Questões de Concurso Público Prefeitura de Cabedelo - PB 2020 para Professor de Educação Básica II - História
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A Cartilha do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019 é um documento que contém as principais características desta avaliação e o passo a passo para aplicação dos instrumentos em sua escola.
Assinale a opção que está em DESACORDO com
a Cartilha SAEB 2019, no que diz respeito às
novidades previstas para a edição no referido ano.
Assinale a opção CORRETA.
O Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional brasileira, é coordenado pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e Documentos - e realizado de forma descentralizada, por meio de uma colaboração entre a União, os estados e os municípios. (http://portal.inep.gov.br/censo-escolar)
De acordo com a Portaria MEC nº 316, de 4 de abril de 2007, julgue os itens como verdadeiro (V) ou falso(F), no que se refere às atribuições do Inep:
( ) Definir e disponibilizar para os demais atores o cronograma anual de atividades, os instrumentos e os meios necessários à execução do Censo; estabelecer mecanismos de controle de qualidade da informação.
( ) Avaliar e acompanhar todas as etapas do processo censitário, a fim de garantir o alcance de seus objetivos e o aperfeiçoamento constante.
( ) Treinar os agentes que coordenarão o processo censitário nas respectivas escolas vinculadas.
( ) Zelar pelo cumprimento dos prazos e normas estabelecidas, bem como responsabilizar-se solidariamente pela veracidade dos dados declarados nos seus respectivos sistemas de ensino.
( ) Responder ao Censo Escolar da Educação Básica, no Sistema Educacenso, responsabilizando-se pela veracidade das informações declaradas.
A sequência CORRETA é:
Sobre a Base Nacional Comum Curricular – BNCC é CORRETO afirmar que:
I. É um documento de caráter deliberativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
II. Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação.
III. Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
IV. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e soco emocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
V. As competências gerais da Educação Básica, inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.
Estão CORRETAS:
Sobre os fundamentos pedagógicos da BNCC, é correto afirmar que, EXCETO:
I. Contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas;
II. Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem;
III. Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.;
IV. Construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos;
Estão CORRETAS:
Assinale a alternativa CORRETA:
Sobre com a BNCC, Ensino Fundamental – Anos Finais, assinale a alternativa INCORRETA:
1) Que a ética da administração pública é orientada para o serviço público, deve ser suportada por comportamentos congruentes com o interesse geral. O primado do interesse público impõe aos funcionários uma pluralidade de deveres como o dever de neutralidade; o dever de legalidade; justiça e imparcialidade; igualdade; proporcionalidade; colaboração e boa fé; informação e qualidade, lealdade; integridade; competência e responsabilidade, deveres estes preconizados na Carta Ética da Administração Pública (1989).
2) Que uma administração pública moderna é uma administração receptiva, que não encara os cidadãos apenas como votantes, contribuintes ou consumidores, mas sim como cidadãos ativos com direitos e obrigações, a quem a administração se abre para que possam intervir no processo de gestão pública. Na gestão da vida econômica, social, política e cultural. Não ó adquirem a capacidade de influenciar os resultados das políticas públicas, como sãoco-responsáveis pelas mesmas.
3) Que é importante produzir e disponibilizar informação de qualidade, organizada na perspectiva dos cidadãos, horizontal e integrada, simples, que forneça elementos concretos, como padrão ao perfil dos diferentes destinatários melhorando a qualidade da participação cívica, com a utilização de uma comunicação como resposta a crises ou pressões de cidadãos insatisfeitos, uma vez que, o cidadão só tende em participar quando sente que o seu envolvimento terá influência nos assuntos em debate.
4) Que trata-se de governação centrada nos cidadãos, pelo conjunto de práticas governamentais que encorajam de forma permanente o exercício da cidadania plena e as suas responsabilidades, em que a Administração Pública estabelece novas bases e processos de envolvimento dos cidadãos na vida pública. Um conceito caracterizado pelo exercício de poderes e responsabilidades nas políticas públicas no contexto de governação do dia-a-dia através da participação cívica. Em relação à causa pública e de abertura do funcionamento da administração aos cidadãos.
5)Que a comunicação pública permite desenvolver uma ética de responsabilidade pelo bem comum partilhada para quem procura a atividade administrativa, levando-os a participar mais e melhor na gestão dos assuntos públicos, de modo que a capacidade de estabelecer uma relação de comunicação com o maior número de atores envolvidos passa por recorrer a canais exclusivos de acesso a comunicação e atendimento pessoal.
Estão CORRETA(S):
Ao considerarmos que os agentes públicos devem possuir características éticas e morais para poder administrar o bem público e não ser corruptível. E que esses princípios devem ter características universais e precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre. É CORRETO afirmar que:
1) A ética na administração e a moralidade administrativa representam a face da moralidade pública que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria conduta. E tratando-se de moralidade pública, torna-se imperioso o baixo grau de generalidade e autoridade, resultando, então, do julgamento respectivo, em caráter objetivo e público, não um ato individual e privado.
2) O bom agente público é o que, usando de sua competência para o preenchimento das atribuições legais, se determina não só pelos preceitos vigentes, mas também pela moral comum. Se os primeiros delimitam as fronteiras do lícito e do ilícito, do justo e do injusto – a segunda espera dele conduta honesta, intrínseca e extrinsecamente conforme a função realizada por seu intermédio, Isso porque eles desempenham um papel fundamental como elementos reguladores do comportamento das pessoas.
3) O maior teste para a ética é a relação de poder. A ética deve ser mais forte que o poder, os princípios éticos precisam estar acima das manifestações de poder. A sociedade ideal sempre se guia pelos valores da ética e da moral adaptada. A felicidade humana se produz pela ética, e não pela política, mas, por um conjunto cotidiano das ações dos agentes públicos que reproduzem interesses como padrão das relações humanas.
4) A moralidade da administração pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo, da mesma forma que tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral.
5) O interesse público, objetivo supremo dos esforços dos servidores públicos, deve estar associado aos valores da confiança e do relacionamento entre cidadãos, e não simplesmente à satisfação de demandas de consumo, o que significa a busca de um interesse público formado por interesses individuais compartilhados e responsabilidades divididas entre todos em um processo de construção do bem público de forma colaborativa.
Estão CORRETAS:
Para José Carlos Reis (2019), o debate epistemológico-metodológico e teórico-metodológico assumiu contornos diferenciados na cultura histórica, em alguns momentos esse debate foi quase irrelevante. Considerando essa afirmação, é correto afirmar que o debate epistemológico-metodológico e teórico-metodológico entre os Historiadores do positivismo/empirismo histórico é caracterizado por:
1. Um debate teórico-metodológico que liga e aproxima o historiador do que deve realmente interessá-lo: os fatos, as fontes, a realidade do passado. Para eles, o historiador-teórico não poderia pretender ser um historiador, uma vez que, abandonou o canteiro de obras da história, os arquivos, os museus, as fontes primárias, e ao pesquisar somente em bibliotecas, restringindo-se às obras impressas, tornou-se um filósofo, um literato, um ficcionista.
2. Uma historiografia empirista que se apoia sobre uma memória arquivada, sobre inscrições, sobre marcas exteriores, para proteger-se da contiguidade com a imaginação/ficção. O seu ponto de vista é objetivante: a lembrança é de uma experiência vivida localizada e datada. O testemunho diz: “eu estava lá, eu presenciei, eu vi”. O arquivo está lá, é um depósito, que reconhece, conserva e classifica a massa documental para consulta.
