Assis está marcada por uma série de contos memoráveis como A causa secreta, Entre Santos, Missa do Galo, que se destacam pelo desenho psicológico das personagens.
Estão corretas as afirmativas s:
Poema 1
O laço de fita
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
No que diz respeito à metrificação dos poemas, conforme Norma Goldstein (2006), o poema 1 apresenta simetria, sendo estruturado em oito estrofes de cinco versos, em que os três primeiros são ____________________ ,e os dois últimos são uma ____________________. No poema 2, os versos apresentam métrica ____________.
As palavras que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas do texto acima são: