Por volta de 1500 a. C., de certa forma a China
estava atrasada em relação à população dos
vales dos rios do Oriente Médio em
organização política, na arte da produção de
metais, na escrita e, provavelmente, na
agricultura e na astronomia. Contudo, como
fabricantes de cerâmica em fornos, a China e o
Japão estavam muito avançados. Essa
habilidade com o fogo abriu caminho para
avanços na metalurgia. A fundição do bronze
tornou-se uma especialidade dos chineses, e
suas carruagens de caça eram decoradas com
bronze, quase como o cromo nos grandes
carros americanos do pós-guerra. Em seguida,
os chineses começaram a fazer ferro fundido e,
por volta de 400 a. C., aprenderam a se
especializar na manufatura de relhas de arado,
a forte lâmina cortante que revirava o solo. A
produção do alto calor necessário nos fornos
era conseguida através de uma explosão vinda
de foles sofisticados de dois cilindros. Alguns
dos foles seriam, mais tarde, movidos pela
força vinda da água que jorrava dos riachos
estreitos. Nos 500 anos ou mais que
antecederam o primeiro milênio cristão, os
chineses foram o mais criativo dos povos dos
quais se tem registro. Em metalurgia, eram
imbatíveis. Na manipulação da água para
irrigação, inventaram novos métodos. Na
matemática e na astronomia, procuraram
novos conhecimentos. Com teares, produziram
seda para confeccionar belas peças de roupa.
Tornaram-se hábeis em transportes puxados a
animais e força humana, usando carrinhos de
mão empurrados por homens, carroças e
arados puxados por bois, e carruagens puxadas
por cavalos. Os governantes dos maiores
Estados dentro da China viviam no luxo e
serviam-se de generosas parcelas da riqueza
produzida pelos camponeses e artesão que
trabalhavam duro. Embora muitos chineses
possuíssem os próprios lotes de terra, tinham
de dedicar parte de seu tempo às necessidades
de seu governante, em obras públicas ou
lutando em guerras locais. (BLAINEY,
Geoffrey. Uma Breve História do Mundo. São
Paulo: Fundamento, 2007, p. 31).