3. Pela data, que é um dado do tempo calendário, um sistema de datas extrínseco aos eventos. Pois, todo evento se inscreve neste espaço-tempo exterior: local/data. O historiador que se equivocar em relação ao local e à data do evento, estará mergulhado na imaginação, no mito, na fábula. A organização cronológica, a sucessão rigorosa dos momentos que constituem um evento e dos eventos entre si, não pode ser visível em uma documentação objetiva, sem antes ser interiorizada.
4. Uma atitude crítica, que reúne credulidade e ceticismo. A atitude crítica, primeiro, é crédula, deve receber a informação, acolher o documento; depois, cética, deve duvidar, desconfiar, suspeitar, e processá-lo, elaborá-lo. A confiança no documento não deve ser fundada na declaração de intenção do próprio documento, mas construída pela dúvida metódica do historiador.
5. Uma historiografia que busca a verdade exterior, objetiva, o seu conteúdo são os testemunhos e as provas do passado. O testemunho ocular declara que esteve presente e pede que acreditem nele, é interrogado e avaliado, confrontado com outros, e só passará a valer se for aceito. Então, ele se torna um dado estável, reiterável, que pode ser reaberto e reavaliado por qualquer um. Ele se torna uma memória arquivada.
Estão CORRETAS:
“O historiador François Hartog (2013), elaborou o conceito de “Regime de historicidades”, para nomear como as maneiras como dadas sociedades em dados momentos perceberam, pensaram e se relacionaram com o tempo, para indicar como elaboraram e articularam, através de suas narrativas, as categorias de passado, presente e futuro, para descrever como um dado indivíduo ou grupamento humano se instaurou e se desenvolveu no tempo”.
Sobre esse conceito de Regime de Historicidades
de Hartog (2013) é CORRETO afirmar que:
Segundo Carmo (1997, p.15), "podemos definir trabalho como toda atividade realizada pelo homem civilizado que transforma a natureza pela inteligência. Há mediação entre o homem e a natureza: domando-a ele o seu desejo, visa a extrair dela sua subsistência". Neste conceito, o homem é um agente de transformação, e o trabalho a sua obra. A subsistência seria o objetivo e o fim da sua intervenção.
Sobre a relação Trabalho e sociedade na História podemos afirmar que:
1. Nas sociedades primitivas o homem começou a explorar a terra, a ter domínio sobre os animais que utilizará para corte ou tração, a caçar e a pescar, já vivendo em pequenas tribos, o trabalho passou a exigir a participação de todos, e o seu produto, a ser visto como um bem comum. O trabalho passou a organizar a vida da tribo, que sistematizou as forças produtivas, utilizou sua energia e tempos livres para a criação de novos instrumentos e o planejamento da produção. Ainda que primitivamente, o homem construiu a noção de períodos, uma divisão entre o tempo destinado ao trabalho e ao lazer.
2. Na idade média, o trabalho se organizou segundo o modelo de produção feudal, a ênfase do trabalho recaiu na expiação dos pecados e no combate à fraqueza da carne. Nesse modelo as relações sociais caracterizaram-se por rígida hierarquia entre os senhores, proprietários das terras, e os servos, aqueles que as cultivavam. A esses últimos cabia, em troca do trabalho, apenas a parte da produção necessária à subsistência familiar. Os servos deviam obediência aos senhores, mas, diferentemente dos escravos, possuíam direito à vida e proteção dos senhores em caso de guerra. À igreja, que detinha o saber competia à manutenção dos princípios de obediência que regulavam essas relações.
3. No período da revolução industrial, houve o aniquilamento das manufaturas e um deslocamento dos operários para as grandes indústrias, onde desempenharam tarefas rotineiras e mecânicas. A produção em larga escala, por sua vez, provocou a alienação do operário do sentido do seu trabalho. Sendo ele uma "peça da engrenagem", tendo sua participação restrita a uma limitada etapa do processo produtivo, o operário não reconhece no conjunto da produção o seu trabalho, não sabe quem é o consumidor do seu produto, bem como não participa das decisões referentes ao processo de produção. Na revolução industrial o operário se constituía uma "peça da engrenagem".
