Questões de Literatura - Gêneros Literários para Concurso

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Q2722243 Português

TEXTO I

José

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

Você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

E agora, José?


Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?


E agora, José?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora?


Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?


Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse...

Mas você não morre,

você é duro, José!


Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José!

José, para onde?

(Carlos Drummond de Andrade; Poesias -1942. Adap)

Observe a primeira estrofe e marque a opção correta:

Alternativas
Q2722237 Português

TEXTO I

José

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

Você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

E agora, José?


Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?


E agora, José?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora?


Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?


Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse...

Mas você não morre,

você é duro, José!


Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José!

José, para onde?

(Carlos Drummond de Andrade; Poesias -1942. Adap)

De acordo com as ideias expostas pelo poeta, José poderia modificar o seu destino; tais sugestões estão expostas:

Alternativas
Q2722185 Português

TEXTO III


Hoje

Trago em meu corpo as marcas do meu tempo

Meu desespero, a vida num momento

A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo...


Hoje

Trago no olhar imagens distorcidas

Cores, viagens, mãos desconhecidas

Trazem a lua, a rua às minhas mãos,


Mas hoje,

As minhas mãos enfraquecidas e vazias

Procuram nuas pelas luas, pelas ruas...

Na solidão das noites frias por você.


Hoje

Homens sem medo aportam no futuro

Eu tenho medo acordo e te procuro

Meu quarto escuro é inerte como a morte


Hoje

Homens de aço esperam da ciência

Eu desespero e abraço a tua ausência

Que é o que me resta, vivo em minha sorte


Ah, Sorte...

Eu não queria a juventude assim perdida

Eu não queria andar morrendo pela vida

Eu não queria amar assim como eu te amei.


Taiguara Chalar da Silva

A letra dessa canção é estruturada pela oposição do tempo presente ao tempo passado.


O “eu” que se expressa, no Texto III, apresenta o seguinte posicionamento diante da passagem do tempo:

Alternativas
Q2720743 Português

Canção de nuvem e vento


Mario Quintana


Medo da nuvem

Medo Medo

Medo da nuvem que vai crescendo

Que vai se abrindo

Que não se sabe

O que vai saindo

Medo da nuvem Nuvem Nuvem

Medo do vento

Medo Medo

Medo do vento que vai ventando

Que vai falando

Que não se sabe

O que vai dizendo

Medo do vento Vento Vento

Medo do gesto

Mudo

Medo da fala

Surda

Que vai movendo

Que vai dizendo

Que não se sabe...

Que bem se sabe

Que tudo é nuvem que tudo é vento

Nuvem e vento Vento Vento!


Disponível em: <http://mario-quintana-rh.blogspot.com.br/2013/09/cancao-de-nuvem-e-vento.html>. Acesso em: 06 fev. 2017.


Dadas as afirmativas em relação ao poema,


I. A repetição dos termos e o uso de letras maiúsculas sugerem o imenso pavor do eu lírico diante da nuvem que se avoluma e da força do vento.

II. No contexto poético, o vento é personificado, pois o eu lírico lhe confere ações humanas. Assim, fica evidente o uso da linguagem conotativa.

III. O autor explora a repetição enfática de uma ou mais palavras no início dos versos, o que caracteriza a figura de linguagem denominada anáfora.

IV. No final do poema, o verso “Que não se sabe” é mudado por “Que bem se sabe”. Essa alteração significa que o eu lírico continuará temendo a nuvem e o vento.


verifica-se que estão corretas apenas

Alternativas
Q2716276 Português

Leia o poema de Ferreira Gullar.


That is the Question


Dois e dois são quatro.

Nasci cresci

para me converter em retrato?

em fonema? Em morfema?


Aceito

ou detono o poema?


(Ferreira Gullar. Muitas Vozes, 2013)


No poema, o eu lírico questiona

Alternativas
Respostas
36: A
37: E
38: C
39: D
40: E