Questões de Concurso Comentadas para prefeitura de uberaba - mg

Foram encontradas 765 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2567925 Português

TEXTO 02

Para que ninguém a quisesse

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.

Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda.

À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

(COLASANTI, M. Um espinho de marfim. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 88-89) 

Releia este trecho:
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos.”
Julgue as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F)
( ) A primeira oração é subordinada causal, visto que trata da razão pela qual o marido tomas algumas decisões. ( ) A conjunção “e”, (nas duas ocorrências em que aparece) apesar de ser aditiva, no texto, tem valor adversativo, pois mostra uma ideia oposta do que deveria ser feito. ( ) “Apesar disso” possui ideia de concessão. ( ) Em “mandou que descesse a bainha” o termo “que” é uma conjunção integrante.
A sequência CORRETA é
Alternativas
Ano: 2009 Banca: FUNDEPES Órgão: Prefeitura de Uberaba - MG
Q1234426 Legislação de Trânsito
Analisa as seguintes afirmativas referentes a características do tráfego e ao Código de Trânsito Brasileiro e assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2009 Banca: FUNDEPES Órgão: Prefeitura de Uberaba - MG
Q1184221 Meio Ambiente
Em 1921, o cientista e filósofo francês Jean Friedel escreveu: “[...] a maioria das pessoas, sobretudo aquelas que não estudaram ciências biológicas, manifesta muito frequentemente uma tendência a situar o homem em confronto com a natureza, ou mesmo em oposição a ela. Segundo sejam essas pessoas otimistas ou pessimistas vêem elas o homem como o rei da natureza ou a sua vitima” (BRANCO, 1998, p.06).
As seguintes alternativas são provas da degradação ambiental, EXCETO
Alternativas
Q1169372 Direito Penal
É CORRETO afirmar que se encontra em estado de necessidade quem:
Alternativas
Q1169371 Direito Penal
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE um exemplo de contravenção penal, conforme as condutas dos seguintes cidadãos:
Alternativas
Q1169370 Direito Penal

Uma viatura da Guarda Municipal de Uberaba deslocava-se pela rua quando um sujeito saiu de uma padaria com arma em punho. Ele havia acabado de fazer um assalto e não esperava encontrar ninguém que pudesse dificultar sua fuga. Muito agressivo, ele aponta o seu revolver na direção da equipe de guardas e dispara duas vezes. Antônio, o Guarda Municipal que conduzia o veículo, imediatamente para o carro, desce, abriga-se e repele a injusta agressão com um disparo que acerta o infrator.


Sobre a atuação de Antônio, assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q1169369 Direito Processual Penal
Uma equipe composta por dois Guardas Municipais, no centro da cidade de Uberaba, depara-se com um jovem depredando um ônibus enquanto passageiros embarcavam. A dupla intervém no evento, dominando o jovem, contendo-o e, por fim, dando a ele voz de prisão. Sobre a atuação adotada pela equipe, assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1169368 Direito Processual Penal
Sobre o Código de Processo Penal e o Estatuto do Desarmamento, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q1169364 Direito Constitucional
De acordo com a Constituição Federal de 1988, são direitos do cidadão, EXCETO:
Alternativas
Q1169363 Direito Penal

Sebastião Vitorino foi abordado por policiais em seu veículo particular. Após realizar busca em seu veículo, os militares encontraram, no porta-malas, uma espingarda calibre 28 carregada com munições para caça. Sebastião havia ganhado a arma do avô há muitos anos e não possuía qualquer registro ou permissão para transportar esse armamento.


Nessa seara, em desfavor de Sebastião, é CORRETO afirmar que deverá ser tomada a seguinte medida:

Alternativas
Q1169357 Direitos Humanos
Assinale a alternativa que NÃO apresenta características dos Direitos Humanos:
Alternativas
Q1169352 Noções de Informática

Calcule o resultado de =MÉDIA(A1:C1)*(SOMA(A1:A2)+MÉDIA(A2:C2)), com base na seguinte planilha do Calc. 


Imagem associada para resolução da questão


Assinale a alternativa que apresenta a resposta CORRETA do cálculo:

Alternativas
Q1169351 Noções de Informática

Uma das funções de um ___________é indicar quando um computador se conecta à rede.


Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna:

Alternativas
Q1169350 Noções de Informática

Sobre as características do Windows 10, analise as afirmativas a seguir:


I- É um sistema operacional gráfico.

II- Permite criar uma conta para cada usuário que utiliza o computador.

III- Permite executar vários programas ao mesmo tempo.


Estão CORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Q1169349 Noções de Informática

A figura seguinte apresenta alguns elementos do menu principal do Libre Office Writer.


Imagem associada para resolução da questão


Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE uma afirmativa sobre a função desses elementos:

Alternativas
Q1169348 Noções de Informática

O(A) _____ é um mecanismo de segurança que permite a recuperação de dados perdidos por acidente.


Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE a lacuna:

Alternativas
Q1169347 Noções de Informática

Sobre a Web, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


( ) É uma sub-rede da internet.

( ) Fornece informação em forma de hipertexto.

( ) Criou uma linguagem de comunicação de característica visual.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

Alternativas
Q1169346 Arquitetura de Computadores

Análise as afirmativas sobre o resultado da seguinte soma na base binária: 111 + 1001


I- É igual a 10000 na base binária.

II- É um número ímpar.

III- É um número maior que 12.


Estão CORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Q1169335 Português

Cem anos de perdão


    Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas.

      Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. “Aquele branco é meu.” “Não, eu já disse que os brancos são meus.” “Mas esse não é totalmente branco, tem janelas verdes.” Parávamos às vezes longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

      Começou assim. Numa das brincadeiras de “essa casa é minha”, paramos diante de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

      Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume.

      Então não pude mais. O plano se formou em mim instantaneamente, cheio de paixão. Mas, como boa realizadora que eu era, raciocinei friamente com minha amiguinha, explicando-lhe qual seria o seu papel: vigiar as janelas da casa ou a aproximação ainda possível do jardineiro, vigiar os transeuntes raros na rua. Enquanto isso, entreabri lentamente o portão de grades um pouco enferrujadas, contando já com o leve rangido. Entreabri somente o bastante para que meu esguio corpo de menina pudesse passar. E, pé ante pé, mas veloz, andava pelos pedregulhos que rodeavam os canteiros. Até chegar à rosa foi um século de coração batendo.

      Eis-me afinal diante dela. Paro um instante, perigosamente, porque de perto ela ainda é mais linda. Finalmente começo a lhe quebrar o talo, arranhando-me com os espinhos, e chupando o sangue dos dedos.

      E, de repente – ei-la toda na minha mão. A corrida de volta ao portão tinha também de ser sem barulho. Pelo portão que deixara entreaberto, passei segurando a rosa. E então nós duas pálidas, eu e a rosa, corremos literalmente para longe da casa.

      O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha.

      Levei-a para casa, coloquei-a num copo d’água, onde ficou soberana, de pétalas grossas e aveludadas, com vários entretons de rosa-chá. No centro dela a cor se concentrava mais e seu coração quase parecia vermelho.

       Foi tão bom.

      Foi tão bom que simplesmente passei a roubar rosas. O processo era sempre o mesmo: a menina vigiando, eu entrando, eu quebrando o talo e fugindo com a rosa na mão. Sempre com o coração batendo e sempre com aquela glória que ninguém me tirava.

      Também roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. Nunca cheguei a vê-la, além de uma ponta de telhado. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensanguentados. Colhia várias que ia comendo ali mesmo, umas até verdes demais, que eu jogava fora.

      Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.

LISPECTOR, Clarice. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. p. 408-410.

Enquanto isso, entreabri lentamente(1) o portão de grades um pouco enferrujadas, contando já com o leve(2) rangido. Entreabri somente o bastante(3) para que meu esguio(4) corpo de menina pudesse passar.


Considerando o contexto em que se encontra, assinale a palavra cuja classificação foi atribuída INCORRETAMENTE:

Alternativas
Q1169333 Português

Cem anos de perdão


    Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu, em pequena, roubava rosas.

      Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes. “Aquele branco é meu.” “Não, eu já disse que os brancos são meus.” “Mas esse não é totalmente branco, tem janelas verdes.” Parávamos às vezes longo tempo, a cara imprensada nas grades, olhando.

      Começou assim. Numa das brincadeiras de “essa casa é minha”, paramos diante de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados, estavam plantadas as flores.

      Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo. Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume.

      Então não pude mais. O plano se formou em mim instantaneamente, cheio de paixão. Mas, como boa realizadora que eu era, raciocinei friamente com minha amiguinha, explicando-lhe qual seria o seu papel: vigiar as janelas da casa ou a aproximação ainda possível do jardineiro, vigiar os transeuntes raros na rua. Enquanto isso, entreabri lentamente o portão de grades um pouco enferrujadas, contando já com o leve rangido. Entreabri somente o bastante para que meu esguio corpo de menina pudesse passar. E, pé ante pé, mas veloz, andava pelos pedregulhos que rodeavam os canteiros. Até chegar à rosa foi um século de coração batendo.

      Eis-me afinal diante dela. Paro um instante, perigosamente, porque de perto ela ainda é mais linda. Finalmente começo a lhe quebrar o talo, arranhando-me com os espinhos, e chupando o sangue dos dedos.

      E, de repente – ei-la toda na minha mão. A corrida de volta ao portão tinha também de ser sem barulho. Pelo portão que deixara entreaberto, passei segurando a rosa. E então nós duas pálidas, eu e a rosa, corremos literalmente para longe da casa.

      O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha.

      Levei-a para casa, coloquei-a num copo d’água, onde ficou soberana, de pétalas grossas e aveludadas, com vários entretons de rosa-chá. No centro dela a cor se concentrava mais e seu coração quase parecia vermelho.

       Foi tão bom.

      Foi tão bom que simplesmente passei a roubar rosas. O processo era sempre o mesmo: a menina vigiando, eu entrando, eu quebrando o talo e fugindo com a rosa na mão. Sempre com o coração batendo e sempre com aquela glória que ninguém me tirava.

      Também roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. Nunca cheguei a vê-la, além de uma ponta de telhado. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensanguentados. Colhia várias que ia comendo ali mesmo, umas até verdes demais, que eu jogava fora.

      Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.

LISPECTOR, Clarice. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. p. 408-410.

Imagem associada para resolução da questão

ONU. Disponível em:<http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/objetivos_port.png> . Acesso: 14 abr. 2019. 


O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável que apresenta um ícone FIGURATIVO a ele associado é o de número:
Alternativas
Respostas
141: B
142: A
143: D
144: B
145: A
146: C
147: A
148: D
149: D
150: A
151: B
152: B
153: A
154: D
155: C
156: A
157: D
158: B
159: C
160: D