4. Na atualidade, a característica do trabalho é a sua inquestionável necessidade e importância, a ponto de identificar o homem. Para Marx a essência do ser humano está no trabalho. O que os homens produzem é o que eles são. O homem é o que ele faz. O homem se vê humano enquanto ser produtivo, enquanto vinculado a um ofício e possuidor de uma identidade profissional. O trabalho lhe confere dignidade, estabilidade, status e vínculo. O trabalho se confunde com o cotidiano e representa uma saída para controle da intimidade espiritual, na medida em que estabelece identidade e complementariedade com o coletivo social.
5. Na modernidade, o trabalho apresenta propriedades extrínsecas e intrínsecas . Nas condições referentes ao emprego: um salário justo e aceitável; estabilidade; vantagens apropriadas; saúde; processos adequados. Nas condições do trabalho em si são elencados: variedade e desafio; aprendizagem contínua; margem de manobra, autonomia; reconhecimento e apoio; contribuição social que faz sentido; um futuro desejável. Em seus aspectos dão conta de um valor social do trabalho, da atribuição de valor ao que se faz da possibilidade de aprendizagem e criação, do desafio e de uma perspectiva de futuro atraente.
Estão CORRETAS:
Sobre a ideia de mestiçagem, que foi construída ao longo da História do Brasil como discurso do Estado é CORRETO afirma que:
1. Os negros possuíam uma consciência subdesenvolvida, não estando em condições de assumir todos os direitos e deveres que cabiam aos demais cidadãos. Nesse sentido, o primeiro código penal republicano, ao não distinguir os cidadãos conforme a cor de sua pele, tornou-se alvo da dura critica. O determinismo biológico foi o componente fundante para uma leitura de cidadania que não previa o cruzamento entre raças no início do século XIX, que irremediavelmente seria a degradação da “raça brasileira”.
2. A desigualdade e os problemas sociais, historicamente construídos, como o subjugo de determinados grupos como mulheres ou negros, são como constitutivas de uma essência brasileira, infensas à possibilidade de transformação. Supõe-se uma cultura unificada como fundamento da nação, em que restam limitados os espaços para a expressão de novas formas culturais, como aquelas trazidas pelos imigrantes que chegam ao país a partir da segunda metade do século XIX e incorporadas a ideia de nação brasileira.
3. A intervenção estatal no campo da cultura baseou-se em um conceito essencialista de brasilidade, através do qual algumas formas culturais foram promovidas, enquanto outras manifestações, igualmente existentes, foram sistematicamente desconsideradas. Brasilidade se apresentou como uma identidade mestiça não étnica, capaz de assimilar todas as outras representações étnicas. A ideia de raça foi desqualificada enquanto instrumento dos discursos políticos depois de 1930 e assim se constituiu o mito da democracia racial, componente indispensável da ideologia da mestiçagem.
4. A partir dos anos 70 o conceito raça através, da influência da discussão norte-americana, ganhou renovada importância política no Brasil, funcionado como instrumento de ruptura da homogeneidade construída, simbolicamente, pela política da mestiçagem, como se tratasse de dissociar os grupos socioculturais fundidos na simbologia da nação mestiça. Assim, o conceito raça se transformou em instrumento de mobilização política, em construção discursiva e que deve fazer dos diferentes estratos populacionais afrodescendentes – do ponto de vista social e cultural tão diverso entre si – um coletivo político.
5. O discurso da mestiçagem como etapa transitória no processo de branqueamento constitui peça central da ideologia racial brasileira e acrescenta que a população negra no Brasil representa, do ponto de visita da elite pensante, uma ameaça ao futuro da raça e da civilização branca no país. Para essa elite, o discurso da mestiçagem contém um ideal implícito de homogeneidade que não contempla a existência da população negra, o que o leva a falar de etnocídio e da construção de uma ideologia de mestiçagem que parte das organizações étnicas formadoras da sociedade brasileira para permitir sua aceitação.
Estão CORRETAS:
Os anos de 1980 se constituíram como um marco importante na história recente do Brasil, tendo em vista o complexo processo de transição para a democracia, após quase três décadas de ditadura civil-militar, onde ocorreram importantes transformações, no que concerne à ocidentalização da sociedade brasileira. Entre as lutas pela democracia empreendidas por movimentos sociais e grupos progressistas que almejavam a universalização de direitos de cidadania e bem-estar social, povoaram também nessa sociedade civil – cada vez mais complexa e ocidentalizada – uma multiplicidade de organizações da classe dominante, que nos remete a sua necessidade de rearticular suas estratégias de acumulação e, principalmente, sua relação com a ossatura do Estado.
Ao considerarmos as estratégias de rearticulação da classe dominante no Brasil e suas estratégias de acumulação, é CORRETO afirmar que:
1. Foi nos anos de 1990 que esse processo se intensificou e se consolidou, onde as bandeiras burguesas da economia de mercado lançadas na década anterior empunhadas por uma multiplicidade de aparelhos privados de hegemonia, começaram a ser operacionalizadas em um programa de reformas com vistas à reconfigurar a papel do Estado e a torná-lo “eficiente”. Este acesso deve ser entendido de modo que compreendamos que as classes dominantes necessitam de uma permanente atualização das formas de expropriação social, onde a estrutura institucional do Estado, deve ser sempre reorientada no sentido de funcionalizar a dominação de classe.
2. O discurso de reformas para o mercado e de acordo com a cartilha do Consenso de Washington, determinou que apenas alguns poucos países latino-americanos deveriam se engajar neste processo de reconfiguração da ordem econômica que garantiria sua inserção no “novo mundo globalizado” e seriam tão mais bem-sucedidos, quanto maior o grau de abertura das economias e a desregulamentação dos mercados. Os organismos internacionais lançam mão de novas estratégias de ação, tanto na condução da política econômica quanto na conformação social dos países. As novas funções do Estado envolveram desde a gestão das pequenas reformas para implantar as grandes reformas até a formulação de uma nova conformação social.
3. As orientações internacionais do capitalismo, amparadas nas premissas da globalização e reestruturação produtiva, levou a burguesia brasileira, nessa reconstrução das regras do jogo democrático, a defender de forma mais aberta e articulada o seu modelo de sociedade fundada nos valores da economia de mercado e da meritocracia. Temos a organização da burguesia brasileira em defesa de seus interesses imediatos de ampliação da acumulação e da defesa de sua concepção de mundo – o que implicou em articulações, cisões e conflitos intra-classe, denotando a complexidade dessas relações de poder – e, conjuntamente, suas pretensões de se internacionalizar no plano estrutural do capitalismo mundializado.
4. Em seu conjunto, a organização da burguesia brasileira evidencia a redução da arena de batalhas, com poucas organizações que denotam a expansão do empresariamento nas mais diversas áreas de atuação pública. No interior dessas organizações, temos a constituição de entidades que atuam na conversão de lutas, assim como em uma espécie de organização de nichos de mercado que, acabam por desmantelar certas conquistas populares e converter essas atividades em formas de obtenção de lucro, com velhos arranjos nos padrões de sociabilidade, que foram construindo desde os anos 80 e se consolida na década de 90.
5. A reconstrução do sistema político se deu através de acomodações e do entrelaçamento de práticas e estruturas novas e antigas, combinação esta que estruturou as opções e estratégias seguidas pelos principais atores do processo político e da classe dominante. Ainda que consideremos os avanços democráticos conquistados, os quais são, em grande medida, o produto da dinâmica política introduzida pelo próprio processo de democratização, as extremas desigualdades sociais são um fator que constrange a consolidação da democracia, especialmente no que se refere a efetiva participação política de todos os cidadãos
Estão CORRETAS: